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foi feita uma expansão muito grande, de
modo que passamos de 31.000 terminais
no Estado para 59.000. Mas no interior
ainda temos muita coisa a fazer.
TB — Nesse caso qual é o planejamento
para 83?
Telamazon — Basicamente atender o
crescimento vegetativo de Manaus, con
tratando mais 6.000 terminais. No in
terior do Estado já temos acertos com a
telamazon Embratel para colocar estações terre
nas nas localidades de Labre, Acre e
Carauari. No Baixo Amazonas, várias
cidadezinhas podem ser atendidas por
Paulo Renato Dewes Scherer UHF mesmo, partindo de Itacoatiara e
Parintins e pretendemos atender a três
ou quatro delas. Mas tudo está depen
dendo da aprovação do orçamento.
TB ~ A Telamazon tem alguma carac
terística que a diferencie entre as em TB — Como é resolvido o problema da
presas da Região Norte? manutenção?
Telamazon — As características do Telamazon — Onde há PS, contrata
trabalho são a enorme extensão terri mos as Prefeituras para operá-los e no
torial, a concentração de 60% da popula caso de pane, deslocamos um técnico
ção na capital e 60 localidadezinhas es que, em função do local, pode levar até Prédio da Alfândega, em Manaus, uma cons
palhadas, quase que uniformemente uma semana de viagem. Ipixuna fica a trução da época dos ingleses.
pelo Estado todo. Os troncos da Embra- 1.600 km de Manaus. Onde há serviço
^ 0 Manaus-Relém, em tropodifu- automático, a Telamazon adotou, por
são, e o Manaus-Porto Velho — abran economia, a manutenção de um enge das. Hoje usamos mais o avião, porém
gem o terço oriental do Estado e os res nheiro fixo que faz, também, a parte de com esse programa dos municípios mu
tantes 2/3 não têm qualquer meio de co gerência. Já estamos com sete enge dos tivemos que atender mais 24 locali
municação confiável. Então, a única nheiros nesta situação. E há o problema dades e a maioria delas não tem aero
solução para atender estes 2/3 é o sis porto, o que está fazendo voltar o proble
de locais muito isolados, como Carauari, ma do barco em larga escala.
tema via satélite. Hoje temos uma esta no Rio Juruá, onde a Petrpbrás desco
ção terrena na capital e mais três no in briu uma reserva de gás, possivelmente
terior: Tefé. Coari e Tabatinga. Taba- igual a da Sibéria, que vai alimentar a TB — E como íica o problema de recur
tinga, na fronteira com a Colômbia, está sos humanos?
Europa toda. A nossa já tem 15 bilhões/ Telamazon — O Distrito Industrial da
fazendo tráfego fronteiriço de Letícia m ‘ medidos e se chegar aos 25 bilhões da
para o Brasil. A Telamazon tem hoje, no Suframa, que é voltado quase que só
russa, justificaria um gasoduto até S para a eletrônica, exigiu que se implan
interior, 11 estações automáticas, das Paulo com 3.000 km.
quais quatro servidas por satélite e um tasse em Manaus uma série de organis
total de 60 PS, que fazem parte do sis TB — Como é feito o transporte dos mos de treinamento de pessoal e resol
tema tropo do interior do Estado. Na ca equipamentos? veu o nosso problema também. De cinco
pital temos 54.000 terminais instalados, anos para cá, começaram a formar-se os
Telamazon — O transporte é de barco engenheiros operacionais de TCs da
e praticamente estamos conseguindo ou avião, pois exceto para Humaitá, íta-
atender a demanda. Neste último ano Universidade Tecnológica da Amazônia
coatiara e Maracapuru, não há estra — UTAM — e hoje temos cerca de 20
deles na empresa. O nível técnico dispõe
de uma escola bastante boa. Quando en
tra um equipamento novo, mandamos o
pessoal fazer o curso no próprio fabri
cante e, nos casos em que a Telebrás tem
o pacote pronto, eles vão para Brasília.
TB — O que significa o satélite domés
tico para a Amazônia?
Telamazon — É imprescindível, sem o
satélite não conseguiríamos fazer quase
nada e hoje já existem umas 10 ou 12 lo
calidades onde a demanda reprimida é
alta. Temos um programa já acertado
com a Embratel que vai até 1990, pelo
qual serão colocadas mais três estações
terrenas em 83. Em 84 outras quatro ou
Em Ponta das Lajes, bem no encontro das
águas dos rios Negro e Solimões, é onde
ficam as estações Costeira e de
Microondas da Embratel.
Telebrasil, Novembro/Dezembro 82