Page 12 - Telebrasil - Maio/Junho 1975

e vez na concorrência do mer­
cado. Procuraremos, tanto pe­
lo convívio e pela negociação
com as empresas multinacio­
nais, quanto pelo incentivo à
pequena e média empresa, ge­
rar o máximo possível de res­
postas tecnológicas, inclusive,
para o desafio imenso que é a
partir de hoje de cerca de 2,6
milhões de telefones no País
para aproximadamente 8 mi­
lhões em 1979.
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Cumpre-nos, nesta fase,
criar as oportunidades de in­
corporar a melhor tecnologia.
A empresa privada pequena e
média e à grande corporação
multinacional, queremos levar
tranqüilidade sobre a posição
do Governo relativamente às
atribuições que hoje recebe­
mos. Queremos levar-lhes a
confiança na disposição do
Governo de criar clima indis­
pensável para os bons negó­
cios bilaterais ou multilate-
rais.
Devemos despojarmo-nos
de todos os aspectos e cono­
tações de xenofobia. Não de­
vemos buscar tecnologia avan-
çadíssima importada e ficar
assim incessantemente depen­
dentes do exterior. Melhor
usar uma tecnologia menos
avançada (pior preço/per -
formance), mas capaz de asse­
gurar o nosso próprio avanço
e autonomia através de pro­
dutos compatíveis com a nos­
sa realidade nacional e os nos­
sos recursos naturais, garan­
tindo-nos, ademais, a chance
econômica e científica de nos
auto-sustentar em cerca de
uma década.
A título de argumento,
lembraria aqui o que ocorreu
na indústria automobilística.
Compramos e incorporamos
ao País um veículo, disputado
10
em sua época — o Simca-
Chambord — mas que, por
certo, já não constituía a me­
lhor opção para a conjuntura
brasileira, nem era o melhor
projeto a importar.
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O que pretendo esclarecer
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é que o Brasil deve adquirir a
tecnologia adequada a ele
mesmo, e não apenas aquela
tecnologia de ponta, muitíssi­
mo avançada, porém incom­
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patível com os nossos interes­
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ses e o nosso desenvolvimen-
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Seria cedo para introduzir
no País equipamento com
tecnologia de preço/perfor-
mance ainda em análise nos
laboratórios no exterior para
obtermos, imediatamente, ca­
pacidade interna de produ­
ção, condições de mercado e
de lucro, no que tange a in­
vestimentos privados, sob o
risco de servirmos de cobaia.
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Interessa-nos lastrear
consolidação e a formação
maior de recursos humanos
de alto nível e permanecer­
mos coerentes com a meta
que visa, para o início de
1980, a uma renda per capita
média de US$ 1 000.
Insisto: procuraremos, sem
complexos de inferioridade,
partir para soluções que resol­
vam os problemas da telefo­
nia rural, integrando popula­
ções e o cidadão de hoje ain­
da marginalizados na socieda­
de por estarem incomunicá­
veis na sociedade nacional.
A ssííp lhes daremos a cons­
ciência de que já se incorpora­
ram à sociedade economica­
mente emergente. Mas tam­
bém devemos lançar mão de
satélites e de sensoriamento
remoto e de todas as vanta­
gens da tecnologia moderna
aconselháveis para nossas con­
dições de comunicações e co­
nhecimento real deste territó­
rio com dimensões continen­
tais. ,
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Infelizmente, dada a brevi-
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dade do tempo, não me posso
alongar mais. Contudo, deixo
formulado um apelo: levem
os senhores para as suas res­
pectivas empresas e organiza­
ções governamentais a certeza
de que o Governo trabalhará
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' com método e com a atenção
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^ ¦ - . ' s V .* a ' . , ' voltada para a urgência de ga­
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rantir a melhor convivência
do sistema tecnológico e cien­
tífico com a universidade e o
sistema privado, e a conve-
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niência da comunidade brasi­
leira com a comunidade inter­
nacional. Peço a todos que as
sugestões nascidas nesta reu­
nião sejam transmitidas ao
CNPq para que nos possam
bem orientar e atender à to­
. / w " . ' » • das as colocações junto a
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Agradeço à TELEBRASIL
*
ter-me possibilitado abrir este
painel, o que muito me hon­
rou e onde revi tantos ami­
gos. Graças a ele, solidifiquei
a convicção de que podemos
fazer com que a década de 80
seja notavelmente diferente
das décadas anteriores e que o
Brasil pode, ele próprio, cons­
tituir uma resposta nova para
os velhos problemas da hu­
manidade.
O CNPq fica à disposição
de todos, com um forum,
uma casa para debates, onde
as organizações do Governo
federal e todas as outras se
estimulem para executar dire­
trizes compatíveis, coerentes
e harmônicas, construindo o
futuro.