Page 1022 - Telebrasil Noticiário

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SUPLEMENTO DE NOVEMBRO E DEZEMBRO
ANO VII
FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DE EM P RÊS AS DE TELECOMUNICAÇÕES DO BRASIL
RIO DE JANEIRO
Sem tarifas adequadas não pode ha­
ver, em nenhum país do mundo, bom ser­
viço telefônico e, muito menos, pode ser
feita sua expansão; sem tarifas adequadas
não há distribuição de dividendos e a em-
prêsa que não distribui dividendos
atrai novos acionistas, não tendo, assim, à
mão os capitais adicionais necessários ao
desenvolvimento de seus negócios.
Há dias, o Mestre Emérito Marcondes
Ferraz, em palestra na Vila Militar, dizia:
— “ Falar da necessidade de suprimentos
contínuos de recursos para as
de serviços de utilidade pública é verdadei­
ramente um pleonasmo. E’ uma caracte­
rística que diferencia a empresa de ser­
viços de utilidade pública de uma emprê-
sa industrial qualquer. Ao passo que o
industrial pode limitar a expansão de seu
negócio — seus investimentos — a em-
prêsa de serviços de utilidade pública não
pode deter sua expansão e, se a detiver,
verifica-se a escassez de serviço”.
terminar sua realística
ainda o grande técnico e
“ Em matéria de serviços de utilidade pú­
blica... não há milagre; há uma opção:
— ou se paga o preço dessa utilidade ou
não se tem essa utilidade”.
A partir de 1930, por influência de
um grupo de revolucionários, talvez bem
intencionados — o que duvidamos — mas
que demonstravam,
norância absoluta das boas regras da eco.
nomia e das finanças, foi abolida por de­
creto-lei a cláusula-ouro dos contratos das
DIVULGADO PELA N.° 81/82
Novembro e Dezembro de 1966 Distribuição Interna
Telefônicas
Por Pedro Renault Castanheiro. —
Presidente da TELEBRASIL.
emprêsas que exploravam serviços de uti­
lidade pública, entre elas as que forne­
ciam serviço telefônico — sem que hou­
vesse qualquer preocupação de ser cria­
não da para substituí-la uma válvula que com­
pensasse o efeito do aviltamento do poder
aquisitivo da moeda nacional.
Foi o princípio do fim! Enquanto o
preço do jc<rnr;l subia pregressivamente
de um tostão (dez centavos) para duzen­
tos cruzeiros; uma refeição, num restau­
rante modesto, passava de 5 cruzeiros pa­
empresas ra cinco mil; o aluguel de um apartamen
to de setecentos cruzeiros para cento e oi­
tenta mil; o salário mínimo de Cr$ 240
para mais de Cr$ 80.000, o telefone ia su­
bindo, aos poucos, em doses homeopáticas
e exclusivamente no quantum necessário
para cobnr os acréscimos de despesa pro­
vocados pelos aumentos compulsórios e
coletivos de salários.
Era a demagogia à sòlta, sem que os
E, ao
demagogos percebessem ou quisessem
exposição, disse
compreender que estavam solapando e des­
professor: — truindo uma obra valiosa, necessária o
bem iniciada: — a rêde teleSônica do
Brasil.
Se a tarifa telefônica tivesse subido
na proporção do preço do jornal, um te­
lefone de negócio custaria hoje ..............
CrS 138.000 por mês!
Felizmente, a partir de novembro de
certamente, uma ig­ 1958 veio a esperada reação, sendo esta­
belecida por lei a correção monetária dos
ativos imobilizados, o que é nada mais —
embora o seja muito menos — do que a