Page 17 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1978
P. 17

MAURO SOARES DE ASSIS








                                                                                                                                            Engenheiro  de  Telecomunicações  pela

                                                                                                                                            PUC/RJ  (1964).  Mestre  em  Ciências  de  En­


                                                                                                                                            genharia  Elétrica  pela  mesma  Universidade

                                                                                                                                            em 1966, onde trabalha, desde esta data, no


                                                                                                                                            Centro  de  Estudos  de  Telecomunicações,


                                                                                                                                             exercendo a função de diretor. Leciona sobre

                                                                                                                                             Propagação  Troposférica  e  Sistemas  de

                                                                                                                                            T elecomunlcações.





















                       1. Introdução                                                                                                         matemático para representar a cé­                                                                                 e p com a altura para regiões tropi­


                                                                                                                                             lula  de  chuva,  além  do  conheci­                                                                               cais  e  equatoriais  15].Observa-se




                       A  propagação  em  frequências  su­                                                                                   mento  da  variação  horizontal,  re­                                                                              nesta  figura  um  decréscimo  de


                       periores  a  10GHz  depende  funda­                                                                                   quer uma estimativa do comporta­                                                                                   1  dB/km  no  fator  de  refletividade



                       mentalmente  das  condições  me­                                                                                      mento da precipitação com a altura,                                                                                até a altura de 11  km. A partir deste


                       teorológicas  na  região  do  enlace.                                                                                 ou  seja,  ao  longo da vertical.  Con­                                                                             limite  o  decréscimo  passa  a  10



                       A atenuação causada por hidrome-  .                                                                                   forme  comentado  anteriormente,                                                                                   dB/km


                       teoros (chuvas,  nuvens, etc.) cons­                                                                                   para  a  variação  horizontal  será



                       titui séria limitação no desempenho                                                                                   adotado  o  modelo  cilíndrico  de


                       dos  sistemas  de  telecomunicações                                                                                    Misme e Fimbel (2). Resta então de­



                       que operam nestas frequências. Em                                                                                     finir um  chtério  para fixar a altura


                       regiões  de  climas  tropical  e  equa­                                                                               da  célula  e,  assim,  caracterizar  a



                       torial,  como  é  o  caso  do  Brasil,  o                                                                             variação vertical.


                       problema  mais  importante  se  rela­


                       ciona ao efeito da precipitação plu-                                                                                  As medidas da variação da precipi­



                       viométrica. Considerando a impos­                                                                                     tação com a altura são feitas usual­


                       sibilidade de  representar rigorosa­                                                                                   mente  com  o  auxílio  de  radares



                       mente  a  distribuição  da  chuva  ao                                                                                  meteorológicos  l3'4).  O  parâmetro


                       longo  de  determinado  percurso,                                                                                      medido  é  o  fator  de  refletividade



                       torna-se  necessário  desenvolver                                                                                     Z (mm6/m3) que se liga à precipita­


                       modelos  matemáticos  que  permi­                                                                                     ção p (mm/h) através de



                      tam avaliar a atenuação sofrida pe­                                                                                    z = apb                                                                                             (1)


                       lo  sinal  em  propagação.  O  cálculo



                      da  atenuação  em  ligações  terres­                                                                                  onoe  a  e  b  dependem  do  tipo  de


                      tres foi analisado recentemente por                                                                                   chuva,  sendo  praticamente  impos­



                      Assis e  Einloft Hl,  utilizando o  mo­                                                                               sível  estabelecer uma  relação  uni­


                      delo  de  célula  de  chuva  proposto                                                                                 versal.  Os  valores  adotados  pelo



                      por Misme e  Fimbel Í2J.  Através de                                                                                  CCIRÍ5] são os seguintes:


                     uma  extensão  a  este  modelo,  pre­



                     tende-se  discutir  neste  trabalho  a                                                                                 a  =  200 e b  =  1,6 para chuvas fra­



                     questão das ligações espaciais.                                                                                        cas (tipo estratiforme)







                    2. Altura Equivalente de Precipitação                                                                                   a  =  400 e  b  =  1,4  para chuvas  in­


                                                                                                                                           tensas (tipo aguaceiro)




                    No caso de uma ligação terra-espa­


                   ço,  a  estruturação  de  um  modelo                                                                                    Na representação gráfica utiliza-se


                                                                                                                                           normalmente o fator de refletivida­                                                                                   Fig.  1  —   Variação  típica  da  refleti­


                                                                                                                                           de calculado em dB (10 log Z). A fi­                                                                                  vidade com a altura em regiões tro­

                   Este trabalho foi suportado pela Telecomunicações Brasi­

                   leiras S. A . através do contrato TELEBRAS —  PUC 021/76.                                                              gura 1  mostra a variação típica de Z                                                                                 picais e equatoriais
   12   13   14   15   16   17   18   19   20   21   22