Page 13 - Telebrasil - Novembro/Dezembro de 1963
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comunicar-se de um para outro ponto             ram em época em que êle era disponí­
do município, ou de receber mensagens           vel, êsses assinantes ostentam, em plena
externas com celeridade porque, ocupa­          república, o título de “ aristocratas dos
dos com um excesso de chamadas, os te­          telefones” , realçado a cada passo pelos
lefones locais quase nunca estão em con ­       que não possuem o aparelho, realce êsse
dições de aceitar ou expedir uma cha­           que mais se acentua nesta semana em
mada interurbana.                               que se comemora, com a evocação da
                                                proclamação da República brasileira,
     Possui Belo Horizonte 20 000 linhas        precisamente a abolição dos títulos no­
telefônicas, isto é, as estações ‘"2” e “ 4” ,  biliárquicos.
as mesmas que foram m ontadas para
uma cidade de população corresponden­                 Leopoldina, a ilustre cidade da Zona
te, talvez, à quarta parte da atual, quan­      da Mata, soube compreender as vanta­
do, em face da “ fila” de candidatos, tudo      gens que lhe adviriam de organizar o seu
leva a crer que já deveríamos possuir           serviço telefônico através da participa­
mais de cinquenta mil linhas internas.          ção financeira do usuário, isto é, através
                                                do sistema do autofinanciamento. Con­
      Essas 20 000 linhas telefónicas per­      tratou o nôvo serviço com a antiga con­
tencem a outros 20 000 usuários, que. sem       cessionária e, agora, tem como prêmio
a sua própria vontade, viram-se trans­          a inauguração de seu nõvo e modelar
formados, estranhamente. em membros             serviço.
de uma nobiiiarquia: a “ aristocracia dos
telefones” .                                          Belo Horizonte, a despeito de ser a
                                                capital do Estado, continuará esperando.
      Apontados como felizes possuidores
de um telefone, apenas porque o obtive­         Até quando?

       ESTADO INTEGRALIZA CAPITAL DA COMPANHIA
RIO-GRANDENSE DE TELECOMUNICAÇÕES — R. G. DO SUL

      Transcrev-emos abaixo parte de noticia publicada, sob o título em epígrafe,
no “Jornal do D.a" de Porto Alegre, edição de 3 de outubro últim o:

      “ Com a abertura de dois créditos especiais de Cr$ 460.921.144,90 e de Cr$
144.163 355.10 — totalizando a cifra de Cr$ 605.084.500,00 — o Governo do Estado
vem de inteçralizar o capital que subscreveu na Companhia Riograndense de
Teleco municações.•

    GRANDE NEGÓCIO

Correio da Manhã — Rio — 4-10-63

   O Diretor do Departamento dos Cor­           petróleo. Por aí se imagina o quanto
reios anunciou a possibilidade da p ró­         renderá, para o Tesouro, essa exploração
xima instalação da “ Embratel” empresa          estatal, que o diretor do DCT antevê sem
brasileira de telecom unicações, que irá        a necessidade de cassar ou encampar
gradativamente assumindo a responsabi­          concessões às empresas já estabelecidas.
lidade dêsse setor no pais. Telecom uni­        Mas há um perigo, e não pequeno, na
cações, segundo o Coronel Dagoberto R o­        instituição do estatismo nesse parti­
drigues, constituem o segundo grande            cular : o de que a “Embratel” acabe cain­
negócio do mundo, sendo e primeiro o            do nos vícios e nos enganos da Petrobras,
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