Page 10 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1981
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nossos companheiros, mas esperamos Ao lado das características funcionais, como os dados ficam depositados em
não incorrer no mesmo pecado da a central necessita ser definida em re memórias alteráveis eletricamente. As
exorbitância redacional. lação a uma série de dados que variam funções passaram a ser definidas por
conforme a posição da central na fede “ programas” e o condicionamento à
A Terminologia Estrangeira (numeração, entroncamento, tarifa- rede por “ dados” . Os programas es
ção, por exemplo). tão depositados (memorizados) na me
Um dos pontos básicos, responsável mória de programa PS (Program
por barreiras na comunicação interna Uma central convencional tem suas Store) e os dados na memória de dados
cional é a obsessão atual de rebatizar características funcionais definidas DS (Data Store).
em português termos consagrados in- pelos circuitos a relês e cabeação entre
temacionalmente em inglês. Tendo o eles. Os dados sobre numeração, en Como esta memorização é feita eletri
desenvolvimento tecnológico coinci troncamento, tarifação, etc. que camente, obtém-se grande flexibili
dido com a expansão internacional do variam de central para central são re dade nas CPA's pelo recurso de se al
uso da língua inglesa, esta tomou-se o gistrados por meio de interligação de terar “ programas” e/ou “ dados” por
único elo possível de comunicação en pinos em painéis de terminais. meio de periféricos. Esta alteração
tre os membros da comunidade técnica pode incluir novos programas, novos
internacional. O uso do inglês como Vemos, assim, que tanto as funções dados ou alterar/cancelar programas e
meio prático de comunicação deixou como os dados são definidos através dados anteriormente carregados na PS
de ter hoje qualquer conotação política de interligação de fios. As funções de ou DS, respectivamente.
ou nuance de dependência cultural ou finidas na época do desenvolvimento
econômica. da central não são alteráveis (estão de A alteração de funções (programas) e
finidas rigidamente pela lógica de con dados por meio de alteração de fiação
tatos e cabeação interna dos dispositi nas centrais convencionais foi. nas
vos). Os dados, alteráveis conforme a CPA’s, substituída pela alteração do
Os primeiros programas situação da central na rede, são defini conteúdo das memórias, istoé, sem in
das centrais CP A eram tão dos para cada aplicação pela adequada tervenção física. Como esta alteração
interligação dos pinos. Tanto um é feita por meios elétricos, passa-se a
flexíveis que foram como outro obrigam a uma interven ter uma flexibilidade ainda maior pelo
apelidados de ‘ ‘pesadelo ção física na central para uma al fato de os pulsos elétricos poder ser en
teração. viados remotamente: o operador pode
do software
alterar o conteúdo das memórias sem
Com o advento do computador e apli necessidade de se deslocar até a central
cação de sua técnica no controle de CPA em questão.
centrais telefónicas, todas as partes al
Aqui no Brasil vemos uma preocupa teráveis da central foram colocadas Assim como se pode “ escrever” nas
ção exagerada em rebatizar em portu sob controle do CPU (Central Proces memórias de programas e dados, po-
guês termos já inteiramente consagra sing Unit) (figura 1). Tanto as funções de-se também “ ler” seu conteúdo (de
dos intemacionalmente em inglês. As
sim, SPC torna-se no Brasil CPA;
PCM em MCP; CPU em UCP; I/O em
E/S, etc. A preocupação em usar neo
logismos portugueses como tradução
de termos consagrados intemacional
mente começa a tomar os textos nacio
nais de difícil compreensão mesmo
pelos especialistas da área, acostuma
dos com a literatura técnica internacio
nal. A preocupação atual em nacio
nalizar designações é tão grande que
até parece entrarem no cálculo dos ín ü tr
dices de nacionalização de equipa
EQUIPAMENTOS DE CONTROLE
mentos ou no cômputo dos indicadores
CENTRAL
operacionais...
CPU
Flexibilidade nas CPA’S
Memória Memona Per.fê
Uma central comutadora executa uma Dados Programa rico*
grande quantidade de funções lógicas
destinadas a analisar informações, to
mar decisões e acionar dispositivos. Fig I — As duas parles básicas de uma central CPA