Page 22 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1974
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prazo e de boa qualidade. O
O QUE DIZ depoimento de dirigentes e
executivos de mais alto nível
de dez das mais expressivas
A IMPRENSA empresas do setor revela que,
em alguns casos, os empresá
rios caminham com uma boa
noção do que pode ser o mé
dio e longo prazos, mas entre
gues ao azares do curto prazo.
Indústrias das Com outros ocorre o inverso:
estão seguros quanto ao pre
sente, mas o futuro é incógni
telecomunicações to. O setor reclama compati-
bilização do planejamento de
largo fôlego com o timing de
buscam curto prazo, para suavizar a
alternância, às vezes violenta,
da superocupação e da capaci
nova tecnologia dade ociosa. Se todos esses
desafios já são complexos pa
ra as poderosas corporações
Mais de dois mil municípios penha em corrigir. A razão é multinacionais, que se estão
brasileiros ainda não possuem simples: este é o momento em enraizando no setor com far
sequer um aparelho de telefo que começam a se cristalizar tura de tecnologia e recursos
ne, sem contar o peso dramá as principais posições no mer financeiros, eles se tomam
tico da demanda reprimida cado brasileiro. Em síntese, candentes para as empresas
nos grandes centros urbanos. quem quiser manter ou alcan nacionais que sabem que esta
Nosso país implantou, assim çar um bom peso relativo ao é a hora e não querem perder
mesmo, mais de 20 mil quilô imenso mercado de telecomu a vez.
metros de troncos de micro nicações do futuro, sabe que
ondas em apenas cinco anos. deve fazê-lo agora ou nunca. José Olavo Diniz, diretor da
Tais disparidades se verificam Existem muitas estratégias pa Associação Brasileira da In
igualmente na quase totalida ra agredir o mercado. Há os dústria Elétrica e Eletrônica,
de dos subsetores das teleco que são bem sucedidos por afirma que “num certo senti
municações brasileiras. Desde que assimilam e conseguem do, o ramo industrial da tele
os equipamentos de bip até a adaptar rapidamente tecnolo fonia pode ser considerado
comunicação interna das em gia estrangeira; outros porque como uma extensão da admi
presas, do radar à radiocomu- fazem exatamente o contrá nistração pública”. Com refe
nicação, o que se vê presente rio, importando tudo; outros rência a Ericsson, por exem
mente é uma espécie de cor ainda porque estratificam seu plo, ela é responsável pela ins
rida ao ouro por parte dos mercado e há os que diversifi talação do equivalente à me
empresários, e isto com justos cam a linha de produtos, ou tade das linhas instaladas no
motivos, de ordem econômica tros investem em controles, país. Sua receita vem crescen
e social. Busca-se afanosamen- outros em expansão. do 50 por cento ao ano. Para
¦ te melhores posições, nos me ela, por enquanto, o mercado
lhores mercados para um ser O denominador comum de interno é mais do gue sufi
viço cada vez mais sofisticado procedimentos tão díspares é ciente. A TELEBRAS admi
e eficiente. que, num setor de rápido cres nistra as receitas geradas pelo
Fundo Nacional de Teleco
cimento, todos têm chance municações. Tal fundo, só no
Como ocorre com freqüência de ganhar, desde que definam ano passado, dispôs de recur
em conjunturas de euforia, os com exatidão o que preten sos da ordem de 700 milhões
competidores parecem mais dem. Assim, os contornos de cruzeiros. Com isto, a
preocupados com a política desse Eldorado empresarial TELEBRÁS se transformou
de investimentos do que com passam a ser os seguintes: as no que diz a firma José Olavo
a rentabilidade, o que se em companhias devem atender a Diniz como “a grande matriz
tese é bom, na prática tem ge um País que tem poucos equi de consumo do setor”.
rado distorções que o Ministé pamentos, mas que quer mui
rio das Comunicações se em- to em quantidade, a curto As empresas nacionais do se
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