Page 11 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1975
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Aplicação do conceito
de confiabilidade
a projetos de sistemas
EDGARD CABRAL
Gerente de Planejamento e Sistemas da télite da EMBRATEL, engenheiro de Pro
Philips S. A. do Brasil, formado em Enge jetos e Sistemas do Ministério da Marinha,
nharia Eletrônica (1ME) com cursos de engenheiro de Planejamento da Companhia
Matemática Superior Aplicada, Arquitetura Telefônica Brasileira e assessor de Plane
de Computadores (Hasler, Suíça) e Siste jamento e Sistemas da Diretoria Industrial
mas Integrados de Informações Gerenciais da Companhia Brasileira de Tecnologia
(IDORT). Foi engenheiro chefe do Cen Nuclear. Professor de Matemática Superior
tro de Manutenção Internacional de Equi Aplicada no IME, Universidade Gama Fi
pamentos de Telefonia e Telegrafia via Sa lho e Universidade Federal Fluminense.
Introdução Ora, é evidente que ao admitir tema. Assim sendo, a medida de
um regime operacional mais aco qualificação de uma.alternativa de
0 interesse que um determinado modado, a estrutura deveria ser projeto, ou seja, critério de julga
projeto pode despertar em uma menos sofisticada, o que motivaria mento de projeto de sistema é o
Empresa está ligado à capacidade investimentos iniciais mais redu resultado da relação B/C obtido
de recuperação, ou produção de zidos. para o tempo de vida útil do sis
benefício associada à dinâmica do tema.
projeto. Isto é, à maior quantidade A redução continuada na con
de benefícios para um certo grau fiabilidade do sistema acarretaria Como já foi mencionado, o
de investimento na realização do grande período de não operação, Custo Total do Sistema e o Bene
sistema projetado. o que resultaria num volume de fício são relacionados à Efetivida
produção de benefícios abaixo do de. Este fato sugere» uma busca
A empresa com formações clás desejado, ou do compatível com nas funções matemáticas que de
sicas acreditava que se o sistema o nível dos investimentos. finem formalmente essas relações
em projeto operasse, na medida mencionadas. Esse equacionamen-
do possível, cem por cento do tem Deverá haver portanto, uma to é a primeira fase do processo
po de vida útil, teria dado o maior certa posição para a confiabilida adotado.
benefício, ou bens de produção, de onde o compromisso entre o
possível. Trata-se de visão enga benefício obtido no bem de pro Obtidas as expressões mate
nosa, pois o custo de manutenção dução e o custo total do investi máticas dos Custos e Benefícios,
para essa filosofia operacional, mento seja o mais conveniente e torna-se um resultado imediato a
tornava o sistema, ao fim de certo positivo para a empresa. relação B/C também expressa em
tempo de observação, altamente termos de A.
oneroso, apesar da dissimilação Da qualificação e quantificação
dos gastos sob a égide da manu desses parâmetros na concepção Um projeto é tão mais eficiente
tenção eficaz, ou pseudo operati- de um projeto de sistemas de tele quanto maior for a relação B/C.
vidade. comunicações, trata este trabalho. Estando esta relação explicitada
em termos de A, a aplicação de
Uma filosofia de manutenção métodos matemáticos de maximi
menos rígida teria trazido como Metodologia adotada zação pode fornecer o valor de A,
conseqüências imediatas: para o qual a relação B/C é má
A capacidade de um sistema xima, sendo esta a segunda fase
A — aparecimento de períodos de transformar investimentos realiza da metodologia adotada.
não operação no sistema, isto dos em benefícios é medida pela
é, redução de sua disponibili relação Benefício/Custo Total. De Evidentemente a reinjeção do
dade, ou seja, de sua confia vido ao fato de que alguns parâ valor de A para máxima B/C nas
bilidade. metros do sistema, como Custo de diversas funções Custo conduz o
B — redução dos custos de manu Depreciação, Benefício, são variá projeto à faixa de despesas e in
tenção. veis ao longo do tempo, é utiliza vestimentos para a máxima renta
C — redução na produção de bene do como tempo de observação e bilidade e prevê o nível de Bene
fícios. análise o tempo de vida útil do sis fício produzido.