Page 30 - Telebrasil - Julho/Agosto 1975

A R a d i o m o n i t o r a g e m
Engenheiro, durante 18 anos trabalhou na
Cia. Rádio Internacional do Brasil (Radio- cana de Telecomunicações — CITEL —
n a l ) onde ocupou a posição de Vice-Pre-
sidente. Foi um dos fundadores da Stan-
dard Eléctrica S.A., da qual foi diretor-
técnico, tendo sido ainda diretor da RCA
Victor Rádio e RCA Eletrônica Brasileira,
Foi delegado do Brasil cm várias conferên- Comunicações, a implantação da Rede Na-
cias de radiocomunicações e chefiou a dele- cional de Radiomonitoragem.
Introdução Objetivos e finalidades
da radiomonitoragem
O termo RADIOMONITORAGEM vem sur­
gindo de vez em q u a n d o no noticiário, des­ Monitoragem das Emissões — Entende-
pertando uma certa curiosidade não só se por monitoragem das emissões perio­
quanto ao neologismo como quanto ao dicamente ou sempre que uma verificação
conceito de serviço que se lhe pretende se torna necessária, a observação dos
atribuir. transmissores do próprio país e, se ne­
cessário, dos transmissores
No ante-projeto de lei básica de comuni­ países.
cações que está sendo estudado no Mi­ A monitoragem consiste de:
nistério das Comunicações está prevista
— medição das freqüôncias;
a definição: — medição da largura da faixa
emissão;
“ ESCUTA ou RADIOMONITORAGEM — — medição da profundidade
recepção de ondas radioelétricas destina­ lação;
da à fiscalização, ao controlo e medição — verificação da oxistôncia de irradia-
das radiocomunicações, compreendendo a çóos ospúrias;
radiogoníometria, radiodeterminação, fre- — medição da intonsidado do campo
quencimetria e outras medições.’' irradiado.
Nas modidns relativas a Interferências
cumpro às estações do monitoragem:
Na legislação atual, no Regulamento Ge­
ral do Código Brasileiro de Telecomunica­
— dotorminar a causa da interferência;
ções encontramos a definição:
— dotorminar as características
“ ESCUTA é o serviço de recepção do on­ cas da omissão interferente;
das radioelétricas destinado à fiscalização — propor medidas para eliminar a in­
e ao controle das telecomunicações.” terferência.
Entre os trabalhos de grande importân­
No dicionário da língua portuguesa elabo­ cia a serem desenvolvidos pelas estações
rado por Antenor Nascentes para a Aca­ da rede de radiomonitoragem consta tam­
demia Brasileira de Letras encontramos: bém o da escolha de frequências que pos­
sam ser usadas em novos enlaces de ra­
diocomunicações.
“ MONITOR — indivíduo que adverte. Alu­
Este trabalho consiste na realização de
no-mestre, encarregado de repetir as li­
observações metódicas, durante periodos
ções aos colegas menos adiantados e
olhar pela disciplina.” de tempo suficientemente longos, da utili­
zação do espectro de
na faixa selecionada, com o objetivo de
Assim, parece perfeitamente válida a ado­ escolher frequências que possam ser uti­
ção da palavra MONITORAGEM ou RA- lizadas, sem causar interferências em ou­
DIOMONITORAGEM como uma adaptação tros serviços já autorizados.
do vocábulo MONITOR, com um conceito Este trabalho é da maior importância
mais amplo que ESCUTA usado anterior­ pois visa otimizar o uso do espectro das*
mente porque, com o advento da televisão, radiofreqüências.
a audição não é mais o único sentido hu­ Seria muito longo ou mesmo impraticá­
mano que participa da telecomunicação e vel relacionar completamente todas as ta­
a finalidade da radiomonitoragem não é refas a serem desempenhadas pelas esta­
de assistir ou ouvir os programas como ções de radiomonhoragem, uma vez que
um simples telespectador o sim de efetuar a tecnologia e a pesquisa criam sempre
medições das características técnicas e novos problemas que por sua vez geram
controlar as emissões. novas funções para essas estações.
JOÃO VICTORIO PARETO NETO
gação brasileira à Conferência Interameri-
realizada em Bogotá, em 1970. Desde 1967
vem prestando colaboração ao Governo, no
campo das radiocomunicações, como asses-
sor do Departamento Nacional de Teleco-
municaçõcs — DENTEL. Atualmente coor­
dena, na EMBRATEL, pelo Ministério das
Não obstante, resumiremos a seguir as
tarefas principais a serem desempenhadas:
1. medição sistemática das frequências
utilizadas pelas estações brasileiras.
2. identificação e medição sistemática
das freqüèncias utilizadas por esta­
ções estrangeiras suscetíveis de cau­
de outros sar interferências nas estações bra­
sileiras.
3. medição sistemática das intensidades
de campo da onda fundamental —
pará verificar a potência utilizada —,
de e das harmônicas ou outras irradia­
ções espúrias das estações brasilei­
da modu­ ras cuja onda terrestre atinja a esta­
ção de radiomonitoragem.
4. medição e registro da profundidade
da modulação das estações brasilei­
ras anteriormente citadas e de outras
estações cujas condições de recep­
ção sejam suficientemente estáveis.
5. medição da largura de faixa das esta­
ções brasileiras e, ocasionalmente,
das estações estrangeiras suscetíveis
de causar interferências em estações
técni­
brasileiras.
6. análise das condições de operação
das estações estrangeiras cujas fre­
quências notificadas são publicadas
em circular semanal da Junta Interna­
cional de Registro de Frequências
(I.F.R.B.), quando se considere que
tais estações possam causar interfe­
rência em estações brasileiras.
7. análise das condições de funciona­
mento de estações estrangeiras noti­
ficadas à Junta Internacional de Re­
gistro de Freqüèncias (I.F.R.B.) caso
radiofrequências essas estações sejam suscetíveis de
sofrer interferências decorrentes de
nova notificação nacional.
8. observação auditiva e visual de todo
o espectro das freqüèncias radioelé­
tricas, tendo em vista detetar irradia-
ções espúrias, ou emissões brasileiras
não licenciadas ou de estações que
não se identifiquem adequadamente
e para verificar se os horários de fun­
cionamento e o tráfego manipulado
pelas estações brasileiras atendem aos
requisitos das licenças expedidas.
9. nas estações que forem situadas pró­
ximas do litoral, escuta sistemática