Page 17 - Telebrasil - Março/Abril 1970
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TELECOMUNICAÇÕES
Diário de Notícias — Rio — 15-3-TO
O BRASIL, apesar dos avanços regis O Parque fabril visitado pelo Minis
trados nos últimos cinco anos. ainda está tro de Comunicações é um exemplo disso
engatinhando na implantação de um siste Tem colaborado com o plano de expansão
ma nacional de telecomunicações. Para su «'a Companhia Telefônica Brasileira e de
perar êsse atraso, além das iniciativas go outros concessionários, assegurando ao Es
vernamentais impõe-se a implantação dos tado da Guanabara uma posição privilegia
serviços de infra-estrutura, produtora esta da como fornecedor de equipamentos tra
de equipamentos, área em que atua a ini balhando, com êsse fim, 24 horas por dia
ciativa particular. Como declarou, em re Entretanto, o Plano Nacional de Telecomu
cente visita feita ao parque fabril da Stan nicações, incluindo os planos de expansãc
dard Elétrica, o Ministro das Comunicações, das rêdes urbanas de telefones, exigiu que
não interessa descobrir culpados pelos ser as emprésas fabricantes de equipamentos
viços obsoletos ainda oferecidos à população para fazer face ao volume de encomendas.
de muitas unidades da Federação, mas em então feitas, passassem a investir na forma
preender um trabalho sério, como o que vem ção de mão-de-obra especializada e em no
fazendo as emprésas, no sentido de assegu vos equipamentos. O aproveitamento eco
rar comunicações telefônicas e radiotelefô- nômico dêsses investimentos preocupa as
nicas rápidas e eficientes, que permitam en emprésas no momento. ,
curtar as distâncias entre os brasileiros.
Torna-se necessário um perfeito enten
Algumas emprésas produtoras de equi dimento entre o Govêrno, fabricantes e con
pamento já são uma tradição no mercado cessionários, para que seja assegurado um
brasileiro. Contudo, na falta de um seguro planejamento global da expansão de todos
mercado consumidor de equipamentos tele os serviços de telecomunicações, partindo da
fônicos, situação que persistiu durante mui substituição do autofinanciamento, através
to tempo, passaram a fabricar outros ttpos dos planos de expansão das Companhias Te
de materiais e equipamentos, a fim de lefônicas, para o financiamento visando as
ocupar a capacidade ociosa de suas fábri segurar recursos necessários aos fabricantes
cas. Ao ser, porém, implantado o Plano Na de equipamentos e aos concessionários. As
cional de Telecomunicações, foi iniciada sim seria evitada a repetição do caso do
uma nova fase nas relações entre conces
sionárias e o Govêrno. Puderam, então, os Plano de Expansão da Companhia Telefô
empresários, já agora com segurança, esta nica Bi-asileira elaborado para ser autofinan-
belecer planos para a expansão de seus ciado por 150 mil novos assinantes, decorri
serviços. dos mais de dois anos, ainda restam 70 mil
linhas para serem vendidas.
Com isso, o Brasil saiu de um estágio
de completa estagnação no setor, que se pro Quem está pagando por isso, indireta
longou por um quarto de século, para um mente, somos todos nós que utilizamos os
estágio de desenvolvimento por assim di serviços telefônicos, por sermos obrigados a
zer revolucionário. iSaimos da era do tele esperar mais tempo pela inauguração das
fone de manivela, qve ainda funciona em melhorias anunciadas. E, diretamente, a
algumas localidades, para a era das comu indústria nacional fornecedora de equipa
nicações via satélite. Tudo é nôvo na técni mentos, submetida a esquemas de paga
ca operacional que está em desenvolvimento. mentos sempre prorrogados e obrigada, em
Os sistemas que estão sendo montados são virtude disso, a conseguir financiamentos ex
inéditos no Brasil, que nos últimos cinco ternos e uma série de outras medidas de-
anos arrancou para uma corrida acelerada, auxílio. É necessário buscar soluções para
em busca de uma posição mais progressista o problema, que possam acelerar a implan
no conceito internacional da técnica telefô tação dos novos serviços e a melhoria con
nica. A indústria nacional de equipamentos tínua dos existentes. Não interessa pesqui
telefônicos está correspondendo à confiança sar responsabilidades passadas, mas partir-
nela depositada pelas autoridades e con para medidas concretas, apressando a mo
cessionários. dernização das nossas telecomunicações.