Page 10383 - Revista Telebrasil

peças, matérias-primas necessárias a
Na lase inicia! de implantação do Siste­
ma Nacional cie Telecomunicações, o
G o v e rn o , através de seus inúmeros
órgãos e empresas do setor, estimulou
a instalação de maior número possível
de indústrias:
— Pelo grande mercado que se deli­
neava;
— Pela dúvida no sucesso de algumas
destas indústrias;
— Julgava-se que a concorrência faria
baixar os preços,
desconfiança e difíceis de serem avalia­
dos na época pela pouca experiência
das empresas concessionárias.
Várias indústrias na ânsia de fixar uma
posição proeminente e irreversível no
mercado, assumiram compromissos
acima dos limites de sua capacidade
produtiva, complementando, conse­
quentemente, as contratações da épo­
ca, com equipamentos acabados dc
procedência de suas matrizes, o que re­
sultou numa importação maciça, nos
anos de 1973 a 1976.
O Jimeneionamento incorreto face ao
mercado assumido por algumas dessas
indústrias para seu parque industrial
forçou também uma distorção na dis­
tribuição do mercâdo, hoje agravada
devido à restrição da demanda.
8 ilh õ e s
d #
DôJor**
ttcj
F*gura 2
produção c para a formação de esto
ques, alem de bens de capital ne
cessários à montagem e expansão das
novas linhas de produção.
A importações do setor nos dois últi­
mos anos se caracterizaram principal­
mente por componentes e matérias-pri­
mas ainda não existentes no pais.
A diluição do mercado afastou essas
empresas do ponto ótimo de produção, A partir de 1976 todas as empresas fa
diminuindo a escala industrial e invia­ bris de equipamentos de telecomuni­
cações constituiram grupos de naciona­
bilizando economicamente a nacionali­
zação de determinados insumos, advin­ lização que trabalham coordenados
do o resultado como consequência ne­ com o GE1COM na nacionalização de
seus produtos.
gativa a uma política de estímulo às pe­
quenas e medias indústrias nacionais
passíveis de suprirem os grandes fabri­ Inúmeros exemplos poderiam traduzir
cantes. a atuação dessas indústrias nesse senti­
do, contudo, vamos aqui citar o caso
Essa situação perdurou até 1975, quan­ de uma das empresas mais tradicional
olhados com do o Governo começou a tomar mente relutantes cm matéria de nacio­
inúmeras medidas visando equilibrar a nalização.
balança do pagamento nacional com
consequências diretas sobre esse setor. Esta indústria nacionalizou de julho
de 1975 até julho de 1979, 9 817 com­
A evolução nas importações do setor
pode ser vista na figura 2. ponentes mecânicos, 2.125 componen­
tes eletroeletrônicos e 23 matérias-pri­
mas. Tem, hoje, mais de 700 fornece­
Assim, as diminuições de importação
do setor fabril podem ser explicadas dores nacionais aprovados. Constitui
um grupo dedicado exclusivamente a
por:
nacionalização, que evoluiu de um en­
genheiro em 1975 a 15 engenheiros e 65
— Restrição às importações:
técnicos que dedicaram a esse mister,
— Depósito prévio restituível (1? e 25
cm 1978, 160.000 horas.
fase);
— Diminuição das encomendas;
Desempenho semelhante tiveram as
— Exigências de nacionalização.
principais indústrias de telecomuni­
cações. O esforço do setor fabril de te­
É difícil avaliar para que níveis de pro­
lecomunicações, sob o ponto de vista
dução foram os valores importados pe­
de nacionalização da produção c da
las empresas fabris no período 1974-
equalizaçào o balanço de importações
1976, pois são constituídos de estações
do setor, foi realmente notável, ultra­
e equipamentos completos, partes,
passando as expectativas governamen­
tais. As importações caíram de 250 mi­
IMPORTACAO DO SETOR DE TEIECOMUNICACÒES lhões de dólares em 1975 para 57 mi-*
lhòes em 1978. A previsão para 1979 é
de cerca de 47 milhões de dólares.
Em 1977 e 1978, dada a retração do
mercado interno, as indústrias do setor
tiveram que voltar seus olhos para o
mercado exterior com o fim de comple­
mentar sua produção e evitar o fecha­
mento de linhas de produção essenciais
ao seu futuro. Assim foram exportados
por essas empresas, sob a forma de
equipamentos de telecomunicações em
1977, 31 milhões de dólares e, em 1978,
25 milhões de dólares.
Os principais importadores e exporta­
dores desse setor podem ser vistos nos
quadros 6 e 7.