Page 13 - Telebrasil - Maio/Junho 1976

E x p e r i ê n c i a d a a d m i n i s t r a ç ã o i n g l e s a
d e
C. E. E. CLINDE
Engenheiro formado na Universidade de
Londres, exerce cargo de direção no
BPO. Tem 40 anos de atividades pro­
fissionais no BPO em praticamente todos
os campos da engenharia de correios e
telefonia, e iniciou sua carreira com 16
anos de idade no setor de manutenção
de mesas telèfônicas.
RESUMO: O artigo relata as primei­
ras experiências do BPO (British Post
Office) com cabos com condutores de
alumínio tipo EC (*) e as considerações
de custos de materiais que levaram à
otimização de projeto de cabos.
O artigo descreve ainda a experiência de
campo com cabo com condutor de alu­
mínio tipo EC (*), diâmetro 0,5mm, e
3/4 de dureza, bem como frisa a neces­
sidade de aumento de duetilidade.
Os requisitos para cabos com ligas de
alumínio são fornecidos com base nos
resultados dos testes de campo e nas
propriedades comparadas dos conduto­
res de alumínio com 0,5mm de diâmetro
tipo EC (") e de cobre com 0,4mm de
diâmetro.
O artigo descreve também o uso de li­
gas de alumínio-ferro e a experiência
de campo obtida com cabos, utilizando
este tipo de ligas.
O artigo considera, finalmente, a amplia­
ção de redes existentes com cabos com
condutores de alumínio.
Histórico da introdução
de cabos de alumínio
Na década de 1950, o BPO co­
meçou a analisar a viabilidade de
uso de cabos telefônicos com em­
prego de condutores de alumínio.
Cerca de 2000 pares-quilômetros
de cabos com isolamento de pa­
pel e também com isolamento de
(") NR. — EC é a sigla utilizada para ca ra cte ri­
zar 'A lum ínio tre fila d o para condutores e lé tric o s ”
(ASTM).
B P O
c o m a l u m í n i o t i p o E C e c o m l i g a s
a l u m í n i o e m s u a r e d e d e c a b o s
J. R. OSTERFIELD
Suas atividades atuais englobam proje­ Engenheiro formado pela Universidade de
tos de redes locais, projetos de cabos e Londres, ó também graduado em Ciên­
fios telefônicos e projetos de equipa­ cias e Matemática. De 1955 a 1960, tra­
mentos associados nos setores do enge­ balhou nos laboratórios de pesquisa da
nharia elétrica, mecânica e construção GEC e atualmente traballha nos labora­
civil. tórios da PIRELLI em Londres, onde é
responsável por pesquisa e desenvol­
vimento de cabos telefônicos, dirigindo
os grupos de tecnologia de cabos e de
sistemas.
polietileno foram Instalados na Os diâmetros para condutores de
rede de cabos de assinantes e de alumínio foram de 0,8 mm (com
cabos-troncos. resistência elétrica equivalente ao
condutor de cobre 22 AWG de diâ­
A instalação destes cabos foi efe­ metro 0,63mm) e 0,6mm (para ter
tuada com emendas torcidas e um padrão único que substitua os
pontas soldadas (figura 1). condutores de cobre 26 AWG de
diâmetro 0,4mm e 24 AWG de diâ­
metro 0,5mm).
Os cabos de distribuição foram
enterrados diretamente ou puxa­
dos em dutos cujo diâmetro per­
mitia o uso de cabos com diâme­
tro acrescido.
O alumínio tipo EC com tempero
permitindo 3/4 de dureza, foi es­
colhido porque ele provou ter su­
ficiente duetilidade para satisfa­
zer às. técnicas de manivela para
torcida dos condutores utilizadas
antes da soldagem das pontas.
Fig 1 - Emenda torcida com ponta soldada em condutor
de alumínio.
Em 1966 iniciou-se a instalação Duas outras técnicas foram anali­
de mais 9000 pares-quilômetros sadas durante a experiência. A
de cabos para se avaliar o uso de primeira foi a técnica de conexão
alumínio como alternativa ao co­ à rede existente de condutores de
bre em redes de assinantes (isto cobre, efetuada por soldagem da
é, na parte da rede compreendi­ emenda torcida com solda rica
da entre os assinantes e os armá­ em zinco e utilizando um ferro
rios de interconexão). aquecido ou um banho de solda­
gem com ultrasons. A segunda foi
Este estudo foi motivado pelo re­ o uso de conectores do tipo B
ceio de escassez de fornecimen­ que foram analisadas em cone­
to de cobre no mercado mundial xões alumínio-alumínio e alumí-
e conseqüentes altas de preços. nio-cobre.