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destacada mente o Cel. Hclio Gomes do Amaral, coordenador do Congresso, os Coronéis Pedro
Leon Schneider, Carlos Afonso Filgueiras e José Almeida Borda, os Drs. Hugo Dourado e
José A. Marques c o Comandante Fernando Portella.
Logo após instalado o Congresso foi possível verificar-se o tumulto existente no que con
cerne à organização e controle dos serviços afetos à esfera de competência dos Estados. Salvo
raríssimas excessões, a omissão é quase total; nada existe ou, quando existe, apresenta-se sob
a forma de organismos inadequados à sua finalidade, nas mais das vezes conflitantes e desor
denados, sem qualquer preparo para a relevante missão que lhe está afeta: a de fiscalizar,
coordenar e assistir às operadoras de serviços de telecomunicações de competência estadual e
propiciar a integração dos sistemas intermunicipais no Plano Estadual de Telecomunicações.
A tônica da estatização mais radical manifestada num ou noutro Estado, não demonstrou
resultados favoráveis ou correspondeu àquela ordenação mais reclamada. Pelo contrário, mos
trou que o tumulto existente permaneceu intocável, pois casos há em que os organismos
conflitantes são numerosos, como soe aconteceu no Rio Grande do Sul, onde o Conselho
de Telecomunicações, a Cia. Riograndense de Telecomunicações (sociedade de economia mista)
os Serviços Telefônicos Retomados e as empresas privadas se confundem, prejudicando a
ordenação do sistema estadual c o desenvolvimento planificado deste.
O I Congresso Brasileiro dc Telecomunicações revelou a precariedade existente por tôda
parte, no que diz respeito à assistência do poder público a um serviço público tão relevante
— retratando com fidelidade, completa ausência de ordenação e de critérios normativos, falta
dc planos adequadamente elaborados c desconhecimento, com raras exceções, das necessidades
regionais mais inadiáveis c dos próprios sistemas existentes. A prova disso esfá em que apenas
duas ou três delegações lograram apresentar os Planos Estaduais adrede-preparados, enquanto
tôdas as demais sc limitaram a orientar-se para, num esforço posterior, à luz dos ensinamentos
auridos nos trabalhos do Congresso, caminharem com mais segurança para a elaboração d«s
Planos c estudos reclamados.
Uma cousa, entretanto, ficou patente: a melancólica certeza de que os sistemas exis
tentes se estagnaram e dc que essa estagnação somente poderá ser superada se todos sé con
gregarem num esforço comum, sob a supervisão do Conselho Nacional de Telecomunicações,
no sentido da adequada ordenação dos esforços necessários à formação dc um Sistema N a
cional, integrado c uno, capaz de dar escoamento à demanda reprimida por tanto tempo
As delegações e os observadores foram unanimes em considerar que a situação esfá a
exigir a padronização de normas c diretrizes e a comunhão de esforços, para vencer a crise.
A partir do momento em que os Estados possam dispor de um órgão adequado e capaz, for
mado à luz dos preceitos básicos e fundamentais ditados pelo C O N T E L , que é o órgão de
supervisão, por fôrça de lei, estamos certos dc que será possível caminhar-se para o desen
volvimento acelerado dos sistemas regionais e, através deles, para a integração de todos no
grande Sisfema Nacional de Telecomunicações.
bssa, a nosso ver, a grande tese consagrada pelo Congresso. Pondo de lado regionalismo
inconveniente c prejudicial — agora que todos compreendem que somente será possível sair
do marasmo mediante estreita união cie esforços entre os poderes conccdentcs, os operadores
c os fabricantes de equipamento, à sombra de orientação sadia e adequada.
Fazemos votos para que as resoluções do I Congresso venham a transformar-se, sem
maiores delongas, em normas c diretrizes baixadas pelo Conselho Nacional de Telecomunica
ções e que êste acolha com a prudência e o bom senso que lhe são peculiares, as recomendações
mais substanciais que lhe foram encaminhadas.
Muita cousa útil foi objeto das deliberações do Congresso c nelas, por certo, haverá de
inspirar-sc o C O N T E L nas próximas decisões que venha a tomar com o objetivo dc oficializar
tudo aquilo que se reclamou e foi discutido no plenário, nos cinco memoráveis dias em que
estivemos reunidos, no Rio de Janeiro ,em busca de soluções adequadas para nossos problemas.
Esperamos que no ano vindouro, ao reunir-se o I I Congresso Brasileiro de Telecomunica
ções, sc possa apiedar o lado positivo daquele que vem dc cncerrar-se — quando estarão,
certamcnte, concretizadas as soluções propostas e em plena execução as fórmulas aprovadas
cm junho, no Rio de Janeiro. Contamos com a dedsão dos órgãos governamentais em levar
avante os elevados propósitos que o I Congresso consagrou, aparelhando-se os Estados para.
sob a supor Visão do C O N T E L , tornar possível a expansão dos serviços de telecomunicações
c a integração dos sistemas regionais no Sistema Nacional de Telecomunicações.