Page 44 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 2002
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         CONJUNTURA                                              CONJUNTURA

         A matemática da crise                                   A álgebra da privatização

                                    O  PIB  mundial  cresceu       As  privatizações  brasileiras  geraram  USS  100  bi­
                                  4,7%  em  2000,  mergulhou     lhões, dos quais cerca de 30% foram para asTCs. Nas
                                  para  1,5%  em  2001,  com     priva-tizações, o capital nacional representou 51,7%;
                                  perspectivas pouco melhores    EUA,  16,5%;  Espanha,  15%; Portugal, 15,8%; e Itá­
                                  para  2002*  As  três  regiões   lia,  3,1%.  De  1996  a  2001  os  EUA trouxeram  para
                                  desenvolvidas,  EUA,  União    cá USS  27 bi;  a  Espanha,  USS  23  bi,  e  os  paraísos
                                  Européia e Japão (com cres­    fiscais, USS  12,9 bi. Nos últimos seis anos, o investi­
                                  cimento  negativo)  simul-     mento direto bruto que entrou no Brasil foi de USS
                                  taneamante  reduziram  seu     130,1  bilhões,  mas  caiu  de  USS  33,5  bi  em  2000
                                  crecimento  econômico.  A      para USS  18 bi  em 2001.
                                  locomotiva  dos  EUA,  que       A carga tributária no  Brasil de 29% é bem  maior
                                  comanda  30%  do  comércio     que  a  do  Chile  (19%),  México  (18%)  Argentina
         exterior,  teve  queda  no  seu  PIB  (de  4,5%  para  1%)  e   (15%)  e Venezuela  (15%). Nossa balança comercial
         déficit entre 2 a 4% do  PIB  na balança externa.       equilibra  importações  e  exportações  num  patamar
           Os fluxos  de  investimentos, no  estrangeiro,  atingiram   em torno de USS  55 bi cada,  mas há um  déficit de
         US$  1,27  trilhão  pico,  em  1999,  caindo  46% em 2000.   quase  5%  do  PIB  nas  contacorrentes  de  nosso  ba­
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      |    As exportações mundiais em ascenção atingiram USS  6   lanço de pagamentos. Temos um passivo de USS 26
         trilhões, a dados de 2000, mas devem diminuir. Fruto da
                                                                 bi  (USS  14 bi  de juros e USS  5 bi de lucros e divi­
      T E LEB R A S It/ja n e iro -fe ve re iro    passo que na União Européia manteve-se em 3,25%.  para  2,6%  e  -0,2%,  com  o  Plano  Real  (1994)  e  a  Fonte: X L III Painel  Telebrasil /  A.  Lacerda  - Sobeet
         crise, a taxa de juros nos EUA caiu para menos de 2% ao
                                                                 dendos).
                                                                   A evolução de nosso PIB oscila com as crises. Caiu
           Nos anos 90, cresceu de dois para três dígitos o investi­
         mento  direto estrangeiro  para os países  em  desenvolvi­
                                                                 desvalorização  do  Real  (1999).  Foi  afetado  para
         mento.  China e Hong Kong foram os que mais recebe­
                                                                 0,2% (crise do México), 0,7% (crise asiática) e -2,1%
         ram investimentos (USS 105 milhões em 2000), e o Brasil
         (US$  33  milhões).                                     (crise russa). As reservas cambiais tiveram um pico
                                                                 de USS 75 bi, em 1998, caindo para USS 28 bi, em
                          Fonte: X L III Painel  Telebrasil/A.  Lacerda  - Sobeet  2000,  e reagindo para USS  37 bi,  em  2001.




                A  Guerra Santa  pelos  postes



            Nas épocas estatais, o uso de pos­  doutos, a Aptel (energia elétrica) e a
          tes era compartilhado por empresas   Abradee  (distribuidores  de  energia
          de energia elétrica, de telefonia e até   elétrica)  encomendaram  estudo  ao
          pela  iluminação  pública.  Como  se   Celaet defendendo a livre negociação,
          tratava de atividades do Estado, to­  contrapondo-se a estudo da FG V, pa­
          das conviviam sem um maior con­    trocinado pela ABTA (tevê por assi­
          flito, compartilhando  um bem co­  natura) e Abrafix (operadoras telefô­
          mum.                               nicas) que advogam preços tabelados.  passaram a enxergar no uso ordena­
            Com a privatização, postes e dutos   Em  Santa  Catarina,  a  Celesc  e  a   do  do  solo  uma  fonte  adicional  de
          passaram a ser vistos por uns como   Global Village Telecom acertaram o   renda para seus municípios. A Ana­
          ativos próprios capazes de gerar lu­  preço de RS 4,33 mensais por poste,   tei vai colocar em consulta pública a
          cro adicional e por outros como bens   homologado  pelas  agências.  Por sua   regulação de preços para o compar­
          essenciais a seu negócio.          vez, prefeituras, como as de Goiânia,   tilhamento  de  postes,  que  também
            Para entrar na liça dos  pareceres  Salvador, Porto Alegre  e  São  Paulo,  está na mira dos ecologistas.
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