Page 51 - Telebrasil - Maio/Junho 1978

Para atender a estas demandas, foram sugeri­
dos dois sistemas, um via cabo e outro de
rádio-microondas.
-, » 1 " , • — » - *
y a •
• • • • • < CUSTO INICIAL $
ANO
0 120
5 240
10
15
Tabela 2 — Custos Iniciais a preços constantes
5.2. Custos Anuais
Os custos anuais para qualquer um dos dois
sistemas consistem em:
1. Custo de juros sobre o capital (anual).
2. Custo de depreciação ou de reposição do
capital.
3. Custo de manutenção.
4. Custo da força.
Para dar uma ideia do que consiste estes cus­
tos, apresentamos a seguir uma explicação
sucinta.
5.2.1. Custo de juros (anual) so­
bre o capital
0 custo de juros, também chamado retorno
sobre o capital de terceiros, e o pagamento-
(juros) pelo serviço de um capital tomado em­
prestado, o qual torna possível a existência do
sistema. Ele é calculado na base de uma taxa
de juros corrente, a longo prazo. O pagamen­
to dos juros contém dois elementos:
1. Compensação para os custos próprios do
financiador.
2. Recompensa para os riscos do financiador
e para o tempo de impedimento.
0 primeiro elemento contém o pagamento
para os custos próprios dos bancos, compen­
sação para o agente financeiro pelo seu tra­
balho e seguros, custos eventuais de levan­
tar mais dinheiro etc.
A grandeza do elemento risco é determinada
pela segurança oferecida, pela duração do
empréstimo e pela evolução da tendência in­
flacionária.
$
0 "tempo de impedimento" é o tempo que o
dinheiro è vinculado ao empréstimo e carac­
teriza a competição entre os possíveis toma­
dores de dinheiro; ninguém irá emprestar a
3% se pode obter 4% em outro lugar. O ele­
mento tempo entra aqui — quanto maior o
tempo do empréstimo (e conseqüentemente
maior o tempo de impedimento para aplicar
em outros investimentos), maior deverá ser a
NOTA (1): Eles não sofrem desvalorização devido à in­
flação. Este exemplo é meramente ilustrativo e não re­
presenta os custos de nenhuma marca de equipamen­
tos. Na prática, bastaria substituir na tabela 2 os valores
apresentados pelos custos reais dos equipamentos de
rádio e dos cabos e em seguida calcular os custos
anuais através do levantamento na contabilidade das
parcelas sucessivas dos custos de manutenção, amorti­
zação (retorno sobre o capital + depreciação), força
etc., após o que obter-se-ia o valor presente dos
mesmos, aplicando a mesma marcha que a da resolu­
ção do exemplo.
De posse dos custos iniciais dos dois tipos de
sistemas, formou-se a tabela, os quais foram
tomados como constantes (1).
, , • t • *
CAPACI-
DADE RÁDIO
300.000
390.000
360 470.000
480 560.000
» #
recompensa. Isto è, uma taxa maior de juros
deverá ser oferecida.
Em termos algébricos, isto pode ser mostrado
como juros = capital x taxa x tempo, ou j
c.i.t.
1 0 0
onde "j" é o pagamento pelos serviços do ca­
pital "c" tomado emprestado — "i" ê a taxa
de juros e "t" representa o elemento tempo,
digamos em anos.
Então reciprocamente, a taxa de juros na épo­
ca de iniciar o projeto determina a extensão
do período de serviço durante o qual o toma­
dor de dinheiro deverá estar preparado para
pagar esta taxa.
Uma dificuldade com relação a isto é que o
engenheiro sempre deseja a melhor qualida­
de, porém a administração que está adquirin­
do o equipamento quer o melhor emprego do
capital e neste caso a duração deve ser con­
siderada uma variável.
5.2.2. Custo de Depreciação
Anteriormente na seção 3, já definimos a
conta de depreciação. O custo de deprecia­
ção é simplesmente o depósito extraído da
renda proveniente da operação, efetuado no
fundo ou reserva, para a reposição do capital
investido.
