Page 12 - Telebrasil - Novembro-Dezembro 1965
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ordenado a contar do 16.° dia!  um serriso — a ajudar a vida: palavra

Relendo isto, vejo que não falei em de fé, de saber, e até mesmo de anedo­
suas atividades e bons serviços na Su­ ta, mas indefectivelmente uma palavra
perintendência-Geral da CTB ,e, depois, a ajudar a vida.
na Vice-Presidência da Cobast e na Você — Castanheira amigo — foi
CTMG. Isto, que é o máximo, é do co­ sempre um elemento precioso para
nhecimento de muitos nas Companhias compor, para fazer, para perseverar,
Associadas.                     para impelir, para iniciar, acreditar e

Fundador da “Telebrasil”, Federação construir.

das Associações de Emprêsas de Tele­ Não pretendo, nem devo prolongar

comunicações do Brasil é hoje o seu êste profundo e sincero testemunho da

presidente. Cinqüenta anos pelo de­ nossa amizade, do nosso respeito, do

senvolvimento da telecomunicação no nosso enternecimento pelo Castanhei­

Brasil.                         ra nosso: o Castanheira que todos nós,

Brasileiro nato, casado, nascido em aqui reunidos nesta sala, admiramos, e
1892 em Barbacena, Castanheira entrou todos nós queremos como um pedaço de
para a Companhia em l.° de janeiro nós mesmes.
de 1916. tendo começado a trabalhar, Você sabe — Castanheira amigo —
realmente, a 15 de dezembro de 1915. quão emocionados estamos todos nós
Aposentado, continua a trabalhar como neste instante de festa. É uma festa
vice-presidente da Ccbast e como vice- que marca uma idade — 50 anos. É
presidente da CTB e da Companhia uma festa que se prende a uma data
Telefônica de Minas Gerais.
                                de 1915 e que ainda não encontra a da­
Verifica-se dêste modo que trabalhou ta de despedida. Você não parte, de­
de graça quinze dias e começou antes pois de cinco décadas de trabalho.
da hora. Está aposentado há anos, Você não vai. Você fica. Você con­
mas faz questão de permanecer no tra­ tinua .
balho, isto é, continua depois da hora. Castanheira amigo — terminarei es­
Êste — Castanheira amigo —, é o tas palavras com palavras de minha
mais impressionante símbolo de sua mulher, que, como você sabe, tanto o
vida modelar: o amor ao trabalho. estima: ontem à noite quando eu as es­
Outro traço, a marcar a sua vida, que crevia, ao descobrir que se destinavam
se prende àquele símbolo e se prende a você e ao saber as razões que as mo­
a todos nós, seus companheiros, moços tivavam, ela de repente me interrom­
e velhos, recentes e antigos: o amor à peu e disse: “Ora, Toni, não sei o que

Organização para a qual todos traba­ você está escrevendo, nem como está
lhamos-
                                traduzindo o que pensa e sente, mas sei
E o mais perfeito sinal, símbolo su­ que jamais você terá eloqüência para
perior e melhor de sua personalidade dizer o que sentem e o que pensam você
admirável : o amor à família.
                                e os seus colegas, do Castanheira, nes­

Aqui estamos — Castanheira amigo ta hora de festa e de justiça.

—, seus colegas e amigos, seus discípu­ O sentimento de vocês pelo Casta­

los e admiradores, para reverenciar, nheira é muito maior do que pede al­

num encontro singelo, as qualidades cançar a eloqüência de vocês todos
do companheiro que completa hoje 50 juntos.

anos de vida na vida pouco mais longa Não escreva mais. Diga isto a éle,
das nossas Companhias. Se você — com o meu beijo”.

Castanheira amigo — voar com os Castanheira amigo — é verdade: a
olhos sôbre esta sala, evocará através hera não é de eloqüência; é de senti­
de ex-pressões e fisionomias aqui pre­ mento. Os nossos corações estão com

sentes, quase todos os momentos vivi­ você e pedem a Deus que o guarde —

dos pelas nossas emprêsas: momentos Castanheira amigo — para alegria cres­

felizes ou difíceis, animados ou deses­ cente de nossos corações”.

perançados, de lutas ou de calmarias Terminado o discurso do Dr. Antó­

prosperes ou decadentes. Você partici­ nio Gallotti, respondeu o homenageado

pou de todos êles. Você foi bravo na com um breve improviso, agradecendo
hora da luta e crente na hora da de­ a todos, após o que lhe fei entregue
sesperança; moderado na hora da artística lembrança- À tarde, na sede
prosperidade e vibrante na hora da da Telefónica novas homenagens, de
                                chefes e pessoal, voltaram a expressar
calmaria.

E foi. em tôdas as horas, sem exce­ o apreço de todos à figura de Pedro
ção, debaixo de flores ou debaixo de Renault Castanheira, verdadeiro exem­
fogo, no conforto ou no deeassossègo. plo de chefe e amigo- impulsionador
ao lado das preocupações da tarefa a do progresso e a quem o Brasil deve um
realizar e do dever a cumprir, foi sem­ sem-número de obras do mais alto me­
pre uma palavra — e quase sempre recimento.
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