Page 9 - Telebrasil - Maio/Junho 1981

T — E que reações se espera que os usuá­ videotexto ainda não tenha atingido a

rios venham a ter? massa. Ele atinge uma fatia dessa massa,

aquela que já está consciente e tem ne­
G Nós acreditam os que, na m edida cessidade desse tipo de inú mnaçôes. Vai

em que pudermos esclarecer bem, atra­

vés de uma boa comunicação de massa, ser gradativa a sua difusão até a massa,

os reais objetivos e a justeza desse m é­ mas eu não tenha a m enor dúvida de

todo de tarifação, a reação será pequena. que isso vai acontecer. Acredito que,
quando Graham bell começou a montar

A Telepar é uma das pioneiras na sua primeira companhia telefônica, ele

criação das centrais de informações, ao teve que restringir, quem sabe, dos 100

instalar a central de fretes. Qual tem sido milhões de habitantes que os Estados

o seu desempenho? Unidos já tinham naquela época, a pres­

tação do seu serviço a mil, dois mil ou

G — N ós esta m o s ain da num a fa se três mil. Hoje, nos Estados Unidos, não

preliminar; já está funcionando a central tem telefone quem não quer. Houve,

de Maringá e a aceitação tem sido muito mesmo, na época em que Graham bell

boa. Vai melhorar mais ainda, na me­ começou a oferecer o serviço telefônico,

dida em que a Secretaria de Transportes quem questionasse a sua validade, e

do estado do Paraná puder fornecer ou­ achasse que aquilo era uma coisa muito

tros tipos de informações aos caminho­ curiosa, do ponto-de-vista científico,

neiros, além da própria necessidade de mas de pouquíssima aplicabilidade prá­

frete. Informações, por exemplo, sobre tica. Eu tenho até a copia de um recorte

os melhores caminhos que os motoristas de um jornal americano da época, di­

devem seguir. A Secretaria de Transpor­ zendo que o telefone realmente era uma

tes tem program as de com putadores curiosidade científica, m asque, <*/;? /er­

que escolhem os caminhos mais econô­ mos; >/•«itk'< )s, (7(• iriíi ser como, hoje, o vi-

micos para cada trajeto. Isso vai econo­ deofon e, que pouca gen te tem. Mas,

mizar tempo e combustível, e vai forne­ um século se passou e estão aí, hoje, 500

cer informações muito úteis sobre que milhões de telefones em todo o mundo,

rotas devem ser evitadas e quais devem e ,i mesma coisa vai acontecer com o vi­

ser preferidas pelos caminhoneiros.
tive visitando a Telegoiás, ha pouco deotexto, e com coisas semelhantes.

tempo; eles foram pioneiros na implan­

T — Houve uma ênfase, na sua primeira tação, no brasil, de um sistema em que o

resposta, na multimediçáo por tempo. morador ila capital pode discar um có­

Seria possível explicar um pouco digo e e atendido por um conjunto de

melhor? moças do INTS, moças treinadas, que Telebrasil — A Telerj come­
çou a usar a multimediçáo, re­

marcam as consultas, escolhendo os me­ © centemente, no Rio de Janei­

G — Eu quis dizer que as chamadas lo­ lhores postos de atendimento, para evi­ ro. Quais são os resultados

cais, hoje, são contadas, ou seja, o nú­ tar deslocamentos inúteis desses usuá­ que a empresa espera?

mero de chamadas é medido. Mas nós rios dos senáços do INTS. Assim, a po­

estam os com putando um único pulso pulação de Goiânia, de quase 500 mil ha­

por chamada, independentemente do bitantes, pode evitar filas, poupar com­ Souto — Bom, nós esperamos, com isso,

tempo de duração. De agora em diante, bustível e daí por diante. Essa é uma po­ primeiro a melhoria do tráfego, já que os

a partir de julho, nós vamos, para cada tencialidade do nosso sistema, e eu acre­ usuários tomarão mais cuidado com o

chamada, contar um número de impul dito que, em breve, isso estará sendo fei­ tempo de conversação. Segundo, é evi­

sos que será proporcional à duração des­ to em todo o Brasil. Da mesma maneira dente, poderá ocorrer melhoria na arreca­

sas chamadas. que esse exemplo foi mencionado, exis­ dação. Em resumo, são os resultados que

tem inúmeros outros, e esses estão limi­ esperamos.

T — O Paraná é um estado extrema­ tados apenas pela nossa imaginação:

mente dinâmico e de grande futuro eco­ aquilo que conseguimos imaginar tere­

nômico. A Telepar tem no seu planeja­ mos possibilidade de fazer.

mento alguma coisa fora da área estrita­

mente telefônica? T — A curto prazo, existe intenção de

oferecer outro tipo de serviço, como o

G — Eu diria o seguinte: nessa Socie­ fac-símile etc.?

dade da Informatização que está domi­

nando o mundo atualmente, e que vai G — Esse serviço nós já estamos pres­

abrangê-lo de forma definitiva, quem tando, em 26 cidades, se não m e en­

sabe, nas próximas duas décadas, há um gano, através de postos públicos.

princípio que é muito válido: o limite das

potencialidades da Era da Informatiza­ T — Quando uma empresa vai oferecer

ção é a imaginação humana. Como esta um novo serviço, a imaginação tem um

tem poucos limites, o infinito é o limite. grande peso. Mas, além da vontade da

Então, nós poderem os prestar inúmeros empresa, existe também a necessidade

tipos de serviços, desde que nossa con­ de venda e aceitação dos serviços pelo

cessão como empresa de telecomunica­ público. O Brasil precisa adaptar-se so­

ções o permita. E nós estamos tratando cialmente a certas modificações. O vi­

de explorar isso, na medida em que não deotexto, por exemplo, vai "pegar"?

hou ver restrições, em termos de conces­

são de nossa companhia; nós tentare­ G —^ Eu acredito qu e sim. Evidente­

mos explorar todos os espaços vazios. mente, ele não é uma coisa que estivesse

Eu posso dar um pequeno exemplo, em ­ sendo usada maciçamente pela popula­

bora ligado ainda à telefonia, mas é um ção, se tivesse sido implantado no Brasil,

exemplo útil: a marcação de consultas hoje. Acredito que, mesmo nos Estados

médicas do Inamps pelo telefone. Eu es- Unidos, ou na Alemanha, ou no Japão, o