Page 4 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1969
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Quando  a  operação  do  sfervjçc  e  feita  em   submissão  a  cursos  intensivos  de  treina
         circunstâncias  diferentes,  ifcto jé,  com  a  uti­  mento,  antes  de  seu  aproveitamento  r.o
         lização  de  mão  de  obra  mãoj qualificada,  o   serviço,  não  permite  a  melhor  qualificação
         dimensionamento  do  quadlo  <je empregados   do  empregado,  que  deve  ser  adequ ai
         excede  ao  índice  que  a  técnkfa  preconiza -   mente  orientado  antes  de  iniciar  sua  ativi­
         o  que  toma  a  operação  menos  economica  e   dade nos serviços  da  rmerêsa. Por isso mes­
         os  serviços  menos  eficientes  vê-se  por­  mo,  torna-se  impraticável  compor  o  qua­
         tanto,  que  a  operação  econômica  de  um   dro  de  empregados,  nas  empresas  nacio­
         eficiente  serviço  telefônico  dependerá  prin-   nais  de  grande  e  médio  porte,  dentro  das
         cipalmente,  do  mercado  de  trabalho,  onde   limitações  que  seriam  ideais  já  alcançada.-
         deve  ser  encontrada  a  mão  de  obra  técni­  nos  Estados  Unidos,  onde  o  mercado  dc.
         co-qualificada  em  quantidade  suficiente  pa­  técnicos  qualificados  é  dos  mais  fartos
         ra  atender  à  demanda  das  emprèsas  ope­  havendo,  em  cor^eqüência  mão  de  obra
         radoras .                              competente  e  em  quantidade,  para  tôda.
                                                as  funções.
            No  Brasil,  há  quase  absoluta  falta  de
         técnicos  de  nível  médio  e  superior  c.  sen­
         do  grande  o  mercado  de  empregos,  não  há   Para  melhor  se  ajuizar  da  posição  d
         mão  de  obra  disponível  na  quantidade  que   relevo  da  técnica  americana  podei íamos
         seria  necessária  para  atender  à  demanda   registrar  o  desenvolvimento  dos  serviço
         Por  outro  lado,  a  falta  de  recursos  postos   telefônicos  na  América  e  o  crescimento  «*
         à  disposição  das  empresas  para  o  preparo   índice  de  empregados  por  10.000  telefones,
         de  seus  próprios  técnicos,  através  de  sua  alcançados  no  período  1935/1968:
                                                                 ÍNDICE  POR
                                 N tM E R O   DE   NÜMERO  DE
                    ANO          TELEFONES      EMPREGADOS           10.000
                                                                 TELEFONES
                    1935         15.157.000        266.000           175
                    1940         19.336.000        305.000           158
                    1945         24.814.000        398.000           160
                    1950        38.525.000        565.000            147
                    1955        49.753.000         649.000           130
                    1960        65.735.000         627.000            95
                    1965        82.424.000         655.000            79
                   1966         86.905.000         698.000            80

            Vê-se,  portanto,  que  nos  Estados  Uni­  de  uma  qualificação  que  é  indispensável  a
        dos  o  número  de  telefones  no  período  cres­  operação  econômica  e  eficiente  dos  servi
        ceu  de  cêrca  de  480%  —   passando  de   ços  concedidos,  quando  a  concentração
        15.157.000  para  86.905.000  —  e  que  o   das  pequenas  rêdes  poderia  permitir  que  a
        número  de  empregados  utlizados  nos  ser­  conservação  e  manutenção  dos  serviços
        viços  elevou-se  de  pouco  mais  de  160%   fizesse  com  uma  só  equipe,  muito  mais
        —  passando  de  266.000  para  698.000  —   reduzida.
        o  que  somente  foi  possível  porque  as  em.   Somente  será  possível  melhorar,  por­
         prêsas  conseguiram  compor  os  seus  qua­  tanto.  as  condições  des  serviços  .no  Bra­
        dros  com  mão  de  obra  técnico-qualificada,   sil.  de  sorte  a  torná-los  mais  ecocsõniicos,
        ao  revés  do  que  ocorre  em  nosso  País.  quando  se  puder  dispor  do  melhor  mer­
            N o  Brasil,  forçoso  é  reconhecer,  o  ín­  cado  de  empregos,  através  do  estabeleci­
        dice  ideal  de  empregados  por  telefones  em   mento  das  condições  essenciais  ã  forma­
        serviço  não  pode  nem  poderá,  nas  contin­  ção  de  técnicos  de  nível  médio  e  superior
        gências  do  momento,  ser  alcançado,  nem   e  quando  se  fizer  possível  concentrar  cm
         mesmo  nas  emprèsas  —  de  maior  porte,   mãos  de  grandes  emprèsas  regionais  a
        por  falta  absoluta  de  condições  para  uma   concessão  dos  serviços  até  aqui  diluídos
         melhor  seleção  de  mão  de  obra.    sob  a  responsabilidade  de  dezenas  de  mi­
            Já  enunciamos  uma  das  causas  de   lhares  de  pequenas  emprèsas.  como  bem
        deficiência  apontada:  a  falta  de  técnicos   o  tem  preconizado  o  ilustre  Ministro  das
        no  mercado  nacional  de  empregos.  Outra   Comunicações,  Prof.  Carlos  Furtado Smas
        causa,  entretanto,  da  maior  importância,   Enquanto  isso  não  ocorrer,   males
        existe  e  deve  ser  corrigida:  a  atual  pulve­  que  nos   afligem  persistirão,  mesmo  que
        rização  das  concessões  em  mãos  de  deze­  atenuados,  e  cs  serviços  telefônicos  serão
         nas  de  milhares  de  pequenas  emprèsas,   operados  em  bases  menos  econômicas  —
        com  a  consequente  formação  de  pequenos   mesmo  quando  o  são  com  os  rigorosos  cui­
        quadros  de  empregados,  fora  dos  rigores  dados  de  parcimónia  e  contenção  com
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