Page 4 - Telebrasil - Agosto/Setembro 2002

PINIÃO
LG - Isso foi mais tarde. Ele se pre­
parava para aposentadoria como pre­
sidente da Associação Comercial de
Uberlândia e tinha que resolver o
problem a de telecom unicações da
região. Acabou gostando. Os negó­
cios da família eram na área de con­
cessões de veículos e em máquinas
de beneficiar arroz.
"Quando querem
comprar a
companhia procuro
ver o que antes não
havia percebido"
TB - Seu primeiro emprego?
LG - Saí da minha festa de formatura
para Uberlândia e fui direto trabalhar
na telefônica como engenheiro forma­
do. com a obrigação de saber tudo.
Foi muito difícil.
TB - O sucesso da Algar foi ser uma
empresa familiar?
LG - Empresa familiar é apenas um
jargão, um ledo engano. O que existe
é empresa bem ou mal administrada.
TB - E as estatais, como no Sistema
Telcbrás?
LG - Num primeiro momento, foram
muito boas. Uma estatal, quando en­
tra política no meio para nomear
diretores e virar cabide de empregos,
não resiste.
TB - Seus filhos vão herdar a direção
do grupo Algar?
LG - Vou responder a você como a
cada vez que me fazem tal pergunta.
O Reagan tinha um filho que era um
bailarino muito brilhante. Nem por
isto ele o levou para a Casa Branca.
Ele ia ao festivais para ver a perfor­
mance do filho e o prestigiava.
TB - Seu testemunho?
r< • • /-•
LG - O que eu quero para meu filho, TB - Como é essa coisa de assédio?
minha filha e meus netos 6 que sejam LG - Toda vez que isto ocorre, penso
felizes. Se quiserem vir e trabalhar na que ninguém vai oferecer mais por um
empresa, ótimo. Já tivemos profissio­ negócio do que ele poderá obter, atra­
nais horríveis e ótimos, de dentro e vés de sua futura exploração. Fico me
fora da família. O que conta é a com­ perguntando que se alguém nos oferece
petência. não interessa cor ou religião. uma grande quantia é porque está
enxergando algo que nós não vimos.
TB - Qual o carro-chefe do grupo Algo que é preciso que corramos atrás.
Algar?
LG - Desde a década de 50 são as te­ TB - Qual o segredo de uma boa
lecomunicações que cresceram e tive­ parceria?
ram seu apogeu. Não que estejamos LG - Olha. eu sempre tenho dito que
no perigeu. ainda nos encontramos no o segredo é ter distrato igual ao con­
topo. Vamos igualmente crescer, mas trato. Você deve gastar o mesmo tempo
não com a mesma rentabilidade. estudando ambos. Assim, você termina
o negócio mas não perde o amigo, por­
TB - E o agribusiness“? que as regras foram cumpridas. Mas
LG - Até então era o nosso patinho nós apanhamos até aprender isto.
feio. Agora chegou sua vez. Os Esta­
dos Unidos estão com capacidade de TB - O Serviço Móvel Pessoal vai
expansão de área plantada esgotada. O mudar o cenário?
Brasil, não obstante, tem muita área. LG - Com ou sem SMP. a Algar quer
ser reconhecida pelo público como
TB - Onde floresce o agribusiness uma empresa de soluções em teleco­
da Algar? municações. Nós estamos trabalhando
LG - No Triângulo Mineiro. Exporta­ com telefonia fixa e celular, tevê a
mos óleo e farelo de soja c o consumo cabo. banda larga e site Internet, tudo
interno também é muito bom. Vamos isto sob um mesmo guarda-chuva.
expandir nosso agribusiness.
TB - Por que o grupo saiu da manu­
TB - E na Amazônia? fatura?
LG - Tínhamos uma grande área que LG - Quando veio a normalização dos
foi desativada. Perdemos dinheiro du­ serviços de telefonia, vimos que nossa
rante 20 anos. mas eu não me arre­ vocação estava na prestação de ser­
pendo. Todo lado social do grupo viços de telecomunicações. Saímos
estava lá e nós arranjamos alguém do setor manufatureiro.
para tomar conta.
TB - Os serviços de televisão?
TB - O grupo brasileiro Algar teme o LG - Nós vamos ficar só na distribui­
assédio externo? ção, com televisão a cabo. No entanto,
LG - Difícil mesmo foi resistir ao o que a gente vê com a tevê digital é
assédio interno que usava botas e tinha
baionetas. G raças a D eus. nós
sobrevivemos e tenho certeza absoluta "Numa parceria,
que foi pelos bons serviços prestados gasto o mesmo
pela CTBC.
tempo estudando
contrato e o
Mas respostas seguintes. Luiz Alberto
distrato"
Gan ia revela toda a sabedoria das
Minas Gerais:
= 2002