Page 25 - Telebrasil - Maio/Junho 2000

as empresas conseguiram evitar resulta­
dos piores graças às exportações.
Segundo depoimentos de empresários
do setor, somente no segundo semestre do
ano passado, as operadoras passaram a re­
alizar novas encomendas com a expansão
mesmo ocorrendo no último trimestre.
Nesta ocasião, começaram a acontecer
uma serie de fusões e investimentos mo-
Fornecedores de fibras, fios e cabos
Faturamento em R$ milhões
Empresa
XTAL
Alcatel Cabos 100
Furukawa 404
Brasíio ND
Fonte: Empresas citadas
vimentando o mercado de fibras, fios c
cabos ópticos. A Lucent anunciou a im­
plantação de uma unidade de cabos óp­
ticos na sua área industrial dc Campinas
(SP), a Cabelte divulgou investimentos
cm uma nova fábrica dc cabos, também
cm São Paulo, c foi iniciado o processo
que resultou na venda da XTA L, do Gru­
po Algar, para o grupo norte-americano
FiberCore Inc., por USS 25 milhões. Es­
tima-se que a X T A L atenda a 34% do
mercado nacional dc fibras ópticas.
Em term os internacionais, a Cisco
Systems adquiriu a Pirelli Optic.il Systems
por USS 2,15 bilhões. No acordo com a
Pirelli, a Cisco pretende entrar no promis­
sor m ercado D W D N — Dense Wave
Division Multiplcxing —, tecnologia que
usa ondas de luz ampliando drasticamen­
te a capacidade das redes dc transmissão
que unem telefone, Internet c vídeo. C is­
co e Pirelli anunciaram também uma ali­
ança para investir USS 100 milhões cm
negócios de componentes ópticos e siste­
mas dc transmissão óptica submarina.
A seguir, o depoimento de algumas das
principais empresas que atuam no merca­
do brasileiro de fios, cabos c fibras ópticas.
ores investimentos atingir 800 mil quilô­
XTAL atingirá
metros este ano.
1 milhão de km/ano
Simões afirmou que excetuando-se a
A FiberCore Inc. (EUA), que comprou escassez c o aumento de custos dc maté­
90% das ações da X TA L Fibras Ópticas, ria-prima, decorrentes da explosão da de­
do Grupo Algar, confirmou os investimen­ manda mundial por fibra óptica, não há
tos para expandir a capacidade produtiva dificuldades específicas para o setor dc fi­
da unidade em 25%, atingindo a 1 milhão bras no Brasil, embora ele sofra as mes­
de quilômetros de fibra óptica/ano. mas restrições conjunturais de toda a in­
A empresa atuou por um período e não dústria brasileira. Observou que este ano
pretende retomar como fornecedora dc o mercado de fibras ópticas continuará
fios e cabos, posicionando-se como um fa­ aquecido globalmente, com tendência dc
bricante independente no mercado global aumento de preços da ordem de 35% a
de fibras ópticas. 45%, em relação ao ano anterior.
No mercado brasileiro, ela tem como prin­ A XTA L produz fibras ópticas monomodo
cipais clientes, fabricantes de fios e cabos (para telecomunicações) e multimodo (para
100 200
com o a A lcatel, BrasFio, C ab elte, informática) e tem 95% do seu faturamento
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Furukawa, Pirelli eTelcon. A X TA L tam­ no primeiro tipo de produto.
88 140 bém atua nos mercados norte-americano,
Furukawa alerta sobre expansão
europeu c asiático. A meta de curto prazo
Foad Shaiklzadch, diretor da Divisão de
é exportar pelo menos 25% de sua produ­ Telebrasil
Engenharia da Furukawa, contou que o
ção. No longo prazo, a X TA L pretende
mercado de fibras, fios e cabos ópticos está
atingir 50% dc exportações e assumir uma m
muito ativo no Brasil e no mundo, com o
melhor posição no mercado internacional. aio
preço médio dos produtos aumentando e
Comentando o ano de 1999, o gerente
ocorrendo alguns problemas de forneci­ jun
Celso Arantcs Simões, da XTA L, disse
mento, que podem gerar outras dificulda­ ho
que o primeiro trimestre foi marcado pela
des para as companhias do setor.
redução drástica das vendas, uma “decor­ /2000
Para ele, questões de prazos não-aten-
rência do forte impacto negativo da des­
didos podem comprometer a imagem de
valorização do Real”. Mas, no segundo tri­
um bom fornecedor, pois os clientes estão
mestre, as encomendas atingiram os volu­
cada vez mais rigorosos com itens como qua­
mes esperados e elevaram-se nos três me­
lidade no atendimento e prazos.
ses seguintes, sinalizando a recuperação
Observou que as operadoras devem
das metas dc expansão. Segundo ele, no
analisar atentamente os seus projetos de
quarto trimestre, houve um aumento sig­
rede, enfatizando os aspectos de capaci­
nificativo da demanda, que permitiu à em­
dade dc instalações das mesmas e de via­
presa atingir suas metas com os seguintes
bilidade financeira dc alguns projetos (ou
resultados: foram vendidos 512 mil quilô­
trechos) que podem não ser viáveis eco­
metros dc fibra óptica, contra 216 mil em
nomicamente.
1998 e houve um aumento dc quase 300%
No ano passado, a Furukawa teve um
cm seu faturamento, que atingiu R$ 46
faturamento inferior ao de 1998 e para
milhões contra R$ 16 milhões em 1998.
compensar a queda de vendas no merca­
Dc acordo com Simões, as perspecti­
do interno ampliou suas exportações de
vas para 2000 são excelentes, pois os pe­
10% para 15% do faturamento. Para 2000,
didos em carteira já superam a capacida­
o diretor enfatizou os novos contratos fir­
de produtiva. A produção da empresa
mados, que assegurariam uma participa­
atingiu 304 mil quilômetros em 1997;
ção de 30% da empresa no segmento de
caiu para 288 mil no ano seguinte; atin­
cabos ópticos. Segundo Shaiklzadeh, a
giu 495 mil cm 1999; e poderia sem mai­
Furukawa é líder no fornecimento de fios