Page 38 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1980
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A interação da unidade se dá, em nível de pla Foi considerado um ponto importante “que as
nejamento superior, com o Conselho Mone atividades de planejamento e controle se exer
tário, o Banco Central e a SEPLAN. e em nível çam em todos os níveis da organização” e tam
operacional com agentes promotores, tais bém que “ essas atividades são fundamentais,
como cooperativas, institutos oficiais de previ requerendo um órgão de planejamento e de
dência e companhias de habitação, além de controle investido de necessária autoridade ".
agentes financeiros como as caixas econômicas Opinaram certos debatedores que “as funções
e os bancos comerciais. de planejamento e de controle devem ser exer
cidas separadamente” , no que discordaram ou
Outra exposição que bi acompanhada pela Re tros, visto que “ na atividade de controle exis
vista foi a Petrobrás, cuja missão foi resu tem dois níveis: o da responsabilidade da alta
mida como sendo “ o fornecimento de deriva administração e outro mais descentralizado na
dos de petróleo, ao menor custo global, le linha de execução. O planejamento e o controle
vando em conta a economia de divisas para o são conseqüências um do outro e devem, por
país” . tanto, vir juntos” .
O assunto do grau de centralização e de partici
pação no processo de planejamento foi um dos
Não se deve cair no círculo mais comentados. Um dos debatedores “vê na
centralização maior rapidez no processo, ao
vicioso: inform ação defi
passo que na descentralização vê associada
ciente, planejamento ruim. maior participação, mais de acordo com acul-
túra brasileira.” O tema foi retomado quando
Na seção de encerramento, do dia 8 dc agosto, se disse que ‘ ‘ora devem existir atitudes centra
efetuou-se um painel de opiniões, tendo os pro lizadoras em direção ao alto escalão, ora devem
Conhecidos os recursos de que dispõe, c*ntra a motores do encontro sugerido um esquema de scr descentralizadas, dependendo do tipo de
empresa na fase de programação, que deve le abordagem “ destinado a propiciar um clima de assunto” e também que “ a descentralização
varem conta, inclusive, a incerteza ou risco dos convergência ao debate' ’. Inicialmente fez-se a pode ser de caráter funcional e geográfico’'.
empreendimentos. Segundo o expositor, “ ao distinção entre os aspectos formais do proces
crescer o nível de incerteza, cresce a importân so e os objetivos e as condições de contorno do
cia que deve ser dada ao planejamento, não de planejamento. Quanto ao processo do planeja Quem pouco participa pou
vendo, no entanto, se estruturar demasiada- mento, foram relembrados cinco grandes tópi
mente a apresentação dos planos para não tol cos a serem debatidos: concepção, organiza* co se interessa, daí a desvan
dar a criatividade.” São efetuados os denomi çao, grau de participuçao, tipo de estruturação e tagem de centralizar a ativi
nados Planos de Exploração e de Produção, horizonte temporal. Iniciando*SC com o tema
com horizontes de cinco a dez anos, além do de concepção do plane jamento, discutiu-se se o dade de planejamento.
Plano de Refino, também com horizonte cie dez modelo adotado deveria sei local ou importado
anos. Devem também ser leitos planos para o c ainda st' deveria ser interno ou externo ã cm
transporte marítimo, tanto para construção e presa.
Valiosa contribuição foi trazida quando se disse
uso de navios próprios, como para utilização tf que ‘ * a central ização ou descentralizaçãoé uma
navios fretados. Finalizando o ciclo são efetua Para algumas, "não se pode fugir de tomar tias decisões mais importantes a tomar no pro
dos os Planos de Dutos e de Taneagcns. como base modelos importados e consultores
CXtcmos cm áreas específicas. H queimar eta cesso de planejamento, dependendo da estru
tura administrativa da empresa. No caso de se
Ainda no setor de energia, acompanhou-se pas, sendo útil e conveniente." Já em outros optar pela descentralização, é fundamental ter
também com a maior atenção a exposição rela casos “ os primeiros estudos foram importados boa coordenação, principalmente no tocante ao
tiva à FURNAS, empresa que trata, como se c depois adaptados” . Também há a opinião de t luxo dc informação, senão pode-se cair no cír
sabe, da geração, transmissão e venda cm gros que “ tem-se muito que aprender com o que culo vicioso - falta de planejamento por falta de
so dc energia elétrica na região Sudeste do país. vem dc fora” c ainda que “ a vantagem do país informação c vice-versa” . Foi acrescentado
Criada em 1967, esta empresa conta hoje com cm desenvolvimento é aprender com os erros ainda que “ optando-se pelo planejamento cen
um conjunto dc seis usinas hidroelétricas e três dos outros, devendo-se testar as idéias dos ou tralizado recai-se num planejamento extrema
usinas térmicas, transmitindo energia em ex tros e não aceitá-las, apenas por serem as mais mente integrado, porém, com a gerência pouco
tensão de 10 mil kms e cm tensões dc 345 a 500 modernas” .
interessada, por pouco ter participado”. Algu
quilovolts. mas empresas recorrem a um “ planejamento
No tocante à organização do planejamento,
que não é nem centralizado, nem descentrali
Transmitiu o conferencista o conceito de que, discutiu-se sc esta deve ser feita por função ou zado, ocorrendo uma hierarquia de planos que
no seu entender, “ prever o futuro c antecipar por órgãos, inclusive se questionando caso o se subordinam uns aos outros”
decisões não é planejam ento” , sendo este planejamento e o controle devem ser atribuídos
“ aferir as consequências futuras das decisões ao mesmo órgão.
Respondendo à pergunta sobre os tipos de es*
presentes devendo constituir a referência básica
truturaçãodo planejament, isto é, se é pre
para as próximas decisões a serem tomadas” .
Uns foram de opinião que ” o órgão de coorde ferível um plano único, cuja compatibilizaçãoc
Quanto às características de um bom planeja
nação apenas explicita as incompatibilidades implícita, ou se é preferível ter vários planos
m ento destacou que deve ser “ global c
que podem ocorrer e que devem scr resolvidas a estratégico, tático e operacional, cujacompati*
sistêmico; sistemático e contínuo, além de des
nível da Diretoria Executiva” . Outros se ex bilização c mais difícil, porém de resultados
centralizado e coordenado.”
pressam no sentido de que “ o planejamento c mais ricos, os participantes declararam qin
o controle não devem ser delegados mas sim operam cm três níveis de planos: estratégico,
O ciclo dc planejamento inicia-se na Adminis pertencerem ás áreas executivas, porém, não tático e operacional.
tração Superior, que, .o receber análises e pro devendo ser misturados no mesmo órgão. Isto
postas, dita políticas e diretrizes, toma decisões porque a atividade de planejamento, sendo mais Relativamente ao horizonte dc p la n e ja m e n to
estratégicas e aprova planos para as áreas. Estas difícil, requer ser vencida a inércia das pessoas foi colocado o dilema para saber se é melhor en
tomam decisões técnico-operacionais, deta cm pensar no futuro com realismo c faz com curtar arbitrariamente o horizonte dc planeja
lhando os planos. Por último as áreas elaboram que o controle, sendo mais fácil, passe a obsor- mentos em função da conjuntura ou seu e pre
análises e propostas que são encaminhadas à ver a maior parte do tempo do pessoal nos ór ferível compatibilizá-lo com o prazo de investe
administração superior, reiniciando novo ciclo. gãos executivos” . mento da empresa.