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E isto não é tudo. Existem, atual­
mente, 128 canais de voz através do
Pacifico para o Japão e para as Fili­
pinas e 80 para a Austrália, com liga­
ções suplementares programadas para
breve, a fim de unir àquéle país a
Singapura e Hong-Kong.
lhas, existem agora 128 canais de voz
de cabo coaxial para o Panamá, 223
para Pôrto Rico e para as Ilhas Vir­
gens, com ramais para a Colômbia e
Venezuela projetados para o ano vin­
douro. Estão em andamento negocia­
ções para se estenderem cabos coaxiais
semelhantes a outros países sul-ame­
ricanos, caso o desejem.
Ainda mais impressionante do que
a própria proliferação dos cabos coa­
xiais submarinos, é a demanda de seus
serviços. Parece-me que o TAT 4 ( *),
cujo término está programado para o
final deste ano, já está com um ex­
cedente de candidatos a serviço igual
ao dôbro de sua capacidade.
Devido a éste crescimento na de­
manda e uso, creio que a pergunta que
às vêzes ouvimos — “Que faremos com
os cabos, quando os satélites estiverem
em órbita e em funcionamento?” — é
antes de tudo académica. Os satéli­
tes e cabos se estarão esforçando para
atender ás demandas de serviço e ten­
tando provar que os serviços por éles
oferecidos podem ser mais seguros, fle­
xíveis e eficientes do que os anterior-
mente apresentados.
De qualquer modo. os satélites po­
dem ser colocados fora de funciona­
mento e os cabos podem ser cortados,
portanto cada um déles é necessário à
continuidade do outro A questão não
é, exatamente, a coexistência dos sa­
télites e dos cabos coaxiais, mas sim,
qual a maneira de, conjuntamente, sa­
tisfazerem a demanda, sempre crescen­
te, de comunicações — mesmo contan­
do com a colaboração dos outros sis­
temas de comunicação ainda em uso.
Quais as razões que motivam éste in­
cremento?
Em parte, o aumento da população;
em parte, o aumento da prosperidade.
Mas, muito mais importante do que
estas duas causas é o fato de que o
mundo acabou
apreciar o estimulo ao desenvolvimen­
to econômico que um bom sistema de
comunicações é capaz de proporcio­
nar. Estranho é que se chegasse tão
(*) TAT 4 — Prefixo do novo cabo conxial
submarino que
os Estados Unidos e a França.
tarde ao reconhecimento do poder cria­
dor das comunicações. Sempre se ren­
deu o devido tributo às estradas roma­
nas e à locomotiva à vapor. Mas, so­
mente com o advento da Segunda Guer­
ra Mundial foi o sistema de telecomuni­
Nas Anti­ cações colocado em pé de igualdade
com as rodovias, estradas de ferro, es­
colas, sistema de esgotos e reprêsas,
como fôrça económica criadora.
Creio que devemos um voto de agra­
decimento às classe armadas por êsse
reconhecimento. Os responsáveis por
nossa defesa já há muito comprovaram
que a eficácia das armas de que dis­
punham era multiplicada pela rapi­
dez com a qual as emergências podiam
ser atendidas e os contra-ataques apli­
cados. De certa forma, o tempo pode
ser trocado por equipamento e os sis­
temas modernos de comunicações de
alta-velocidade podem conseguir éste
tempo.
Do mesmo modo, o mundo de negó­
cios aprendeu que os estoques não pre­
cisam ser mantidos tão elevados, quan­
do as encomendas são feitas com ra­
pidez e que, com as comunicações mo­
dernas, as decisões não necessitam ser
adiadas até que as oportunidades já
tenham passado. Boas comunicações
tornam possível, nas palavras de mi­
nha velha tia, “agarrar os bolinhos
enquanto estão sendo servidos” . Esta
lição foi tão bem e tão sobejamente
aprendida que agora nos é impossível
vislumbrar o fim da aceleração da de­
manda de comunicações.
Outra causa da explosão das comu­
nicações é, naturalmente, a constante
redução de custo hoje permitida pela
tecnologia Cêrca de 90 anos atrás, o
custo de um cabograma de Nova Ior­
que a Buenos Aires, via Europa (ne­
nhuma outra rota era viável) era de
$7.50 por palavra e o dólar, na época,
valia muito mais do que vale hoje.
Com o advento de uma rota direta,
ao longo do continente americano em
1882, tal custo caiu para $1.85. Atual­
mente, é de 31 cents.
Isto é apenas o comêço. O setor que
mais rapidamente cresce em nossa
por compreender e atividade, hoje em dia, é o telex, pre­
cisamente porque proporciona acs
usuários um serviço melhor pelo di­
nheiro que empregam. A mensagem
de telex de um minuto de duração —
uma recente inovação — pôs éste ser­
viço ao alcance de várias firmas para
está sendo lançado entre as quais esta facilidade era conside­
rada, anteriormente, como um luxo.