Page 11065 - Revista Telebrasil

ROMALDO BARBO SA VALENTE
Engenheiro form ado em eletricidade pela
U niversidade Federal do Rio de Janeiro
em 1968, ingressou na EM Ö RATEL em
1970, na DivisSo de C om utação, onde par-
ticipou de cursos de treinam ento em Co
m utação Telefônica e Redes, atuando na
elaboração do Plano Nacional do Trans*
missão, hom ologado pelo M inicom . Fez
estágio sobre Transm issão Telefônica
junto ao British Post O ffice, Deutsche
Bundenpost e C C ITT
Uma descrição dos sistemas PCM até a 4? ordem hierórquica, com análise
de suas principais características e campos de aplicação técnico-econô-
mica.
I - Introdução nessas redes a custos aceitáveis, já que
a cada novo tronco deveria correspon­
Desde o momento em que assinantes der um novo par de condutores, even­
ligados a um centro telefônico tiveram tualmente equipado com amplificador.
que ser interconectados a assinantes Para atendimento de troncos de longa
de outro centro, muitos sistemas vêm distância, a situação complicava-se
sendo aplicados à solução do pro­ aindamais, pois ao custo elevado eram
blema de entroncamento, visando sem­ acrescidas dificuldades técnicas rela­
pre a obtenção de circuitos confiáveis, cionadas com o aumento da atenua­
de boa qualidade e de baixo custo. ção e da resistência proporcionalmente
à extensão dos troncos.
A introdução de amplificadores em
freqüência de voz nos circuitos-tronco Para solucionar o problema, foram en­
foi essencialmente baseada nesse tão criados os sistemas de portadoras
tripé, já que a ampliação das redes en­ sobre linhas abertas ou quadras,
tão impunha, como alternativa, o em­ utilizando multiplexação por divisão de
prego de condutores de maior calibre freqüência, permitindo o estabele­
para a manutenção da qualidade de cimento de até 12 circuitos telefônicos
transmissão, com o evidente sacrifício sobre cada par de condutor, com per­
do custo do entroncamento. Com tais da independente da distância.
amplificadores foi, então, possível:
Posteriorm ente,
1. manter as perdas dos circuitos den­ com multiplexação por divisão de
tro de valores restritos, fixados com freqüência (FDM) foram sendo in­
vistas à obtenção de ligações com boa troduzidos, visando principalmente o
qualidade de transmissão; estabelecimento de rotas de maior
capacidade, com redução de custo de
2. reduzir os custos de implantação
cada circuito implantado. Assim, sur­
dos circuitos, sem sensível sacrifício de
giram os sistemas rádio HF, VHF e
sua confiabilidade, mediante o em­
UHF, os sistemas coaxiais para até
prego de condutores de menor calibre.
10800 canais por par de tubos e os sis­
Mas, se por um lado, o problema da temas rádio em microondas, com
qualidade de transmissão estava resol­ capacidades que hoje atingem 2700
vido, pelo menos em redes locais ou canais por RF.
interurbanas de curta extensão, até es­
se estágio não era possível atender a Mas, à medida que os sistemas FDM
crescente demanda de novos troncos cresciam em capacidade, é evidente-
Em 1974 transferiu-se para a TELESP, Di-
visão de Planejam ento de Transm issão,
onde coordenou a elaboração do planeja*
m ento dos sistem as de transm issão de
área regional de São Paulo e da própria
área local de São Paulo, onde se encontra
em im plantação a m aior rede de P C M do
país. Chefia atualm ente a Divisão de Pla-
nejam ento de Sistem as da TELESP.
que novos cabos de pares iam sendo
implantados em rotas de curtas e
médias distâncias, por constituírem, no
caso, a solução de entroncamento
mais econômica. Entretanto, com o
desenvolvimento das técnicas digitais,
impulsionadas pela revolução tec­
nológica dos semicondutores, co­
meçou-se a pensar na utilização
prática de um processo de multiple­
xação por divisão de tempo (TDM),
chegando-se aos sistemas PCM (Pulse
Code M odulation), desenvolvidos
para utilização sobre cabos de pares
existentes, permitindo, portanto, a am­
pliação das capacidades das rotas sem
acréscimo de novos cabos.
Por força de sua concepção, esses sis­
temas vieram revolucionar o projeto de
redes de troncos, especialmente em
rotas de média distância e média
capacidade, encontradas com fre­
qüência nas redes locais multiesta-
ções, permitindo a implantação de 24
novos sistemas
ou 30 canais de voz sobre 2 pares.
Entretanto, também por força de con­
cepção desses sistemas PCM de 1? or­
dem, logo começaram a surgir limi­
tações, tais como:
— número máximo de sistemas alo­
cados num mesmo cabo, função das
características de atenuação de pa-
radiafonia e telediafonia do cabo, bem
como da distância entre regenera­
dores;
— comprimento máximo de cada rota,
determinado por problemas surgidos
com a acumulação do "jitter";