Page 1143 - Telebrasil Noticiário
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"O  maior  inconveniente  é  que  somos  demais  prontos  a  acolher


                                                              a  solução  que  o  outro  dá  aos  problemas  da  vida.  Há  uma  preguiça

                                                              natural  que  nos  move  a  aceitar  as  soluções  mais  fáceis,  de  uso  cor­


                                                              rente  entre  nossos  amigos”.


                                                                          "A  angústia  é  o  sinal  da  insegurança  espiritual,  o  fruto  de  per­


                                                              guntas  sem  respostas.  Mas,  perguntas  não  podem  ficar  sem  respos­


                                                              tas,  se  primeiro  não  forem  formuladas.  E  há  uma  angústia  muito


                                                             pior,  uma  insegurança  muito  pior,  a  que  vem  do  medo  de  fazer  as


                                                             perguntas  devidas,  porque  poderiam  não  ter  resposta  alguma.  Uma


                                                             das  doenças  morais  que  passamos  uns  aos  outros  na  sociedade  pro­


                                                             vém  de  nos  acotovelarmos  em  massa,  à  luz  frouxa  de  alguma  insu­


                                                             ficiente  solução  dada  à  pergunta  que  temos  medo  de  propor”.


                                                                          “A  esperança  esvazia-nos  as  mãos,  para  que  possamos  trabalhar


                                                             com elas.  Mcstra-nos que  temos razão de agir e ensina-nos a fazê-lo”.


                                                                          “Considerar  pessoas,  acontecimentos  e  situações  exclusivamente


                                                             em  relação  a  mim  próprio,  é  o  mesmo  que  viver  no  limiar  do  in­

                                                             ferno.  Para  viver  só  para  mim,  eu  tenho  de  fazer  tòdas  as  coisas


                                                             curvarem-se  à  minha  vontade,  como  se  eu  fôsse  um  Deus”.


                                                                          “O  primeiro  passo  na  vida  interior,  hoje  em  dia,  não  é  como


                                                             imaginam  alguns,  aprender  a  não  ser,  a  não  provar,  a  não  ouvir.


                                                              nem  sentir  as  coisas.  Muito  ao  contrário,  o  que  devemos  é  começar


                                                             por  desaprender  os  nossos  modos  errados  de  ver,  de  provar,  de  sen­


                                                             tir  para  adquirir  uns  tantos  modos  corretos”.








                                      E,  finalmente,  aquilo  que  me  parece  ser  lapidar:






                                                                          “Deve  haver  um  momento  no  dia  em  que  o  homem  que  faz


                                                             planos  os  esqueça  e  aja  como  se  não  os  tivesse.  Deve  haver  uma

                                                             hora  do  dia  em  que  o  homem  que  precisa  falar  fique  em  silêncio.


                                                             E  a  sua  mente  não  forme  raciocínios  e  êle  se  pergunte  se  os  que


                                                             féz  tiveram  algum  sentido.  Deve  haver  um  tempo  em  que  o  ho­


                                                             mem  de  oração  vá  orar  como  se  fôsse  a  primeira  vez  na  sua  vida;


                                                             em  que  o  homem  resoluto  penha  de  lado  suas  decisões,  como  se


                                                             estivessem  quebradas,  e  êle  aprenda  uma  nova  sabedoria;  distinção


                                                             entre  o  sol  e  a  luz,  entre  as  estréias  e  as  trevas,  o  mar  e  a  terra


                                                             firme,  o  ceu  noturno  e  o  cume  de  uma  colina”.


                                                                          “Aqui  jaz  um  defunto  que  féz  da  indiferença  um  ídolo!  Seu


                                                             silêncio  não  é  atento  a  nada,  nada  escuta  e  nada  tem  a  dizer.


                                                             Venham  as  andorinhas  e  façam  o  ninho  em  tòrno  désse  homem  e


                                                             ensinem  os  seus  filhotes  a  voejar  no  deserto  que  êle  féz  de  sua  al­


                                                             ma,  e  assim  êle  não  ficara  inútil  para  sempre”.








                                      Por  tudo  isso.  queremos  insistir  junto  aos  que  têm  sob  os  ombros  o  péso


                         das  responsabilidades:  —  é  preciso  rever  a  lei,  votada  a  toque  de  caixa,  no


                         passado  funesto,  dar-lhe  córes  novas  e  novas  luzes.  Faz-se  mister  dar  ao


                         Código  Brasileiro  de  Telecomunicações  a  fôrça  irreversível  de  que  carece.  A

                         iniciativa  do  Estado,  que  deve  ser  resguardada,  fortalecida  e  consagrada,  seja


                         através  de  um  Conselho  Nacional  de  Telecomunicações  coeso,  pleno  de  auto­


                          nomia,  de  autoridade  e  de  valores  individuais,  seja  através  da  emprèsa  estatal


                         aue  deve  encarregar-se  de  criar  novos  meios  de  telecomunicações,  levando-os


                          a  pontos  até  aqui  despreparados  e  desassistidos  e  de,  sem  prejuízo  da  inicia­


                          tiva  particular,  mas,  ao  revés,  com  a  sua  colaboração  efetiva  e  indispensável,


                          construir  o  sistema  nacional  de  telecomunicações,  para  que  o  Brasil  possa


                          recuperar  ,a  curto  prazo,  todo  o  tempo  perdido  em  devaneios  e  discussões  esté­


                          reis  e  improdutivas.




                                       Para  dar  aos  leitores  uma  idéia  sumária  da  importância  da  livre  emprèsa


                          relativamente  ao  sistema  nacional  de  telecomunicações  que  os  extremistas,


                          através  da  Lei  4.117  —  hoje  cognominada  “intocável”  —  pretenderam  exter­


                           minar,  procurou  a  TELECENTRO  promover  um  levantamento  de  tòdas  as  rêdes


                           locais  existentes  no  Estado  de  Minas,  que  é  uma  das  áreas  sob  sua  atividade,


                           como  Associação  de  Classe  que  não  visa  fins  lucrativos,  mas  puramente  assis-


                          tenciais,  rêdes  estas  interligadas,  em  mais  de  80%,  ao  sistema  de  telefonia


                           interestadual  do  país.





                                                                                                                                                                                                                                                                                        S
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