Page 15 - Telebrasil - Março/Abril 1981
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Na palestra do diretor-geral da  Unesco na Emhratel, José ('arias  Barbosa de Oliveira,  da Fundação Roberto Marinho; Geraldo Holanda

                     Cavalcante, embaixador do Brasil na Unesco; Amadou-Mahtar M' Bow; Rònudo VillarJ- urtado% secretário-geral do Minicom; Cláudio Figuei­



                     redo,  secretário de Aplicações Tecnológicas do Ministério da Educação e C  ultura.  Gustavo l.opes,  representante da Unesco no Brasil; Luis

                     Sérgio Coelho Sampaio,  VP da Embratel.


















                             M’Bow mostrou-se preocupado com a                                                                            Segundo ele,  os  países em  desenvolvi­                                                                          nasceu,  em  1921.  Em  1951,  concluiu  o


                      redução da ajuda dos  países desenvolvi­                                                                            mento devem fazer todos os esforços pos­                                                                          seu curso  Universitário na Faculdade de



                      dos às nações em desenvolvimento — se­                                                                              síveis,  apesar das  suas dificuldades  na­                                                                       Letras de Paris. De  1953 a 1957, foi dire­


                      gundo ele,  esta  redução, já  identificada                                                                         turais,  para desenvolver sua capacidade                                                                          tor do  Serviço de  Educação de  Base  e



                      claramente,  trará conseqüências graves.                                                                            científico-tecnológica e cultural,  dentro                                                                        chefe das Missões de Educação de  Base


                      O diretor-geral da Unesco defendeu tam­                                                                             da filosofia do direito de acesso à  infor­                                                                       (alfabetização,  educação  social  e desen­



                      bém a integração dos países em desenvol­                                                                            mação que  o  homem  possui,  pois  so­                                                                           volvimento comunitário).  Nomeado mi­


                      vimento entre si, sem excluir no entanto,                                                                           mente assim será possível o equilíbrio en­                                                                        nistro da Educação Nacional e da Cultura



                      o  r e l a c i o n a m                    e n t o   c o m                 o s   p a í s e s                         tre as nações.  A utilização dos meios de                                                                         do primeiro Governo senegalês, no perío­


                      desenvolvidos:  “ Não deve  haver países                                                                            comunicação de  massa,  paralelamente  à                                                                          do de autonomia interna, em  1957, ocu­



                      em desenvolvimento que não possam fa­                                                                               expansão cada vez maior desses meios, é                                                                           pou  o cargo até o ano seguinte,  quando


                      zer ouvir a sua voz.  Isso é inaceitável. O                                                                         um dos recursos de qué dispõem os países                                                                          passou  para a pasta da Cultura e Juven­



                     Terceiro Mundo deve ter acesso a tudo.                                                                             •em desenvolvimento para dar ao povo o                                                                              t u d e ,   exercendo  ainda  o  mandato  de


                      Ainda sobre este aspecto das relações in­                                                                           acesso às informações tecnológicas, cien­                                                                         deputado;  na  mesma época,  foi  conse­


                     ternacionais,  disse  M ’Bow que  “ a  voz                                                                          tíficas e culturais.                                                                                               lheiro da  Comunidade  de  Saint-Louis.



                     dos países em  desenvolvimento é  muito
                                                                                                                                                 Para  M             ’ B o w ,   a  informação  l i v r e   e

                      importante  para  o  equilíbrio  mundial.                                                                                                                                                                                             Foi  eleito  subdiretor-geral  da  Unesco
                                                                                                                                          equilibrada é fundamental para a compre­

                      Sem ouvi-los, o mundo não terá a liber­                                                                                                                                                                                               para o período de  1970 a 1974; neste ano,
                                                                                                                                          ensão dos  problemas da humanidade e

                     dade que  todos  nós  almejamos.  Desen­                                                                                                                                                                                               foi eleito presidente e reeleito em  1980.
                                                                                                                                          suas  soluções,  e  um  povo  bem  infor­

                     volvendo a capacidade de serem ouvidos
                                                                                                                                          mado, alfabetizado, dará condições para


                     pelos grandes países, os povos menos de­                                                                                                                                                                                                      Esta  longa  vivência como homem de
                                                                                                                                          que seu país seja ouvido e tenha o direito

                     senvolvidos conceberão uma visão geral                                                                                                                                                                                                 educação e ciência em seu país e na Orga­
                                                                                                                                         de receber e transmitir informações a ou­

                     do  mundo.  Esta  visão será confrontada                                                                             tros povos.                                                                                                       nização das Nações Unidas deu a Ama-



                     m a i s   t a r d e ,   q u a n d o   todos  p u d e r e m                                                                                                                                                                             dou-Mahtar M’Bow  uma grande  sensi­



                     falar.”                                                                                                                   O SENTIMENTO DO 3.  MUNDO                                                                                    b i l i d a d e   aos  problemas  do  Terceiro

                                                                                                                                                                                                                                                            Mundo, que se reflete na defesa da soli­

                                                                                                                                                A  preocupação  do  diretor-geral  da                                                                       dariedade como meio de construir, em es­

                     O acesso à informação
                                                                                                                                         Unesco com o Terceiro Mundo tem  raí­
                                                                                                                                                                                                                                                            cala  m u n d i a l ,   uma  nova ordem econô­

                           M’Bow defendeu o direito de acesso à                                                                          zes em sua atuação na área de educação                                                                             mica, social e cultural que transcenda os



                     informação dos indivíduos e das nações.                                                                            em seu país de origem, o Senegal, onde                                                                              egoísmos nacionais.
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