Page 21 - Telebrasil - Março/Abril 1977

ROGER DOUEK
1 — Introdução
No IV Painel da TELEBRASIL, reali­
zado em maio de 1976 em Guarujá,
tivemos oportunidade de apresentar os
trabalhos realizados pelos laboratórios
da TELERJ na área de componentes e
materiais de Telecomunicações.
Este artigo visa apresentar a filosofia
de trabalho que norteou a gerência dos
laboratórios nesta área. Maiores de­
talhes sobre os trabalhos executados e
a organização dos setores de ativi­
dades poderão ser encontrados no
documento TED-01-0002 da TELERJ.
As atividades de laboratório de uma
concessionária na área de componen­
tes e materiais de Telecomunicações
visam auxiliar o alcance de três metas
principais, a saber:
— Proporcionar uma melhoria da
qualidade do serviço telefônico para os
usuários.
— Diminuir os custos operacionais
provocados por falhas em componen­
tes de equipamentos em tráfego.
— Aumentar o índice de nacionali­
zação dos equipamentos adquiridos
pela concessionária, tendo em vista os
imperativos de
, nuidade de serviço e as limitações
: decorrentes do balanço de pagamen­
tos do país.
ê
2 — Abrangência do Campo de
Trabalho
Definições do que venha a ser com­
ponentes são freqüentemente con-
trovêrsas e a distinção entre com­
ponente e equipamento é tênue.
Engenheiro Eletricista, formado em 1964
pela Escola Nacional de Engenharia.
Ocupa atualmente o cargo de Superin­
tendente Gerai de Engenharia de Rede na
Diretoria Técnica da TELERJ.
Com o advento da integração em larga Ambas as classificações e listas re­
escala de circuitos em blocos mo­ presentam simplesmente uma ten­
nolíticos, esta distinção tende a se tor­ tativa de ordenar os inúmeros elemen­
nar cada vez mais difícil. tos encontrados numa rede de Te­
lecomunicações e foram estabelecidas
A título de exemplo citamos duas
em função da experiência acumulada
definições diferentes adotadas pelo
ao lidar com estes elementos. Muitas
"IEEE — Standard Dictionary of Elec­ outras classificações poderão ob­
trical and Electronic Terms", obser­
viamente, ser consideradas como
vando também que ambas são vagas e
igualmente válidas.
discutíveis.
Distinguiremos na área de componen­
a) Componente: Conceito usado em tes e materiais para Telecomunicações
"Power System Engineering": "A os seguintes grandes grupos:
piece of equipment, a line, a section of
a line, a group of itens that is viewed as — Materiais
an entity for purposes of reporting, — Componentes Mecânicos
analysing and predicting outages". — Materiais específicos de Rede
— Componentes elétrico-eletrónicos
b) Componente: Conceito usado em — Componentes elétricos
"Power System Comunications En­
gineering": "An elementary device" As tabelas de 1 a 5 apresentam, respec­
tivamente, cada um destes grupos.
Por outro lado, num sistema de Te­
lecomunicações, a influência dos Como se pode depreender do con­
materiais utilizados no custo e no teúdo destas tabelas a conceituação
desempenho dos equipamentos é proposta cobre, uma gama extrema­
apreciável, chegando às vezes a su­ mente ampla de elementos que vai
perar em importância aos componen­ desde a matéria-prima até, em certos
tes elétricos e eletrônicos. casos, ao sub-conjunto ou equipamen­
to de apoio.
Desta forma, um laboratório que se
dedique aos estudos de componentes Os denominadores comuns que nos
não deverá nunca se descuidar dos levaram a considerar todos os elemen­
Segurança, conti-
problemas de materiais. tos das tabelas 1 a 5 como sendo
materiais e componentes de Tele­
A necessidade de se definir o campo
comunicações são:
de atividades de um laboratório de
componentes e materiais para Tele­ a) Uniformidade de tratamento nos
comunicações, nos leva a apresentar laboratórios (todos estes elementos
neste parágrafo uma classificação são unidades do ponto de vista neces­
global e uma lista dos mesmos. sidades de especificarão, testes de
aceitação e ensaios de homologação).
Esta classificação não tem a pretensão
de ser definitiva e nem a lista apresen­ b) Nenhum destes elementos re­
tada será exaustiva. presenta um equipamento-fim de