Page 48 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1983
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bratel, com a ABC Teletra, a Siteltra, a In-
duco e a Seicom, que está oferecendo um pa
cote de equipamentos para telefonia rural ao
Equador.
Satisfeito com o bom desempenho da
Equitel no mercado internacional, Luiz Car
los Bahiana lembra que, em 1975, todas as
empresas industriais do setor de telecomu
nicações importavam cerca de 250 milhões
de dólares por ano e não exportavam nada.
“Ao longo dos anos, a situação melhorou e
no último biênio, um período difícil, as em
presas importaram 80 milhões de dólares e
exportaram 22 milhões, resultando em um
saldo negativo de apenas 58 milhões de dó
lares, quando antes era de 250”.
Nacionalização
O processo de nacionalização da tecno
logia obtida há muitos anos da Siemens AG
começou, a partir de 1973, com a introdução
da técnica ESK Crosspoint no Brasil, por
contrato de 55 mil linhas com a Telepar. “Es
te processo consistiu em alterar projetos e
concepções das centrais telefónicas, tanto na
área pública como na privada, de tal manei
ra que hoje temos uma série de produtos que
não constam do espectro fabricado pela Sie
mens de Munique. Nestes produtos manti
vemos apenas certos blocos construtivos,
mas tratam-se de concepções sistêmicas da
Equitel”, explica Bahiana.
A tarefe de reduzir as importações, adap
tando os produtos para a maior nacionaliza
e dois por cento dos 1 ção possível, com o objetivo de atingir os ín
a de Curitiba. dices fixados pelo governo e também pelo
Exportação
O m e r c a d o d e T C s s o b o
Com sua área de atuação mais concentra
da nos países em desenvolvimento da Amé
rica Latina, a Equitel mergulhou no merca
do internacional, a partir de 1980. “Antes Em seu escritório na sede da Equi ria de Controle das Estatais. Isto impe
disso não havia atuação de venda para o ex tel em São Paulo, onde a atmosfera pro de a aprovação de um orçamento antes
terior, não fazíamos projetos, nem participá fissional só é quebrada pela presença de do segundo semestre de cada ano (or
vamos de concorrências”, informou o gerente três bonitas crianças em posters na pa çamento referente ao mesmo ano). O
geral de exportações, Hans Gerhard Scho- rede, Luiz Carlos Bahiana fala sobre o efeito da irregularidade de encomendas
rer. Em tão pouco tempo, a Equitel já se fir atual mercado de telecomunicações no é especialmente danoso para as peque
mou no mercado exterior e a cada dia con Brasil, sob dois diferentes pontos de vis nas e médias empresas, cuja fragilida
quista maior clientela. Este ano, vai entregar ta: dos usuários e das indústrias. de de estrutura económico-financeira,
à Cacex 5,5 milhões de dólares referentes a “Primeiramente, até aonde o mer bem como o relativamente curto ciclo
10 por cento de sua produção. cado supre as necessidades dos usuá de produção, as deixa em situação mui
Atualmente, o maior negócio em anda rios, isto é, se as expansões estão sen tas vezes pré-falimentar”.
mento é o contrato com a República de Ca do suficientes para cobrir a demanda. Para o diretor-presidente da Equitel.
bo Verde, em conjunto com a Siemens de A opinião geral, seja das empresas te o Sistema Telebrás “constitui hoje, se
Lisboa, que prevê um projeto desenvolven lefônicas, seja das indústrias, é de que guramente, a grande exceção dentre as
do desde aparelhos telefônicos até a central os presentes programas não estão per muitas empresas de economia mista,
de trânsito internacional, no valor de 12 e mitindo o atendimento pleno da deman impropriamente chamadas de estatais.
meio milhões de dólares. No entanto, o maior da, gerando a criação de uma demanda Com uma operação rentável e um sis
cliente da Equitel é a Argentina, que com reprimida crescente. Uma prova inques tema de controle económico-financeiro
pra centrais telefônicas rurais. Honduras, tionável deste fato são os custos das consolidado e operante, a Telebrás e
Guatemala e Equador também já fecharam chamadas vendas de telefones no merca suas subsidiárias são empresas confiá
negócios com a empresa. do paralelo, principalmente nos grandes veis, a quem não se aplica o elenco de
centros”. censuras e recriminações que é hoje em
Através da rede mundial de distribuição Sob o ponto de vista das indústrias,
da Siemens AG, na-Alemanha Federal, a disse Bahiana: “O programa de cerca dia veiculado através dos órgãos de im
Equitel forneceu até hoje 20 por cento de to de 400 mil terminais por ano constitui prensa. Salvo raras exceções, a pontua
lidade de pagamento das empresas do
da sua produção de equipamentos de trans o mínimo indispensável à sobrevivência, Sistema é impecável. Sendo assim, não
missão multiplex FDM para os Estados Uni
dos, Egito e Nigéria. No ano passado, expor com todos os cintos apertados. A situa vemos nenhum motivo para criticar o
ção se agrava com o fato de que nos úl
Sistema Telebrás como comprador, ex
tou centrais telefônicas públicas para Hong timos quatro anos a regularidade das ceto no que diz respeito às limitações
Kong e Malásia. Atualmente está negocian encomendas tem sido fortemente pre que lhe são impostas extemamente,
do o fornecimento para a Nigéria. “Nossa as judicada pelas sucessivas análises e cor através de cortes de investimentos
sociada alemã se esforça o máximo para fa tes (limitação de teto de investimento) Luiz Carlos Bahiana também integra
cilitar as exportações”, garantiu Schorer.
c.onseqüentes da ação da Sest - Sereta- a diretoria da Telebrasil e tem opinião
Com o objetivo de ampliar suas exporta
ções, a Equitel participou do consórcio Com-
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