Page 25 - Telebrasil - Julho/Agosto 1978

de funcionamento for elevada e se o
acumulador sofrer freqüentes e
prolongadas sobrecargas.
A experiência mostra que a duração de
uma placa positiva pode ser facilmente
reduzida da metade se a temperatura
média passa de 25 a 45?C, ou se as
cargas forem mal conduzidas.
1 3 2 — P l a c a s N e g a t i v a s
- A capacidade da placa negativa ê
geralmente superior (25% em média)
em comparação com a positiva de
mesma capacidade. Esta capacidade
baixa rapidamente no início e em
seguida lentamente em função do
número de descargas.
Geralmente a matéria ativa cai
placas negativas. Com o endureci­
mento e contração durante a descar­
ga, a matéria ativa perde progressi­
vamente sua porosidade e ao mesmo
tempo a capacidade. Pode-se evitar
este defeito tomando-se certas pre­
cauções durante a fabricação. Nota-se
nas placas negativas, que conservam
sua capacidade, uma geral tendência a
se encurvar. E bom assinalar que a
contração da matéria ativa se faz mais
rapidamente quando se emprega uma
densidade de eletrólito elevada.
Como no caso das placas positivas, a
vida das placas negativas pode ser
reduzida pela intensidade de descar­
gas, cargas elevadas e pela presença
de impurezas no eletrólito. De outro
lado a sua vida pode ser prolongada se
se contentar com descargas parciais,
limitando-se ao mínimo as descargas
completas.
1 4 . A ç õ e s L o c a i s D e v i d o
r e z a s
Chama-se ações locais às ações
químicas que se apresentam nos
acumuladores, sem fornecer energia
utilizável. É necessário distinguir as
ações químicas e eletroquímicas nor­
mais que se produzem no elemento
constituído de produtos puros e
aquelas que podem ser provocadas
pela presença de impurezas nas placas
e no eletrólito. Essas impurezas no
eletrólito produzem reações quer o
acumulador esteja em carga, descarga
ou repouso, porém, com intensidades
diferentes. E um fenômeno conhecido
de todos e de fácil observação nos
acumuladores carregados e arma­
zenados. A perda de carga é tanto
mais rápida quanto maiores e mais in­ 1? — carga ou descarga de forte inten­
tensas forem as ações locais. Entre as sidade;
impurezas particularmente nefastas ao
acumulador, podemos citar as seguin­ 2? — descargas completas e freqüen­
tes: tes;
— no eletrólito — cloro, nitrogênio, 3? — temperatura média elevada
ferro, arsênico. durante o funcionamento;
— nas placas — antimônio, ferro, 4? — presença de impurezas na água
cobre, arsênico, bismuto, estanho, de enchimento.
zinco.
16. Rendimento de Energia e Efi­
Para evitar ação local torna-se neces­ ciência
sário assegurar que a água de en­
chimento não contenha impurezas Constata-se que para recarregar uma
nocivas pois pouco a pouco também bateria é necessário fornecer mais am-
envenenaria as placas. peres-hora do que o número de am­
peres-hora fornecido pela bateria
durante sua descarga.
15. Vida do Acumulador
das
Da mesma forma a quantidade de
O que acabamos de dizer relativo às
energia fornecida é menor que a re­
placas, eletrólito e ações locais, per­
cebida durante a sga carga.
mite uma melhor compreensão das
diversas variações da capacidade de
Deste fato distinguem-se dois tipos de
um elemento durante seu funcio­
rendimento denominados rendimento
namento.
em quantidade de eletricidade e ren­
dimento em energia.
No primeiro período a capacidade do
acumulador chumbo-ácido é limitada
Rendimento em quantidade de ele­
pela placa positiva. Esta capacidade
tricidade
aumenta levemente até atingir o seu
valor máximo após alguns meses de
O rendimento em quantidade de
% • utilização.
eletricidade è a relação entre a quan­
tidade da eletricidade fornecida duran­
Num segundo período a capacidade se
te a descarga e a quantidade de
estabiliza, depois abaixa em seguida,
eletricidade absorvida durante a carga.
muito lentamente, em função da placa
positiva até o momento onde a ca­
A medida de rendimento de um
pacidade da duas placas (positiva e
acumulador não é tão simples quanto
negativa) se igualam.
parece, pois tudo se repousa num
conhecimento perfeito dos índices
Vem em seguida um terceiro período, finais de carga e descarga.
durante o qual a diminuição da ca­
à s i m p u ­ pacidade se acentua levemente em Se de um lado é fácil por em evidência
função da placa negativa. o índice do fim de descarga, em razão
da queda brusca de tensão, o mesmo
Enfim, numa última fase, a capaci­ não acontece com a determinação de
dade baixa rapidamente devido ao fim de carga. Vê-se, com efeito, que
desgaste da placa positiva. no fim da carga se apresenta um
aumento da diferença de potencial,
Esta variação de capacidade durante a porém, nunca de uma forma bem
vida dos acumuladores, depende, es­ acentuada que não deixe lugar a incer­
sencialmente, da qualidade dos tipos teza sobre o momento preciso e con­
de placas. Com o auxílio de um ele­ veniente de parar a carga.
trodo auxiliar (ponta de cádmio) é
sempre possível (durante uma descar­ O rendimento em quantidade de um
ga) controlar se é a placa positiva ou a acumulador, cuidadosamente cons­
placa negativa que está originando a truído e em bom estado, pode facil­
perda da capacidade. mente atingir 0,90 a 0,95%. .
Resumindo, mais uma vez, podemos As pequenas perdas de 5 a 10% são
observar que a vida de um acumulador provenientes de duas causas prin­
está ligada aos seguintes fenômenos: cipais: