Page 22 - Telebrasil - Fevereiro/Março 1964
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MELHOR QUE O TRANSISTOR

     Da Revista TIME, de 7 de fevereiro de 1964, traduzimos, com a devida vénia,
o artigo publicado sob o título de:

                                  "MELHOR QUE O TRANSISTOR"

Continua a ciência a descobrir novos pleto de dimensões correspondentes à

m undos e a indústria a conquistá-los, um milésimo de um circuito sem elhante

no que, às vêzes, tem deixado umas pou- feito de válvulas eletrónicas e um cen­

cas vítim as no caminho. Após ter sido tésimo de um equivalente circuito de

inventado, o transistor causou pertur­ transistores.

bações a muitos produtores de válvulas O que mais se espera do nóvo invento
de vácuo, os quais, mais tarde, sofreram de micro-circuitos, além de suas mini-

as consequências da super-produção, mas dimensões, é a segurança que ins-

pelo que tiveram que reduzir preços. O p ira. A Sperry Rand> em pregando 1243

transistor progrediu, concorrendo para circuitos, conseguiu reduzir a um a caixa
o desenvolvim ento da indústria eletrô­ de cerca de 15 centím etros, um com pu­
nica dos Estados Unidos a um record de tador Univac, o qual se espera funcio­
dezesseis bilhões de dólares. Hoje, porém,
está a braços com um rival — o micro-       nará ininterruptam ente por dois anos.
                                            Dadas suas pequenas dimensões, é pos­
circuito, um dim inuto petrêcho que re- sível instalar vários circuitos sobressa-
présenta sõbre o transistor um progresso ]entes_que servlrao para     em açao

m aior do que foi o transistor comparado    automaticamente, caso falhe o circuito
à volumosa válvula. No ano passado          em funcionamento, o que significa pro-

(1963), foram vendidos, por umas doze Iongar indefinidam ente a vida de um
fabricas,  aproximadamente vinte mi­
lhões de   dólares dêsses micro-circuitos   equipamento  eletrónico.

(em sua maior parte  como componentes         Mais im portante ainda será o preço,
de m issilas).                              porquanto os micro-circuitos serão me­

  Acontece que a corrida de firmas an-      nos custosos que os circuitos convencio­
ciosas por ingressar no negócio é de tal    nais, pois combinarão num só processo

ordem que se prevê p a ra 1967 uma pro­ de m anufatura a produção de um m un­
dução avaliada em trezentos milhões de do de componentes separados e serão

dólares, que se elevará a um bilhão de mais fáceis de instalar, podendo ser

dólares dai a cinco anos.                   produzidos ínteiram ente por automação.

O tran sisto r condensou a complicada Rádio de Puiso: — Até aqui, o que se

red e de fios de um a válvula eletrônica tem produzido de m icro-circuito foi

e condensou-a num simples pedaço só­ usado para fins espaciais; contudo, sur­

lido de sílica ou de germanium. Veja­ gem vastas possibilidades para novos
mos agora o que fêz o micro-circuito: produtos. Minúsculos rádios de micro-
reduziu todo um circuito eletrônico for­ circuitos já foram produzidos para pres­
m ado de dezenas de transistores e ou­ ta r a clínicos informações médicas de
tro s com ponentes a um a m inúscula tela observações do interior do estôm ago do

de finos condutores metálicos montados paciente. Na indústria, o m aior uso que

sõbre um a base de vidro ou sílica.         se poderá fazer dos m icro-circuitos será

N a Texas In stru m en ts Co., que, as­ no fabrico de com putadores m ais ráp i­

sim como outras duas emprêsas — a dos e mais compactos. Ainda não fo­

M otorola e a Fairchilde Caméra — é ram produzidos artigos de consumo,

pioneira no campo dos micro-circuitos, mas nos laboratórios todos os circuitos

os engenheiros produziram um pedaço de um aparelho de TV foram reduzidos

de sílica do tam anho de uma ervilha a um quadrado de 4 cms. de lado, o

partida, n a qual fundiram o que equi­ que poderá conduzir à produção do muito

vale a 38 transistores, 5 capacitores e alm ejado aparelho TV que se possa pen­

26 resistores — isto é, um circuito com- durar na parede como um quadro. Os
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