Page 919 - Telebrasil Noticiário
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destacada mente  o  Cel.  Hclio  Gomes  do  Amaral,  coordenador  do  Congresso,  os  Coronéis  Pedro



                                        Leon  Schneider,  Carlos  Afonso  Filgueiras  e  José  Almeida  Borda,  os  Drs.  Hugo  Dourado  e



                                        José  A.  Marques  c  o  Comandante  Fernando  Portella.






                                                      Logo  após  instalado  o  Congresso  foi  possível  verificar-se  o  tumulto  existente  no  que  con­



                                         cerne  à  organização  e  controle  dos  serviços  afetos  à  esfera  de  competência  dos  Estados.  Salvo



                                        raríssimas  excessões,  a  omissão  é  quase  total;  nada  existe  ou,  quando  existe,  apresenta-se  sob



                                        a  forma  de  organismos  inadequados  à  sua  finalidade,  nas  mais  das  vezes  conflitantes  e  desor­



                                        denados,  sem  qualquer  preparo  para  a  relevante  missão  que  lhe  está  afeta:  a  de  fiscalizar,


                                        coordenar  e  assistir  às  operadoras  de  serviços  de  telecomunicações  de  competência  estadual  e



                                        propiciar  a  integração  dos  sistemas  intermunicipais  no  Plano  Estadual  de  Telecomunicações.






                                                       A  tônica  da  estatização  mais  radical  manifestada  num  ou  noutro  Estado,  não  demonstrou



                                          resultados  favoráveis  ou  correspondeu  àquela  ordenação  mais  reclamada.  Pelo  contrário,  mos­



                                          trou  que  o  tumulto  existente  permaneceu  intocável,  pois  casos  há  em  que  os  organismos



                                         conflitantes  são  numerosos,  como  soe  aconteceu  no  Rio  Grande  do  Sul,  onde  o  Conselho



                                         de  Telecomunicações,  a  Cia.  Riograndense  de  Telecomunicações  (sociedade  de  economia  mista)


                                         os  Serviços  Telefônicos  Retomados  e  as  empresas  privadas  se  confundem,  prejudicando  a



                                          ordenação  do  sistema  estadual  c  o  desenvolvimento  planificado  deste.







                                                       O  I  Congresso  Brasileiro  dc  Telecomunicações  revelou  a  precariedade  existente  por  tôda



                                          parte,  no  que  diz  respeito  à  assistência  do  poder  público  a  um  serviço  público  tão  relevante


                                         —   retratando  com  fidelidade,  completa  ausência  de  ordenação  e  de  critérios  normativos,  falta



                                          dc  planos  adequadamente  elaborados  c  desconhecimento,  com  raras  exceções,  das  necessidades



                                         regionais  mais  inadiáveis  c  dos  próprios  sistemas  existentes.  A   prova  disso  esfá  em  que  apenas



                                          duas  ou  três  delegações  lograram  apresentar  os  Planos  Estaduais  adrede-preparados,  enquanto



                                         tôdas  as  demais  sc  limitaram  a  orientar-se  para,  num  esforço  posterior,  à  luz  dos  ensinamentos



                                         auridos  nos  trabalhos  do  Congresso,  caminharem  com  mais  segurança  para  a  elaboração  d«s


                                         Planos  c  estudos  reclamados.







                                                       Uma  cousa,  entretanto,  ficou  patente:  a  melancólica  certeza  de  que  os  sistemas  exis­



                                         tentes  se  estagnaram  e  dc  que  essa  estagnação  somente  poderá  ser  superada  se  todos  sé  con­



                                         gregarem  num  esforço  comum,  sob  a  supervisão  do  Conselho  Nacional  de  Telecomunicações,



                                         no  sentido  da  adequada  ordenação  dos  esforços  necessários  à  formação  dc  um  Sistema  N a ­



                                         cional,  integrado  c  uno,  capaz  de  dar  escoamento  à  demanda  reprimida  por  tanto  tempo






                                                       As  delegações  e  os  observadores  foram  unanimes  em  considerar  que  a  situação  esfá  a


                                         exigir  a  padronização  de  normas  c  diretrizes  e  a  comunhão  de  esforços,  para  vencer  a  crise.



                                         A  partir  do  momento  em  que  os  Estados  possam  dispor  de  um  órgão  adequado  e  capaz,  for­



                                         mado  à  luz  dos  preceitos  básicos  e  fundamentais  ditados  pelo  C O N T E L ,  que  é  o  órgão  de



                                        supervisão,  por  fôrça  de  lei,  estamos  certos  dc  que  será  possível  caminhar-se  para  o  desen­



                                          volvimento  acelerado  dos  sistemas  regionais  e,  através  deles,  para  a  integração  de  todos  no



                                        grande  Sisfema  Nacional  de  Telecomunicações.







                                                       bssa,  a  nosso  ver,  a  grande  tese  consagrada  pelo  Congresso.  Pondo  de  lado  regionalismo


                                        inconveniente  c  prejudicial  —   agora  que  todos  compreendem  que  somente  será  possível  sair



                                        do  marasmo  mediante  estreita  união  cie  esforços  entre  os  poderes  conccdentcs,  os  operadores



                                        c  os  fabricantes  de  equipamento,  à  sombra  de  orientação  sadia  e  adequada.






                                                        Fazemos  votos  para  que  as  resoluções  do  I  Congresso  venham  a  transformar-se,  sem



                                        maiores  delongas,  em  normas  c  diretrizes  baixadas  pelo  Conselho  Nacional  de  Telecomunica­



                                         ções  e  que  êste  acolha  com  a  prudência  e  o  bom  senso  que  lhe  são  peculiares,  as  recomendações



                                        mais  substanciais  que  lhe  foram  encaminhadas.




                                                       Muita  cousa  útil  foi  objeto  das  deliberações  do  Congresso  c  nelas,  por  certo,  haverá  de



                                        inspirar-sc  o  C O N T E L   nas  próximas  decisões  que  venha  a  tomar  com  o  objetivo  dc  oficializar



                                        tudo  aquilo  que  se  reclamou  e  foi  discutido  no  plenário,  nos  cinco  memoráveis  dias  em  que



                                        estivemos  reunidos,  no  Rio  de  Janeiro  ,em  busca  de  soluções  adequadas  para  nossos  problemas.







                                                       Esperamos  que  no  ano  vindouro,  ao  reunir-se  o  I I   Congresso  Brasileiro  de  Telecomunica­



                                        ções,  sc  possa  apiedar  o  lado  positivo  daquele  que  vem  dc  cncerrar-se  —   quando  estarão,


                                         certamcnte,  concretizadas  as  soluções  propostas  e  em  plena  execução  as  fórmulas  aprovadas



                                        cm  junho,  no  Rio  de  Janeiro.  Contamos  com  a  dedsão  dos  órgãos  governamentais  em  levar



                                        avante  os  elevados  propósitos  que  o  I  Congresso  consagrou,  aparelhando-se  os  Estados  para.



                                        sob  a  supor Visão  do  C O N T E L ,  tornar  possível  a  expansão  dos  serviços  de  telecomunicações



                                         c  a  integração  dos  sistemas  regionais  no  Sistema  Nacional  de  Telecomunicações.
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