Page 72 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1981

serviço que já começa a ser incremen­ — ‘ ‘links’ ’ entre o lar e o escritório, lar-
tado e considerado, nos Estados Unidos, escola etc...
parte dos custos das Campanhas Políti­
cas. A vantagem desse serviço é ofere­ A TV por cabo já começa a servir de ins­
cer áos candidatos a oportunidade de se trumento para a solução de problemas de
dirigirem a seus eleitores, especifica­ tráfego, urbano e interestadual; um dis­
mente, enquanto que, pelo sistema con­ positivo de ajuda para que os habitantes
vencional de TV de circuito aberto, cer­ das cidades desenvolvam, cada vez
tamente atingirá áreas e eleitores fora de mais, seu senso comunitário.
sua zona eleitoral (no nosso País é o caso
das geradoras que atingem dois ou mais Finalmente, haveremos de ficar estarre­
Estados). cidos quando um certo número de canais
começarem a transmitir 24 horas por
Alguns sistemas estão oferecendo, dia: Um canal com um jornal; outro
atualmente, programas especiais em ca­ apresentando uma orquestra sinfônica
nais extras. Por uma pequena taxa de tocando-Beethoven, Brahms ou
programa ou do canal extra, os assinan­ Schubert; outro oferecendo nada menos
tes podem assistir a filmes em primeira que um curso de idiomas, com repetição
exibição, eventos esportivos especiais, final e muito mais matéria cultural; ou­
shows culturais ou de entretenimento, tro, ainda, dando-nos argumentos políti­
não acessíveis pela TV convencional. O cos dos partidos e de seus candidatos,
assinante poderá alugar um canal extra, sejam governo ou oposição e, final­
por determinado período para assistir, mente, outro oferecendo um curso mun­
por exemplo, a todas as transmissões dial de drama baseado em centenas de
dos teatros de ópera ou alugar apenas de­ gravações produzidas em 40 ou 50 paí­
terminado programa de seu interesse. ses diferentes.
Esses programas e os canais extras espe­
ciais não se incluem na assinatura do ser­ Com essa visão f u t u r a a R e v i s t a
viço básico do sistema de TV por cabo. “ T i m e ” c h e g o u a a f i r m a r
“CATV” pode transformar o “ way of
life” do país, podendo os Estados Uni­
Com visão futura, a TV por cabos pode
dos passarem a ser a própria “ Nação-
mudar todos os conceitos de programa­
ção atuais. A idéia da criação de progra­
mas especiais elaborados e dirigidos a
A regulamentação do serviço, entre nós,
audiências específicas, sejam minoria,
juventude, velhice, homens ou mulhe­ ainda em fase de estudos, prevê o esta­
b e l e c i m e n t o d o s s e g u i n t e s
res será, brevemente, uma realidade na
especiais:
comunicação por cabos. Com a utiliza­
ção do cabo bidirecional, o seu TV co­
1. Canal Comercial — destinado a trans­
meça, eventualmente, a ser um verda­
m i t i r programação de qualquer nature­
deiro centro de comunicações do lar, um
za, juntamente com mensagens publici­
terminal capaz de receber e enviar infor­
tárias comerciais.
mações .
2. Canal Educativo — destinado a trans •
mitir, exclusivamente, programação
As possibilidades da Cabodifusão são,
educativa e/ou cultural, sem inserção de
de fato, ilimitadas:
qualquer tipo de mensagens publicitária
comercial.
— serviços de fac-símile para dar-nos
3. Canal de Entretenimento — desti­
material de informação sobre bibliote­
nado a transmitir programação de entre­
cas , cinematecas, programações
tenimento, sem inserção de qualquer
diversas;
tipo de mensagem publicitária comer­
— “links” de computação para o lar,
cial.
oferecendo ilimitado acesso a informa­
ções especializadas; 4. Canal Publicitário — destinado a
— imagens do comércio, apresentando transmitir, exclusivamente, publicidade
em cores o material exposto nas vitrinas comercial.
das lojas;
— serviços de prevenção contra roubos, A regulamentação, outrossim, obriga as
assaltos, fogo e dispositivos de alarme e executantes do serviço de Cabodifusão a
advertência; retransmitirem todos os canais de TV
em circuito aberto da localidade, sem
qualquer inserção de matéria própria,
desde que não haja manifestação expres­
sa em contrário das respectivas gera­
doras. Poderão executar o serviço as
mesmas entidades que, atualmente, po­
dem executar serviços de radiodifusão.
Quanto à tecnologia do sistema está in­
teiramente dominada pelos brasileiros.
Nada existe, em termos técnicos, que já
não conheçamos e, inclusive, a indústria
nacional já provou a sua capacidade nes­
se campo.
Finalmente, visando coibir o monopólio
da informação, a citada regulamentação
estabelece que a entidade que detenha
ato de outorga para execução de serviço
de televisão ou que possua sócio ou diri­
gente pertencente a entidade concessio­
nária destes serviços, só poderá ser per-
missionária de Serviço de Cabodifusão
se comprovar situar-se a área de instala­
ção de seu sistema além do contorno 3
de serviço das emissoras de televisão de
que for concessionária. Excetuam-se
dessa proibição as entidades concessio­
q u e nárias de televisão educativa.
Além dos serviços especiais acima men­
cionados, e que são, por sua própria na­
tureza, os mais importantes, outros há
que ainda estão aguardando regulamen-
t a ç ã o . A s s i m , m e n c i o n a r e m o s o
“ Serviço Especial de Televisão em Cir­
c a n a i s
c u i t o F e c h a d o c o m U t i l i z a ç ã o de
Radioenlace” e o “ Serviço Especial
Multiplexado em Canal de Radiodifusão
Sonora em Freqüência Modulada’ ’.
O primeiro destina-se a gerar e/ou re­
transmitir imagens e/ou sons, através de
radioenlace, com finalidade educativa,
informativa ou recreativa, para atendi­
mento de necessidades próprias de uma
pessoa física ou jurídica, ou ainda de ter­
ceiros .
Esse serviço visa permitir às pessoas fí­
sicas ou jurídicas se comunicarem atra­
vés de circuito fechado de televisão,
X
com utilização de radioenlace. E óbvio
que quando não se usa Radioenlace não
está o serviço submetido aos preceitos
regulamentares. E o caso dos circuitos
fechados de televisão existentes em hos­
pitais, universidades, estações rodoviá­
rias e aeroportos.