Page 26 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1983
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silizados; a lógica já atuou tantas vezes no
A s o p i n i õ e s d e u m P h D mesmo caminho, que é preferível unir es
I f ses pontos com uma ligação física.
d e P u r d u e , E U A • o software pode se tornar complexo: 800
mil linhas de programação para comandar
uma central telefônica.
• os japoneses vieram para ensinar aos
Um pensador original, Robert Lucky, americanos a importância dos robôs.
Diretor Executivo dos Laboratórios Bell, • a sociedade está se orientando para jogos
vice-chairman do Comité Consultivo da
grupais através da rede de TCs: um com
Força Aérea Americana, com doutorado pe putador central pode até “casar” parcei
la Universidade de Purdue, EUA, nào he ros da mesma força para que o jogo fique
sita em externar sua opinião sobre tecnolo
gia e telecomunicações, ainda que às vezes mais interessante; o computador guarda
sendo contundente, para melhor realçar os resultados para que você suba ou des
seus pontos de vista. Alguns exemplos: ça na escala dos campeões; você nem pre
cisará saber contra quem está jogando pa
• a companhia telefônica terá que se adap ra ter interesse na competição.
tar à nova filosofia de discagem entre gru
pos ao invés da discagem “para você”. (No • o aspecto grupai via telefone é tão varia
Brasil, o disqueamizade já revela esta ten do quanto a própria sociedade: política,
dência.) bingo, obras de caridade e pornografia po
• somente sociedades mais adiantadas po dem ser veiculados via te efone; a opção
dem se dar ao luxo de suportar um inten porém é individual.
so programa de tecnologia de ponta. Isto • a espiral do desenvolvimento não passa
não é uma crítica, apenas uma constata nunca duas vezes pelo mesmo ponto; não
ção. adianta então tentar apenas copiar suces
• equações por si só não resolvem comple so do próximo; é preciso algo mais.
tamente problemas técnicos. É necessá • a sociedade não consegue acompanhar
rio ter equipamentos para solucioná-los. com velocidade suficiente o progresso tec
Os americanos procuram a solução pri nológico; o ritmo de aprendizado do as
meiro e as equações depois. pecto social da comunicação é lento. O pe
• o computador é uma máquina complexa queno mundo do Chip depende muito dc
de múltiplas entradas no domínio tempo desempenho das redes de TCs que neh
ral, que o homem precisa dominar. Lncky: desenvolver tecnologia de ponta é um lu se estabelecem; sem comunicações por
• as ligações de hardware, são software fos- xo só para os desenvolvidos. tanto não se tem microeletrônica.
N o s l a b o r a t ó r i o s B e l l , a s
f r o n t e i r a s d a t e c n o l o g i a
Os laboratórios americanos da Bell, ou Bell Ijibs, do grupo A T& T ,
são conhecidos no mundo inteiro, não fosse o fato de terem descoberto o
transistor, o pequeno-gigante que, veio revolucionara eletrônica.
“O microprocessador é a grande inven Bell, que conta com um orçamento de 1 bi O projeto dos circuitos integrados, nào
ção do século, mas ainda há muito caminho lhão de dólares dos quais “ 10% são dirigi é mais feito manualmente e sim empregan
a percorrer”, disse o convidado americano dos para pesquisa e o restante para enge do técnicas altamente automatizadas. Neste
Robert Lucky, na palestra inaugural do 1 ? nharia de sistemas”. ponto o palestrante disse “o que hoje se pro
Simpósio Brasileiro de TCs. Aspecto jovial, cura é uma máquina que aceita de um lado
nào apresentando a faixa etária dos quaren Microeletrônica moedas (muitas) para mostrar no vídeo o
ta e cinco que deve possuir, alerta e dizen Inicialmente, Lucky mostra uma foto de chip que se precisa”.
do o que pensa, este cientista é IMretor Exe uma pastilha de silício (chip) de 1 micron Todo o engenheiro, pelo menos na visão
cutivo para Pesquisa em Ciências da Comu por 1 micron de superfície suportanto for do diretor da Bell, principia hoje a ter no seu
nicação, do Bell Labs, onde ingressou em mações com apenas 300A° (0.03 microns) local de trabalho um terminal de vídeo, no
1961. de espaçamento entre linhas adjacentes. E qual pode preparar tranqüilidade a “recei
Falando em inglês, sem tradução simul vem rápido o comentário: “Estamos nos ta” de seu próprio chip. Depois é só enviar
tânea (aparentemente sem dificuldade pa aproximando do limiar atômico da integra o projeto para uma das “fundições” espe
ra os participantes do Simpósio), Mr. Lucky, ção” e isto significa “componentes mil ve cializadas em “preparar silício” e, zás, se te
um aficcionado de videogames que ele mes zes menores do que os atuais equivalentes rá o componente acabado.
mo projeta, desfila uma série de slides ao a 1 bilhão de transistores por pastilha o que Optoeletrônica
mesmo tempo que desenvolve o tema de sua será obtido até o fim deste século”.
palestra: “Os problemas que atualmente Os componentes serão também mil ve A optoeletrônica é uma área “quente" de
são pesquisados em TCs”. zes mais rápidos do que hoje. A conjugação grande progresso, aonde as coisas aconte
Deixando escapar “que estamos no pro dos dóis efeitos (diminuição de tamanho e cem disse Lucky. A AT&T experimenta ho
cesso de quebrar um belo sistema telefôni maior velocidade) irá se traduzir por dispo je sistemas de diversidade (a mesma infor
co”, no que se referiu à recente decisão ju sitivos um milhão de vezes mais poderosos mação por dois meios distintos) usando mi
dicial americana imposta para o desmem do que os atuais e o projetista poderá se dar croondas convencional e raios leiser.
bramento da AT&T, explicou que o fato não então ao luxo “de gastar transistores à Uma rede de fibras ópticas para comu
deverá afetar o trabalho dos Laboratórios vontade”. nicação à grande distância deverá cobrir os