Page 25 - Telebrasil - Julho/Agosto 1966
P. 25
lelamente. Ora, segundo estatísticas pre restringindo o crédito bancário ao Setor
paradas pelo Instituto Brasileiro de Eco* Privado. Como se vê no Quadro n.° 4, o
jionna da F.G.V., o capital de giro repre valor real do crédito bancário, que cm
senta de 20% o 60% do capital total da^ 1951 era de 103 bilhões, continuou em
empresas de Indústria e de Comércio fins de 1964 NOS MESMOS 103 BILHÕES
Se tomarmos 30% que sejam e supuser ENQUANTO O PIB. CRESCEU DE UNS
mos 50% do alta de preços no ano, a re 80% NESSE PERÍODO.
constituição do capital de g>ro importara
em 50% X 30% — 15%, SÔBRE O CAPI Kubitschek e Goulart (no govêrno
TAL TOTAL. Dever-se-ia portanto, no pe Kubitschek o setor trabalhista era arren
ríodo de inflação permitir às emprésas dado, sem restrições, a Goulart) enquan
DEDUZIR DE SEU LUCRO APARENTE to se esbaldavam na concessão demagó
a importância necessária à reconstituição gica de salários cada vez mais altos, pro
de seu capital de giro. Ao invés, não curavam defender-se da ascensão do custo
só isso não lhes era permitido, como essa da vida que daí decorria e chamavam ao
importância era TAXADA COMO LU’ Ministério da Fazenda homens como San
CRO no Imposto de Renda. tiago Dantas, Carvalho Pinto, Miguel Cal-
mon etc. que se viam na contingência de
O mesmo se pode dizer da Deprecia não expandir o crédito para não agravar a
<ção do equipamento e da maquinaria que inflação.
era calculada sôbre o custo histórico em
vez de sê-lo sôbre o custo atual, vári ; O atual Govêrno compreende bem a
vêzes maior. NOVAMJENTE A DIFEREN carência de crédito de que sofre o Setor
ÇA ERA TAXADA COMO LUCRO. Privado, mas, executor que é de um pro
grama fundamentalmente desinflacioná-
O atual Govêrno está procurando cor rio, não pode desde já corrigir essa gra
rigir tudo isso, mas premido pela neces ve deficiência.
sidade de dominar a inflação e eliminar
o déficit orçamentário, criou um imposto Se o Govêrno de fato se empenha na
de 5% sôbre o reajustamento OBRIGA retomada do Desenvolvimento Econômico
TÓRIO, do valor do capital das empre do país, deve orientar-se:
sas, o que é evidentemente um IMPÔSTO
SÔBRE O CAPITAL, já que renda não há. Na correção das graves deficiên
cias de Transportes Ferroviários
Tudo isso, durante 15 ou mais anos, e Marítimos, bem como das Co
em maior ou menor grau, importou em municações;
uma considerável DESVALORIZAÇÃO DO 2) Restringir, tão cedo quanto pos
CAPITAL e da capacidade produtiva das sível,a excessiva participação es
empresas. Recalculado obrigatoriamente tatal em atividades industriais;
o capital na base dos coeficientes gover 3) Amparar e estimular, por todos
namentais, várias emprêsas, e das melho os meios a seu alcance a expan
res, acham-se nas maiores dificuldades pa são da Iniciativa Privada;
ra distribuir a seus acionistas, uma remu 4 Tazer do Ministério da Indústria
neração mesmo modesta. Muitas delas e Comércio o Ministério da Pro
acham-se supercapitalizadas em relação à dutividade Industrial e do Minis
sua capacidade de renda e distribuem no tério da Agricultura o ministério
vas ações, em vez de distribuir dividen da Produtividade Agrícola.
dos. Até que consigam reconstituir-se.
E quanto ao mais cuidar do futuro do
Como se êsses percalços não fossem país preparando o CAPITAL HUMANO,
bastantes, o Govêrno, há 15 anos, vem isto é, a EDUCAÇÃO.
i
f