Page 5 - Telebrasil - Julho/Agosto 1980

Roberto Carlos (Vlack
P o n t o s B á s i c o s p a r a

Engenheiro de Telecomtiiiloivóes; Gerente da

Divisão de Projetos de Circuito da SESA;
D e s e n v o l v i m e n t o d e Professor da Cadeira de Circuitos de Comutação

PC 1000 da K.T.F. Celso Suckow em 1971;

S i s t e m a s B a s e a d o s e m Professor da Cadeira de Comutação Cross bar no

( urso de Extensão de Sistemas de

Telecomunicações — FINES; participaçao ativa

nos grupos de definição das normas nacionais de
M i c r o p r o c e s s a d o r e s telefonia desde 1968.

1. Introdução

Planejamento do Sistema

0 setor de telecomunicações, no Bra­
Definiçflo da estrutura do sistema

sil, já atingiu sua maioridade, partindo Escolha do microprocessador e linguagem de programação

para uma nova e ta p a de m aio r Definiçflo da fronteira hardware/software

importância: a de pesquisa e desenvol­

vimento.

Se, em função deste ponto, olharmos Desenvolvimonto Hardware Desenvolvimento Software

para o mundo das telecomunicações
Projeto de circuitos Planejamento dos programas
veremos como pilar básico de cada de­ nufatura de circuitos impressos Codificaçflo

senvolvimento um ponto em comum: Testo de Hardware Teste dos programas
Documentação Documentaçflo
— o microprocessador.

Este artigo se propõe a mostrar os pro­

blemas e a melhor maneira de desen­

Integraçflo do Hardware e Software
volver sistemas baseados em micro­ Testes Finais

- -
processadores permitindo soluções a
Figura 1 — Principais atividades no processo de desenvolvimento

prazos e custos de acordo com o mer­

cado.

2.1. Planejamento do sistema e pro­ do microprocessador. Uma linguagem

As fases do desenvolvimento de um jeto de alto nível orientada para problema

sistema baseado em microprocessa­ poderá reduzir sensivelmente os esfor­

dores serão discutidas rapidamente e as O ponto de partida para todo o desen­ ços de desenvolvimento e os de manu­

ferramentas principais do processo de volvimento é um bom entendimento do tenção no futuro, mas em geral toma

desenvolvimento serão consideradas. problema que tem de ser resolvido. necessária uma memória maior.

Considerável esforço pode ser levado a

Já nesta introdução enfatizamos que o cabo até que as funções do sistema pos­ Assim, uma cuidadosa análise de cus­

desenvolvimento de tais sistemas apre­ sam ser especificadas precisamente, de tos do projeto, em sua totalidade, é ne­

senta novos problemas para os enge­ tal maneira que o sistema solucione o cessária.

nheiros de projeto e para sua adminis­ problema certo. Atenção especial deve

tração. Isto deve-se ao fato deles con­ ser dada para considerações funda­ Argumentos sim ilares tam bém são

sistirem de uma parte de hardware e mentais, tais como a generalidade e in- válidos para a seleção do microproces­

uma de software que são interdepen­ tegralidade da solução em mãos, para sador. Por exemplo, um microproces­

dentes e, como tal, devem ser projeta­ ter-se certeza que o sistema projetado sador de baixa potência tomará o soft­

das e otimizadas juntas. cubra as circunstâncias especiais que ware complicado e poderá impedir fu­

poderão ser descobertas mais tarde e turas expansões.

2. Apresentação do problema que seja uma sólida base para futuras

modificações e expansões. Muito re- Em muitos casos uma função especial

Em linhas gerais, as principais ativida­ trabalho poderá advir se tais pontos poderá ser feita pelo hardware ou pelo

des durante um processo de desenvol­ não forem considerados. Nesta fase a software. Se é feita pelo hardware será

vimento a microprocessadores são da­ ajuda de teóricos matemáticos é de necessário um acréscimo de lógica na

das na figura 1. grande valia. parte externa. Por outro lado, uma

solução por software pode requerer um

Uma descrição mais detalhada destas Quando a especificação do sistema aumento na capacidade da memória e

fases de desenvolvimento é mostrada está clara, uma importante tarefa é a de possivelmente um computador mais

nos próximos parágrafos. solucionar a linguagem de programa poderoso.