Page 5 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1975
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A transferência da Capital para lecomunicações como um todo, propósito voltar ao assunto, na
Brasília deu oportunidade a que o foi empregado em sua inteireza tentativa de encontrar novas for
EMFA alertasse o Governo da ne nos troncos principais do Sistema, mas de somar esforços e de alar
cessidade de reformular a política provocando o descompasso entre gar a faixa de atendimento. Ocor-
setorial, dar unidade de discipli- os serviços locais e interurbanos, re-nos algumas sugestões além do
nação ao Poder Central, concei onde a EMBRATEL pontificou. “ contrato de administração” , en
tuar telecomunicações como sis tre as quais, a distensão para
tema integrado, e encarar tarifa “ concessionárias especializadas”
como matéria do campo socioeco- Analisados os efeitos e esquecidas e “ concessionárias de valor adicio
nômico, tirando-a do âmbito da as causas, uma conclusão se im nado” . Entendemo-las oportunas
política local. pôs: rever urgentemente a política porque, justamente agora, o Go
de concessão. Pareceu-nos, po verno está empenhado em atingir
Do estudo do EMFA e da luta da rém, que a decisão acarretou u’a índices mais elevados de eficiên
radiodifusão pela liberdade nas manobra brusca, pois a organiza cia e produtividade nos vários se
ceu o Código Brasileiro de Tele ção de empresas estatais que con tores confiados à execução esta
comunicações. gregariam várias outras entidades, tal, notadamente nos mais tradi
ocasionou tarefa administrativa ár cionais, para sanar o efeito abra
Enquanto que na radiodifusão o dua e absorvente. De mais, a aqui sivo do tempo no brilho dos pro
Cóligo foi específico, em serviços sição do comando acionário das pósitos e êxitos dos primeiros
públicos demarcou apenas os li empresas incorporadas acarretou anos. Atestam esse esforço os ter
mites extremos da linha política, um grande dispêndio que, de al mos da Exposição de Motivos (EM
confiando tudo mais aos regula gum modo, desacelerou a exe 44/74), onde verbas e providên
mentos. cução dos planos estaduais. cias são pedidas para:
Vários dos objetivos do Código fo Reconhecemos que a conjuntura “— modernização gerencial e opera
ram atingidos, notadamente no ter favorável às empresas estatais, re cional;
reno técnico. Foi traçado o Siste gidas pela TELEBRÁS, deu um de — maior rendimento técnico e eco
ma Nacional de Telecomunica cisivo impulso no sentido de bem nômico;
ções, definidos os princípios de servir o País em telecomunica — criação de uma imagem positiva
compatibilidade técnica etc. ções, mas no afã de vencer o atra junto aos clientes e à opinião pú
so acumulado não foi lembrada a blica”.
divisão de carga, sem pensar, tal
A burocracia, porém, constituiu- vez, nos inconvenientes da sobre Este esforço governamental evi
se no “ nó górdio” da questão. carga. Para obviar esse sério in dencia que em serviços públicos
Tal como nos tempos do antigo conveniente, chegamos a aventar realizar não basta, é preciso pro
Dec. 21 111/32 o “ papelório” im em certa oportunidade, para al pugnar por índices adequados de
perou com todo o seu séquito. guns casos, o recurso de contrato produtividade e eficiência.
de administração, por congregar
O setor econômico não revelou os objetivos sociais e maiores re A cooperação e o desejável con
objetividade igual a do setor téc cursos patrimoniais do Estado, fronto com a livre empresa são
nico, pois as tarifas continuaram com a maior versatilidade da livre formas de ocupar os espaços va
a desestimular as reinversões e empresa. Conquanto ultrapassada zios e estimular a busca dos índi
os financiamentos escasseavam a oportunidade mais própria, em ces de produtividade desejados e
ou eram inadequados quanto a que teria sido evitada a dispersão maiores realizações. A oportunida
prazos, carência e juros. O pró de verbas que poderiam ter sido de do tema, não é demais repetir,
prio Fundo Nacional de Teleco canalizadas para acelerar a exe se justifica por estarmos às véspe
municações, destinado à implan cução dos planos regionais, acre ras da apresentação do novo Có
tação do Sistema Nacional de Te- ditamos não ser de todo fora de digo Brasileiro de Comunicações. •
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