Page 8 - Telebrasil - Julho/Agosto 1983

TB — Como V.Sa. vê o futuro das teleco­ no nosso crescimento. O fato de conti­

municações no Brasil? nuarmos crescendo, apesar das dificul­

DEN — Acreditamos que o nosso setor, dades conjunturais, é uma afirmação in­

dentro da conjuntura nacional, mostra contestável de que podemos acreditar 1

um comportamento que nos permite no futuro das nossas telecomunicações. I

acreditar que a redução no seu cresci­

mento não chegará a afetar o desenvol­ TB — V.Sa. acha que a Telebrasil tem I

vimento dos demais setores de atividade a tingido, como Associação, os anseios ou I

da Nação. Temos um razoável parque as reivindicações do setor de teleco- I

fabril, que vem respondendo satisfatori­ muni cações? I

amente ao nosso crescimento tecnoló­ DEN — Acredito que sim. Mas também I

gico. Temos mostrado, principalmente, acredito que ela possa atender ainda I

condições de crescer, abaixo, é claro, do mais, a partir de quando houver uma I

necessário, mas, mesmo assim, dentro participação mais efetiva de todas as I

de taxas aceitáveis. Breve, teremos o empresas do setor na Associação. Quem I

nosso satélite doméstico, aspiração que sabe não se possa acolher na direção da I

não havia sido alcançada nem mesmo Telebrasil um maior número de dirigen- |

em anos melhores para a economia bra­ tes de empresas? Certamente que essa I

sileira. Estamos bem distantes, ainda, será uma via que fará a Telebrasil en- I

de nações que alcançaram níveis de de­ tender e responder, com voz mais efe- 1

senvolvimento tecnológico impressio­ tiva, a esses anseios e reivindicações. I

nantes, mas nos perguntamos — qual a

nação que no curto período de 18 anos TB — V.Sa. tem alguma sugestão para I

A Catedral de Brasília é um dos mais terá conseguido mudar tanto, e para dinamizar a linha editorial da Revista I

arrojados e modernos monumentos ‘ m elhor, o seu setor de telecom u­ Telebrasil? I

arquitetônicos do mundo.
nicações? DEN — Sendo o nosso setor prevalente- 1

E bom lembrar que já somos capazes mente técnico, necessita cada vez mais

de produzir fibras ópticas, equipamen­ de uma tribuna onde os seus assuntos

tos digitais de transmissão e em vias de principais sejam abordados e discutidos,

das situam-se em locais da área central alcançar o domínio da tecnologia que dentro de uma linha editorial ampla e

de Brasília, mais policiada e mais movi­ nos permitirá produzir equipamentos independente. Consideramos que a Re­

mentada. de comutação temporal. Finalmente, vista Telebrasil vem atendendo perfei­

consideramos que o atual estágio das tamente a esses dois aspectos, trazendo

TB — Quais as perspectivas da empresa nossas telecomunicações já não permite aos integrantes do setor uma leitura de

para o corrente ano frente às restrições estagnação. A própria sociedade, cada excelente nível e como tal tem contri­

conjunturais? vez mais ávida de melhores condições de buído para a formação intelectual dos

DEN — A Telebrasília tem como uma comunicação, não aceitará uma parada nossos técnicos e administradores.

das suas políticas básicas crescer o estri­

tamente necessário, no lugar certo e so­

mente às expensas de recursos não exi­

gíveis. A adoção dessa política tem pro­

porcionado à Telebrasília, nos últimos

exercícios, manter a despesa financeira

— que é, atualmente, a principal res­

ponsável pela elevação dos custos opera­

cionais das empresas estatais — em ní­

veis totalmente inexpressivos. Assim,

apenas com ajustes internos, tem sido

possível manter o seu curso, sem ser

diretamente influenciada pelas injun-

çõe8 externas.

TB — Como V.Sa. vê o problema da polí­

tica salarial no setor, diante do achata­

mento dos salários mais elevados?

DEN — A questão, obviamente, trans­

cende à esfera de competência da dire­

ção da empresa, mas os reflexos dessa

política já se fazem sentir. O pensa­

mento da Telebrasília é de que nos cabe,

a cada um, uma parcela de participação

no sacrifício imposto ao país. Enfim,

acreditamos que o Sistema Telebrás sa­ Cel. Danton Eifler Nogueira, presidente da Telebrasília: 'A companhia

berá descobrir fórmulas que contem­ apresenta, no momento, uma densidade de 18,4 telefones por 100 habitantes,

plem o interesse de nossos profissionais, no Distrito Federal, embora em Brasília essa densidade alcance o índice de 55,4".

motivando-os à permanência no setor.