Page 6 - Telebrasil - Agosto/Setembro 2002
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o PINIAO
TB - A inadimplência é fruto de ma rente ter interesse no lucro das ações? do a financiar alguma campanha
landragem? LG - A propósito, recebi na semana política.
LG - Não chega a ser malandragem. passada uma circular da Harvard Bu
É a pessoa desorganizada e a falta de siness School em que mostrava preo TB - Ajudaram?
dinheiro mesmo. Sc não aumentarmos cupação. visto que o pessoal não esta LG - É claro, dentro daquilo que é
o poder aquisitivo no País. não iremos va mais aprendendo ética. legal. Se não ajudarmos, serão os
atingir as metas de universalização.
traficantes, os bandidos, que vão fazer
TB - Por que o Sr., já maduro, foi es as campanhas e aí nós não teremos
tudar em Harvard ? mais a quem reclamar.
"AS LG - Não há idade para aprender. Se
telecomunicações você não exercitar uma parte do corpo, TB - O que é, na prática, distribu
são e sempre serão ela irá se atrofiar. Eu acho que o produto ir renda?
um bom negócio" mais importante do curso não foi o curso LG - É dar oportunidade para todo
em si e sim os amigos que você faz. mundo. Às vezes, eu fico pensando o
seguinte: não vou votar em Lula, por
TB - Cria uma rede de contatos? que não está na hora do PT ter a presi
TB - Devemos ter uma política LG - Tenho amigos esparramados dência da República. Mas seria uma
industrial? pela China, índia, Japão. É uma ma lição para o mundo mostrar que. no Bra
LG - Vamos voltar um pouco ao pas ravilha, uma riqueza. sil, um trabalhador chegou a presidente.
sado. A reserva de mercado na infor
Houve um na Polônia. Lech Walesa,
mática foi bem intencionada, mas cau TB - Sua opinião sobre a Alca? que não foi um presidente ideal mas foi
sou atraso ao Brasil. É o caso da indús LG - Acho que vai ser inevitável. No o que Lula é - um líder sindical.
tria têxtil, cuja automação foi uma entanto, continuo dizendo que deve
loucura total. Depois criamos um CPqD remos ler regras bem definidas c sobre Depois da sobremesa, a entrev ista ter
para que os equipamentos dc tclc- como aplicá-las. Nosso time não pode minada, o gravador foi reli gado para
comunicações fossem oriundos do País. ficar isolado e precisamos fortalecer uma pergunta "final, finalíssima". Du
o Cone Sul. rante o almoço. Luiz Garcia havia co
TB - Então, o que fazer?
mentado que tinham-no apontado co
LG - Eu acho que políticas precisam TB - O Mercosul? mo a 3.° ou 4.° maior fortuna do País.
ser de longo prazo. Não é você só LG - Não vai acabar. A Argentina vive o que. disse ele, era uma inverdade.
poder comprar um equipamento, um episódio difícil, o que não deixa
porque ele é roxo ou amarelo. de respingar em cima da gente. Nós
precisamos ter uma America Latina "Ser rico não é ter
TB - Não houve aqui ênfase dema fortalecida.
um monte de
siada nos aspectos financeiros?
dinheiro. É ter
LG - Vou responder a você de outra TB - O Brasil é o celeiro do mundo?
saúde e amigos.
forma Nossa origem é democrática e LG - Podemos ser. mas ser um celeiro
É relativo"
capitalista. Porem, houve o capitalis vazio não serve para nada.
mo selvagem. Houve empresas que
não sabiam que iriam estourar. Eram TB - O que é a violência no Brasil?
pressionadas a mostrar lucros cres LG - A violência é falta de emprego, TB - É complicado ser rico?
centes e seus administradores chega pai. mãe. família, religião. Falta es (respondeu com um sorriso de quase
ram a falsear balanços. cola. falta saúde: c um somatório cumplicidade)
disso tudo junto que precisamos LG - Ser rico não c possuir um monte
TB - Onde isso ocorreu? resolver, se quisermos resolver o dc dinheiro. É ter amigos, ter saúde e
LG - Foi lá nos EUA. mas acontece problema da violência. é algo muito relativo. Toda vida eu
aqui também, debaixo de nossas fui religioso. Fiz o ginásio em colégio
vistas. Sc você não ficar alerta, quan TB - Há perigo real do poder paralelo marista. Eu pedia que o dinheiro fosse
do vai verificar... tomar conta do País? suficiente para não ser um problema.
LG - Noutro dia. um jornalista me Fui ouvido, eu não tenho problema
TB - Não terá sido o modelo? O ge perguntou se o grupo Algar tem ajuda com dinheiro, não. (JCF)
T elEBRAS*. • tóO S ir./X T E M B R G 2002