Page 19 - Telebrasil - Março/Abril 1981
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O SISTEMA Central de Controle Interno — Secin COLLARESVE
que funciona na estrutura da Seplan, e que,
BRA$CHEQUE a médio prazo, englobará todos os sistema RECESSÁO COMO
CONTROLARÁ de processamento de dados em operação CAUSA DO
ou que vierem a ser criados no âmbito do
AS ESTATAIS Governo. DESEMPREGO
Com o decreto elaborado pelo Ministério O presidente do Sindicato da Indústria da
do Planejamento, cria-se no Brasil uma Aparelhos Eletrônicos do Rio de Janeiro e
centralização financeira jamais vista no vice-presidente da Federação das Indústrias
país, através de uma caixa única do Tesou do estado, Haroldo de Barros Collares
ro Nacional no Banco do Brasil. Chaves, declarou-se contrário a mudanças
na lei dos salários, porque “ se.a lei for re
Institui-se um sistema de retirada parcela
vogada, as greves vão voltare teremos um
da do dinheiro dessa caixa, para uso por
problem a social de co n sequências
parte das organizações públicas, que eli
imprevisíveis”
mina a liberdade delas utilizarem o dinhei
ro quando e para o que lhes parecer melhor.
Ele defendeu manutenção dos reajustes se
O sistema, que funcionará com talão de
mestrais porque “ com uma inflação de
c h e q u e s e s p e c ia is , d e n o m in a d o
cerca de 100%, os trabalhadores não po
BraSchcque pelo ministro Delfim Neto,
dem esperar um ano pelo aumento do
autor da idéia, visa a congelar a realimcnta-
salário” . Além disso, a redução do poder
Ção inflacionária por parte das organiza
ções públicas. de compra acabaria afetando ainda mais as
empresas.
Com a entrada em vigor do decreto ela
borado pelo ministro do Planejamento, to
Depois de afirmar que “ mexer na lei trará
das as empresas estatais (como Telebrás,
mais malefícios do que mantê-la como
Codevast, ECT e EBTU), as autarquias fe
está” , o Sr. Haroldo Collares rebateu os
derais (como Sudcpc, INPS, Sunamam e
argumentos de que a lei salarial está provo
DNER), as sociedades de economia mista
cando aumento do desemprego. Na sua
(como Petfobrás, CVRD, Nuclebrás e Delfim: nível de empregos não cresce como opinião, o desemprego aumenta “ porque o
Portobrâs), as instituições financeiras fe crescia, mas não há desemprego. país está entrando cm recessão’ ’
derais (como Banco do Brasil, BNDE,
BNH e Caixa Econômica), os ministérios, PARA DELFIM,
Sobre a crise na indústria eletrônica, que já
as instituições militares do país. e os fun NÃO HÁ AUMENTO
dos especiais administrados pelos minis resultou na demissão de 20 mil pessoas, o
térios militares e outras áreas de segurança DE DESEMPREGO empresário disse que a área mais afetada no
nacional, perdem a flexibilidade financei O ministro do Planejamento, Delfim Neto, Rio de Janeiro c a da indústria de equipa
ra de que desfrutaram até agora. garantiu que a taxa de desemprego no Bra mentos para telecomunicações, que teve
crescimento zero no ano passado, devido
sil não está aumentando. Pelo contrário,
De acordo com os técnicos do Ministério afirmou que as variações mensais têm que ao corte nas encomendas do Governo.
do P lan ejam en to , com o sistem a ser corrigidas pelas variações estacionais,
BraScheque as organizações públicas fe mas todos os anos há variações de um mês Acha, porém, que a situação tende a me
derais, cujo número é superior a 600, só para o outro. Em outras palavras, segundo lhorar, porque “já chegamos ao fundo do
poderão mobilizar recursos do Tesouro disse o ministro, não está acontecendo um poço, então, agora, a tendência é retomar
com o uso dos cheques especiais, dentro de aumento significativo de desemprego, e mos algum alento". Citou, como sinal de
um l imite definido em função de um crono- sim o nível de empregos já não cresce melhora, a “ implantação da realidade tari
grama de desembolso, com a identificação como crescia. fária nos serviços de telecomunicações,
das despesas. que resultará em maior soma de recursos
Contudo, Delfim Neto comentou que este para seremaplicadospelaTelebrás.ea volta
O poder de saque do BraScheque será ba fato é normal, uma vez que temos nossa das aplicações do Fundo de Telecomunica
seado em receitas rigorosamente definidas táxa de crescimento condicionada pelo ções.
pelo Ministério do Planejamento, e con balanço de pagamento. “ O Brasil vai con
troladas pela Sest (Secretaria Especial de tinuar crescendo 5 a 6% e nós vamos conti
Outros diretor do Sindicato da Indústria de
Controle das Empresas Estatais). nuar absorvendo a mão-de-obra corres
Aparelhos Eletrônicos, Heraldo Borges
pondente a esta taxa. Nós não podemos Teixeira, lembrou que, se a Telebrás enco
Até o final do ano, o Governo instalará o crescer mais do que nos permite o balanço
serviço de auditoria de programas e proje de pagamento’ ’— disse. mendar, como pretende, 380 mil linhas, a
tos, com o propósito de acompanhar a exe situação não se agravará. E, como a Tele
brás já está terminando os pagamentos de
cução dos cronogramas físicos e financei Enfatipmdo que espera que inflação caia,
ros de todas as obras públicas e centralizará o ministro comentou ainda que o Brasil juros e amortizações relativos a sua instala
no Ministério do Planejamento o serviço precisa aumentar a taxa de poupança para ção, ‘ ‘é possível que em 1982 não dependa
de auditoria contábil, hoje distribuído en poder financiar de forma não inflacionária mais de verbas orçamentárias, podendo
tre serviços a nível ministerial ou das gran os projetos que estão em curso, e assim aplicar seus recursos” . Comentou que, do
des empresas estatais. Os dois serviços de er dar emprego a todos. contrário, em poucos anos o sistema bra
sileiro de telecomunicações estará deterio
auditoria ficarão subordinados à Secretaria
rado.