Page 33 - Telebrasil - Maio/Junho 2001
P. 33

Portugal Telecom trocará ações da Telesp                                                                                                                                                      Celular                                                                     \ 9 5 ,








                         A Portugal Telecom -  P T  -  pretende lançar                                               ções bem posicionado nos segmentos-chave dos                                                     cada ADR da TCP, sendo

                    uma oferta de  troca  de  suas  ações  ordinárias                                                móveis, dados c multimídia, c líder destacado                                                    que um ADR da P T  equi­


                    pela  totalidade das  ações de  que  ainda  não  é                                                no mundo de língua portuguesa.                                                                  vale a uma ação ordinária c                                                    ?


                     titular da sua subsidiária móvel brasileira Tc-                                                      A  PT quer adquirir as restantes  245,4  mil                                                um ADR da T C P  a 2.500


                    lcsp Celular Participações -  T C P   numa ope­                                                  milhões  de  ações  preferenciais  da T C P   (das                                               ações preferenciais

                     ração semelhante à realizada pela sua parceira                                                  quais  60,5% estão  sob  a  forma  de  ADRs)  c                                                       De  acordo  com  a  PT,


                    Iclctonica na operadora fixa paulista c cm ce­                                                   23,9  mil  milhões  de  ações  ordinárias  de  que                                              esta  transação  reforçará  a


                     lulares de outros estados brasileiros.                                                          ainda não é titular. Elas representam 82,3% do                                                  anunciada joint venture com


                         Segundo  a  PT,  esta  proposta  permite  aos                                                total de ações preferenciais da TC P c 14,9% do                                                a Telefónica para as opera­


                     acionistas minoritários da Tclcsp Celular um                                                     total de ações ordinárias. As relações de troca                                                ções  móveis  no  Brasil,  que  terá  mais  de  9,3

                     prêmio estimado de 40% sobre o valor de mer­                                                    propostas  são:  0,852  ações  ordinárias  da  PT                                               milhões de clientes c operará cm cinco regiões


                     cado das ações c a oportunidade de beneficiar a                                                 por cada mil  ações ordinárias da TCP, 0,949                                                    que geram  mais de  70% do  PIB  brasileiro, c


                     totalidade  dos  negócios  da  PT,  tornando-se                                                 ações  ordinárias  da  PT  por  cada  mil  ações                                                representará um passo significativo na simpli­


                     acionistas  de  um  operador  de  telecomunica­                                                 preferencias da TC P c 2,333 ADRs da P T  por                                                   ficação da estrutura financeira da TCP.





                     Economia




                     Racionamento de energia elétrica e de competência










                                                              Svdney  A.  Latini




                                                             0  racionamento  de  energia  elétrica  no  País  foi  precedido  de  inequívoca




                                                             demonstração  de  incompetência  das  autoridades  governamentais  ao





                                                             longo  desta  última  década.








                          Há  mais  dc  dez anos,  fala-se  no  Brasil  da                                                A  crise  energética  exige  centralização  de                                            Como investir cm novas usinas termelétricas c


                     necessidade  de  ampliar  a  oferta  dc  energia,                                               decisões e pulso firme do presidente da Repú­                                                  hidroelétricas sem saber ao certo o que poderá

                     porem  sucederam-se  governos  c  ministros  c                                                  blica. Comctem-se erros imperdoáveis no per­                                                   ser cobrado dos consumidores?


                     muito pouco foi feito para superar o gargalo.                                                   curso e são recentes as iniciativas para diversifi­                                                 Por fim, cumpre lembrar, ainda que, cm 60


                         Agora, entre atónitos c desanimados, afirmam                                                cação da matnz energética, altamente concen­                                                   anos (1900 a  1960), os grupos estrangeiros e


                     que a escassez de chuvas e o baixo nível dos reser­                                             trada nas usinas hidrelétricas.                                                                as empresas privadas nacionais, que domina­

                     vatórios tomaram o racionamento inevitável                                                           Desde abril  do ano passado, o Governo já                                                 vam o setor elétrico, instalaram uma capaci­


                         Sc  nâo  tiveram  competência  para  evitar o                                               tinha conhecimento dc que eram fortes as pos­                                                  dade  total  de  apenas  3 .5 0 0   M W .  Os


                     impasse atual, cabe reconhecer que os homens                                                    sibilidades dc ter que recorrer ao “Apagão", fi-                                               controladores do sistema não sc interessavam

                     públicos  estão  se  mostrando  extremamente                                                    nalmcntc anunciado para 1.° de junho. Apesar                                                   por expandi-lo, sufocando assim o desenvol­


                     ágeis na hora de repassar os custos da crise.                                                   dc  vários  documentos,  elaborados  pelo  setor                                               vimento da economia.


                         O racionamento c remendo dc última hora,                                                    privado -  com o da  Federação das  Indústrias                                                      Por isso -  não por motivos ideológicos - , o


                    que revela a serie de erros estratégicos c adminis­                                              do Estado do Rio dc Janeiro -  c também por                                                    Estado, ainda na gestão Kubitschek, foi levado

                     trativos que foram cometidos no setor energético.                                               agências do setor público haverem advertido o                                                  a aplicar gigantescos fundos públicos no setor,


                         Há seis anos no comando dos destinos naci­                                                  Governo para a gravidade do problema, esses                                                    atendendo inclusive a insistentes apelos do em­


                    onais,  o  atual  Governo  não  tem  o direito  dc                                               documentos  não  merecerem  atenção,  pois  o                                                  presariado  industrial.  A  capacidade  instalada

                     jogar  a  culpa  cm  seus  antecessores.  O  Brasil                                             Executivo  optou  pelos  estimados  80%  de                                                    expandiu-sc então rapidamente, atingindo cerca


                    nada avançou em termos dc geração de energi-                                                    chances de que as chuvas viriam ao longo do                                                     de  60  mil  M W ,  em  1995.  Caso o  Governo


                    a, com a privatização.                                                                           ano passado. Agora a crise é mais grave.                                                       insista na privatização do que resta desse siste­


                         A  Eletrobrás,  no  aguardo  da  privatização,                                                  É oportuno lembrar que, nestes últimos anos,                                               ma público (Furnas, Ccsp-Paraná, Cope, Chcsf

                    foi  impedida  de  avançar  seus  investimentos.                                                os modestos projetos de expansão foram ban­                                                     c Elctronorte), o Brasil mergulhará numa ense


                    Esperava-se que o setor privado fosse ocupar o                                                  cados  preponderantemente  pelo  Estado,  en­                                                   de  abastecimento  de  eletricidade  que  levara,


                    espaço, o que não aconteceu, por falta dc auto­                                                 quanto as tarifas, que eram acessíveis até para                                                 pelo menos, uma década para scr superada.

                    ridade no setor energético. As responsabilida­                                                  as populações dc baixa renda, estão hoje entre                                                       Em consequência, o País regredira a um es­


                    des não são bem demarcadas c as autoridades                                                     as mais caras do mundo.                                                                         tágio  industrial  "pré-Juscelmista",  do  qual  só


                    do setor batern cabeça em publico. Não c hora                                                        Um dos principais entraves aos novos investi­                                              emergirá com a volta do Estado ao setor elétri­


                    de divisão, mas, sim, dc somar esforços.                                                        mentos foi a demora na cqualizaçào das tarifas.                                                 co. Não é preciso scr profeta para prever isto.




                    Sydney  A  Latini  é  economista  e  colaborador  permanente  da  TELEBRASIL


                    Salfls@homeshopping  com.br
   28   29   30   31   32   33   34   35   36   37   38