Page 29 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1980
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X P a i n e l T e l e b r a s i l - R e c i f e
Realizado nos dias 29 e 30 de setem bro, no novo Centro de
Convenções do Recife, o X Painel da Telebrasil, sobre o tema
Industria — Pesquisa e Desenvolvimento, revelou um alto grau de
equilíbrio de seus debatedores, mostrando o nível de maturidade
alcançado pelo setor.
O presidente da lelebrasil. Helvécio Gilson, ladeado pelos presidentes da Telebrás e da Telpe, respectivamente, Alencastro e Silva e Gildarte
Giambastiani, abriu as palestras do X Painel Telebrasil
I. Abertura cativa c de peso que tenha sua tecnologia cria a aquisição de nova tecnologia. Os desejos de
da no país. O Brasil vive um momento histórico mercado orientam a indústria de equipamentos
• O Presidente da Telebrasil, Helvécio Gilson, e crítico, no qual pode dar um salto tecnológico e esta, por sua vez, a de componentes. A indús
abriu os trabalhos, ressaltando a importância tio significativo, sem, no entanto, renegar o seu tria de componentes é uma indústria de produ
tema Indústria, Pesquisa e Desenvolvimento passado. Concluindo, disse de sua esperança ção em massa, para a redução do preço. Daí a
para a nova sociedade de informação. Concluiu quanto à retomada do ritmo dos investimentos luta pelo mercado interno e externo.
dizendo que, “ aonde estiverem as telecomuni em telecomunicações. O setor tem aprendido
cações, lá estará a Telebrasil.” com as dificuldades, concluiu • Para o ex-ministro Quandt, tecnologia é o co
nhecimento de processos e técnicas que levam à
2. Semicondutores — Euclides Quandt de Oli fabricação do produto, desde sua idealização
veira - Presidente da Transit. até o produto final fornecido ao usuário. A ati
vidade de desenvolvimento na própria empresa
O Brasil só ocupará o lugar de • No tocante ao tema dos semicondutores, o é fundamental para acompanhar a tecnologia e
destaque quando tiver sua pró presidente da Transit falou que é fundamental a não sucumbir. A simples cópia ou receita de fa
pesquisa e o desenvolvimento, inclusive a inte bricação das empresas que são apenas monta
pria tecnologia. gração entre o hardware e o software. A indús doras ou adaptadoras traduzem uma estratégia
tria da eletrônica é uma das maiores do mundo, de colonização tecnológica à procura de mão-
(Gen. J.A. Alencastro e Silva)
e nos países desenvolvidos é considerada de de-obra barata. Este estado dc coisas evidencia
caráter estratégico, contando com o apoio e a sequelas ideológicas, políticas e econômicas,
proteção dos respectivos governos, tal como visto que os objetivos dessas empresas nem
nos Estados Unidos e Japão, visto que quem do sempre coincidem com os do país em que
• A seguir, tomou a palavra o presidente da mina a tecnologia de microeletrônica passa a se operam. \
Telebrás, dizendo, inicialmente, que o Brasil distanciar, rapidamente, dos demais competi
ocupará o lugar que merece no concerto das na dores. O país precisa dominar o ciclo completo
ções quando detiver sua própria tecnologia, e da tecnologia da microeletrônica e ter uma in
que, para isto, deve criar ou comprar, copiar e dústria que o domine, incluindo os aspectos A Pesquisa e o D esenvolvi
até mesmo subtrair tecnologia de terceiros. mercadológicos. A pesquisa e o desenvolvimento mento são vitais para manter
Afirmando que a indústria se apóia no desen constituem um setor vital para manter-se com
volvimento e este na pesquisa, todos tendo petitivo neste mercado, afirmou Quandt de Oli uma indústria de semiconduto
como base a tecnologia, relembrou Alencastro veira. Tal indústria, sendo comandada pelo res competitiva.
suas palavras de maio de 78, no VII Painel de mercado, o qual deve suprir a tempo e a hora
®Atibaia-SP, falando que a nacionalização da com os bens por ele almejados, necessita ter au (Cte. Euclides Quandt de Oliveira)
tecnoloc ia é até mais importante do que a do ca tonomia de desenvolvimento e rapidez de refle
pital. Não há no setor uma só indústria signifi xos para ajustar a linha de produção ou negociar