Page 25 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1981
P. 25
P O L ÍT IC A I N D U S T R I A L / comutação eletrônica com programa armazenado
No setor industrial, o Brasil adota a política de substituir (CPA), mas é de se esperar que, após as dificuldades ini
importações. Primeiramente, com o aproveitamento da ciais, o mercado se condicione e se acomode, até mesmo
instalação no país de indústrias estrangeiras tradicio porque, vencida a atual fase de desaceleração, o país se
nais. Para evitar a verticalização, tem encontrado a coo apresentará novamente como um dos bons mercados
peração destas empresas, com a cessão de tecnologia e para telecomunicações. (Ver Gráficos 3 e 4).
de encomendas. Também tem sido incentivada a cria
ção de empresas nacionais de pequeno e médio porte Conquanto o processo de divisão de mercado tenha
com tecnologia própria, ou industrializando produtos sido aplicado entre fornecedores pré-selecionados na
desenvolvidos em centros de pesquisa da Telebrás ou área de comutação pública, a sistemática prosseguiu
de universidades. sendo a de livre concorrência, visando, também, evitar
a pulverização do mercado e o monopólio. A reserva de
As encomendas de equipamentos de novas gerações mercado para significativa gama de produtos da indús
tecnológicas têm sido condicionadas à nacionalização tria nacional se ampliará com a inclusão dos equipa
da empresa e à transferência de know -how . A realiza mentos do segmento terrestre das comunicações via sa
ção dessa política encontrou algum tropeço na área de télite.
Mercado Total Brasileiro de Componentes Eletrônicos
Mercado Brasileiro de Equipamentos Eletrônicos Ativos + Passivos + Eletromecánicos
I
Milhões de dóalares Milhões de dólares
Total geral
Comunicações total
Radiodifusão
Telecomunicações
Gráfico 4
Gráfico 3
A criação da Embratel (1965), gido para a nacionalização da in consequências, ultrapassando a
área estritamente tecnológica,
dústria, que hoje atinge 85%, e da
do Ministério das Comuni
cações (1967) e da Telebrás (1972) tecnologia, onde está sendo reali irão modificar o próprio compor
deu às telecomunicações brasilei zado um grande esforço. tamento humano. Para tanto,
ro a estrutura sistémica neces busca-se transformar nossa cul
sária. A estrutura fragmentada A política do Governo dirige-se tura de telecom unicações de
anterior foi unificada sob geren ainda para a abertura do leque analógica para digital. O uso das
ciamento estatal, com a redução dos serviços à disposição dos técnicas digitais tenderá a homo
do número de concessionárias, de usuários, principalmente das geneizar a estrutura do sistema, e
cerca de 800, para aproximada grandes organizações, pelas pers vai garantir o ingresso do país na
mente 30. pectivas e necessidades que se Era da Informação, a grande re
A nova organização das teleco apresentam notadam ente no volução próxima e inexorável. A
municações solucionou os proble campo da teleinformática. Nesse integração total do país será com
mas de viabilidade econômica e sentido, procura-se adaptar o p^aís pletada, geograficamente, pelo
qualidade dos serviços. Estru a esta nova era, já claramente deli uso do satélite, que fará a interli
turado, desta forma, o sistema, o neada e para onde nos encami gação mesmo com os pontos mais
esforço governamental foi diri nhamos irreversivelmente, cujas remotos do território nacional.