O equipamento de comunicação não è com­
prado a nosso bel-prazer, sim para prover um
serviço ao consumidor. Assim, o custo inicial
é na realidade um pagamento antecipado por
este serviço.
Conseqüentemente, quando o serviço expira
com o fim da vida do equipamento, não
deverá existir nenhum compromisso penden­
te a atender.
Se o valor do dinheiro permanecer fixo, o fun­
do acumulado durante a vida de serviço do
equipamento deverá ser igual ao custo inicial
do equipamento menos o seu valor residual
líquido.
Por valor residual se entende a quantia que
poderá ser obtida pelo bem ou equipamento,
ao fim da sua vida ütil; e o valor residual líqui­
do será este valor deduzido da despesa de re­
moção, se houver.
Exemplo: uma linha de postes de madeira po­
derá ser vendida como lenha por $ 100.000
após 30 anos de uso. O custo para retirá-
los é $ 130.000.
Qual o valor residual do líquido?
R $ 100.000; Cr $ 130.000
•
* * • * * * W * • ¦% |
1 RL - R - Cr - $ 100.000 - 130.000 - - $ 30.000
' . 1 « • - * • - • * . . , • • y , • •
CABO O custo de remoção algumas vezes poderá
ser muito elevado, como é o caso do custo de
•
440.000 remoção de algumas centrais telefônicas,
535.000 quando se quer remanejá-las para outra lo­
630.000 cação. O custo de desmontá-la, catalogando
725.000 as suas partes, ê elevado.
Algumas vezes, como aconteceu no exemplo
da linha de postes, o custo de remoção é
maior que o valor residual obtido pela alie­
nação do bem e o valor residual se torna ne­
gativo. Neste caso, seria o caso do leitor per­
guntar-se porque então gastar dinheiro com a
remoção?
(1) Ele aparentemente esfá certo, porém em al­
guns casos, como o da linha de postes, têm-
se que retirá-los; não se pode abandoná-los
nas ruas, ou mesmo ter-se-á que retirá-los
antes do fim de sua vida ütil, por imposição
da administração municipal.
O fundo para depreciação do equipamento já
visto em 3, cobre o seu uso e desgaste, isto é,
a deterioração pela ação dos elementos; co­
bre também a inadequação, obsolescência,
mudanças na demanda e deficiência para
remoção. A depreciação pode ser medida
como uma função do tempo ou do uso.
N.V. Knight (*) apresenta a seguinte distri­
buição de razões para a remoção de equi­
pamentos telefônicos: inadequação 75%; uso
e desgaste 15%; obsolência 5%; diversos
5% (do total de remoção).
As parcelas de depreciação anuais e iguais
são normalmente reinvestidas em novos pro­
jetos e por isto devem render juros, já que
atuam como uma nova fonte de recursos.
Qual deverá ser a quantia anual para o custo
de depreciação? Em outras palavras, quanto
deverá ser posto de lado em cada ano, duran­
te "n" anos, para dar uma soma igual ao cus­
to inicial ou capital investido?
Se a taxa de juros for i% ao ano e a quantia A
for posta de lado ao final de cada ano, ao fim
do segundo ano a quantia original A resultará
em:
A + Ai = A(1 + i)
e ao final do terceiro ano, a quantia original A
posta de lado, irá crescer até:
A + Ai + A (1 + i) i = A [1 + i +
+ (1 + i) ij = A (1 + i) (1 + i) = A (1 + i)2
Após n anos a quantia original A tornar-se-à:
A ( 1 + i ) n ' 1 (2)
Ao final do segundo ano, outro depósito é
efetuado. Após n anos a quantia original re­
ferente ao segundo depósito tornar-se-á:
A (1 + i)"-2
{*) Dépréciation and Service Life of Telecomunications
Plant - I.P.O.E.E. Paper 209, 1955.