Page 6 - Telebrasil - Setembro/Outubro 2001
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TB - O que é relevante na Lei de Patentes?   TB - Exportamos software como a índia faz ?   TB - E sobre a defesa comercial do Brasil?
        VS - O fato de criar uma legislação, ape­  VS  -  A índia é  contratada para fabricar   VS - Hoje, percebe-se mais que o tama­
        sar de várias pressões internacionais, que   software,  tal como já fomos  contratados   nho  do  mercado do  País  é  nosso  maior
        atendesse os interesses nacionais.  para  fazer  calçados.  A  índia  não vende   valor. Os Estados Unidos defendem, bar­
                                          software e  sim  seu  software  é  comprado   baramente, o seu mercado. A Europa e o
        TB - Dè um exemplo prático?       pelo  exterior.                    Japão, também. Eles têm toda a razão em
        VS - Foi baseado no artigo 68, da Lei de                             defender o  mercado deles. Nós  estamos
        Patentes, que o ministro Serra, da Saúde,                            aprendendo a defender o nosso.
        conseguiu que o poder econômico externo     “A perda
        abrisse mão de seus questionamentos.                                 TB - O que é o mercado aberto?
                                                  de  quadros                VS - O mercado aberto é aquele em que

        TB - Patentes são importantes para o Pais?                           você compete fora e dentro de casa.
        VS - O patenteado é uma questão de in­    pode tornar
        venção.  O  Brasil  tem  uma  capacidade                             TB -A  abertura de nosso mercadofoi correta?
        enorme para medicamentos  fitoterápicos     a Anatei                 VS  -  Eu  acho  que  demoramos  demais
        originados da biodiversidade amazônica.                              num modelo fechado. Faltou visão críti­
                                                  burocrática”               ca para perceber que abertura deveria ter

        TB - O que é relevante na Lei de Informática?                        sido mais gradual.
        VS  -  Em  relação  à  Lei  anterior,  ela  dá
        maiores  incentivos  para  as  regiões  me­  TB - O Brasil inteiro produz software?  TB- Houve uma componente política?
        nos  favorecidas.  O  foco  da nova  Lei de   VS - Sim. O País produz software em Cam­  VS - É claro.
                                          pina Grande, no Nordeste, no Sudeste, no
        Informática passou da produção à ativi­
    TELEBRASIL/setembro-outubro  TB-O  que acha da Zona Franca de Manaus?   VS - Ê ter um produto de qualidade inter­  pida demais?
        dade de P&D.
                                                                             TB -Aprivatização também teria sido rá­
                                          interior, nas capitais. Somos democráticos.
                                                                             VS  -  Não  acho.  O  que  houve  foi  uma
                                          TB - Qual aproxima batalha?
        VS  -  Deveria  ser exportadora  e não im­
                                                                             oportunidade de  negócios  extremamen­
        portadora, como atualmente.
                                                                             te  relevante.
                                          nacional para acelerar as exportações.
                                          TB - O Brasil desenvolve tecnologia?
        TB -A  ZFMnão é só para render impostos?
                                                                             VS  -  O  modelo dessa agência foi extre­
        VS - O ICMS só é arrecadado na impor­  VS  -  Temos  o  exemplo  do  genoma,  da   TB - E a Anatei?
        tação. Então há uma lógica. O Estado pre­  Embrapa com a cana e o projeto do álco­  mamente positivo. Mas, ocorre uma per­
        cisa viver, não é mesmo?          ol  e  do  petróleo  em  águas  profundas.  E   da permanente de seus quadros.
                                          temos o CPqD que acabou de completar
        TB - Vamos falar do empresário brasileiro?   25  anos.                TB - O esvaziamento de quadros éperigoso?
        VS  -  Ocorre  uma  transformação impor­                             VS - Sim. A Agência fica mais adminis­
        tante em sua cultura, seja ele de empresa   TB - Sua opinião sobre a reserva de infor­  trativa, mais burocrática e perde o enfo­
        grande ou pequena.                mática?                            que estratégico, mais importante.
                                          VS -Hoje, acho que temos sucesso, porque
        TB -  O empresário precisaria participar   houve um modelo para o desenvolvimento   TB - Voltando àpolítica industrial.
        mais das decisões do Governo?     local de informática.              VS - Todas as políticas industriais são ape­
        VS - O empresário brasileiro já percebeu                             nas uma só política. Historicamente, havia
        que  as  decisões  internacionais  impactam   TB-O Brasil foi o ún ico afazer uma reserva ?   a distinção entre ciência e tecnologia e pro­
        seu faturamento.                  VS - O Japão agiu assim e a Coréia tam­  dução. Hoje, a parceria tem que ser geral.
                                          bém. E assim que funciona no mundo.
        TB-A participação do empresário aumentou ?                            TB - O quefazer para exportar mais?
        VS - Antes, o empresário não dava bola.   TB - Nossa reservafoi combatida?  VS  -  Exportar  depende  do  índice  de
        Hoje, lá  na  Secretaria,  a participação  de   VS - Eu acho que foi ferozmente combati­  inovação que a indústria tem  e que  no
        empresários, como  na área de software, é   da. Mas deveria ter ocorrido uma evolução   Brasil  é  baixo.  Por  isso  que  nossa  ba­
        diária e significativa.           no modelo, após cinco ou seis anos.  lança é  deficitária.
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