Page 70 - Telebrasil - Maio/Junho 1998
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T e l e f o n e s p ú b l i c o s n a p r i v a t i z a ç ã o ,
o p o r t u n i d a d e p e r d i d a ?
Miicio Manna
Com a participação efetiva da Telcbrás através
A nova política governamental para as telecomu CPqD. o Brasil desenvolveu uma tecnologia inova(| '
nicações brasileiras, em que o modelo de mo
de cartões telefônicos indutivos, com características |(\
nopólio estatal deverá ser substituído por um
m odelo privado de competição regulamentada pelo nicas e de aceitabilidade pelo público reconhecidas iv
Estado, é o fator decisivo que permitirá as mudanças las partes envolvidas no processo. ^
estruturais do setor. Dentro da intenção prim ordial de promover a com
Com um a cultura enraizada no modelo antigo, fruto petição. a Anatei poderia obrigar que esta tecnoloçi
dos anos de convivência e participação, é muito com fosse utilizada de forma não exclusiva, pelas opt m
preensível, para todas as partes envolvidas, a dificul doras. desde que os fabricantes dos telefones públi
dade em se estabelecer as regras e sistemáticas que cos disponibilizassem term inais com a leitora indutiva
deverão ser adotadas, tanto para os usuários e forne e a leitora de qualquer outro cartão, mantendo o mes
cedores de bens e serviços, como, também, obrigato mo preço do term inal apenas com a leitora indutiva.
riam ente. para o órgão regulador e as novas operado No nosso entendimento, esta seria a grande ojxjrtu-
ras. agravados, ainda, pelos efeitos inevitáveis decor nidade de avaliar, em condições de igualdade, qual a
rentes da globalização. tecnologia mais conveniente para as operadoras, que
Existem paradigmas que, no nosso ponto de vista, poderiam comparar os custos de aquisição dos cartões
p o d e ria m sor quebrados neste m om ento de indutivos com os cartões de outra tecnologia, e para os
privatização, quando o órgão usuários, que poderiam optar pelo cartão que melhor
regulador pode estabelecer cri atendesse aos seus anseios. Não estamos defendendo
térios que somente são possí o protecionismo, que sempre dificulta a conquista de
veis devido ao am biente de aprimoramentos, mas uma situação que permita a real
transição, tais como: competição, sem a mudança da regra de mercado por
Os terminais telefônicos interesse próprios e específicos dos controladores.
de uso público são sempre ci Criar condições de competição entre as tecnologias
tados como um instrumento de de cartão, da forma sugerida ou de outra qualquer, podo
atendimento social. Adm itin ria permitir a consolidação do know-hoiv adquirido, a
do-se esta afirmativa como ver manutenção de empregos e o desenvolvimento do par
dadeira. é importante destacar que industrial no Pais, inclusive com a geração de divisas
que exatam ente este instru Entendendo-se que a comercialização do tráfego tele-
mento social foi o que teve as fònico (Vou de dados é a forma de remuneração da opero
suas metas mais reduzidas na nova avaliação da Anatei. dora, a lilieralizaçáo para instalação de telefones públicos
Porque reduzir as metas ao invés de criar condi por agentes privados, utilizando as linhas disponibilizar
ções do cumpri-las? pelas operadoras dentro de normas estabelecidas pcJ
As tarifas dos serviços prestados pelos telefones pú Anatei, poderia ser uma forma de viabilizar o atendimento
blicos são das mais baixas do mundo, impossibilitando das metas estabelecidas de universalização, de orn1,1
um a remuneração justa para os serviços. íáloga à já utilizada por outros países. .
Convém destacar que o valor líquido de cada impul
so no Brasil é inferior a US$ 0.02 (dois centavos de dó »está diretamente ligada à capacidade de entender as gra*1"
lar). quando o valor bruto de uma chamada por telefone 2 S dificuldades que deverão ser ultrapassadas
público nos EUA é de US$ 0,25 (vinte e cinco centavos Compreender que os erros são inevitáveis d
de dólar), de forma que esta política tarifária incentiva se inicial, sem abrir mão do direito de buscar e^
uma pratica de mercado em quê o grande ganhador é o elos acertos, participando através da oferta < ;
intermediário da venda dos cartões telefônicos. ies para a solução e evitando a comodidade e ^
Considerando que o preço do venda de um telefo ir emitindo críticas destrutivas, poderá ser o 1 a" |.u[r.
ne público sempre será superior no de um telefone de ura o atendimento das demandas de nossa •so<' , (jg0s
assinantes e que os custos operacionais são mais eleva ropiciando um ttiís mais justo para os seus cl
dos. não é válida a simples comparação das tarifas entre
Mii cio Manna, eonsuHor ^ P 1J J J J Ü
um term inal convencional o um terminal público. foi executivo do Domina* Pl)
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