Page 12 - Telebrasil - Julho/Agosto 1997

POLÍTICA & NEGÓCIOS
O q u a d r o d o s
a s e d e f i n i r .
c o n c e s s õ e s
u t i l i z á - l o
J o ã o C a r l o s P i n h e i r o d a
efeito BB marca, também, a
entrada de novos operadores
no cenário das telecomunica­
ções brasileiras. O espectro
de freqüências alocado para o serviço
de telefonia celular é dividido em duas
faixas, designadas como banda A (a
metade inferior do espectro) e banda B
(a metade superior do espectro). Numa
mesma área geográfica, banda A e ban­
da B podem suportar serviços celula­
res de maneira independente, teorica­
mente, sem interferência.
A banda A foi historicamente utili­
zada pelas operadoras estatais do Sis­
tema Telebrás para implantar a telefo­
nia celular no país. A banda B, reser­
vada pelo Governo, visou sua futura
exploração pela empresa privada, a fim
de estabelecer a competição através de
um duopólio.
O advento da Lei 9.295/96, Lei Mí­
nima, deu o arcabouço legal para que
se lançassem licitações para a explo­
ração da banda B. O país foi dividido
em dez áreas — seis delas considera­
das nobres — c cada consórcio só pode
Foto: j.c.F
o p e r a d o r e s d a b a n d a B , c e l u l a r , c o m e ç o u
O v o l u m e d e d i n h e i r o g e r a d o p e i a s
f o i t ã o a i t o q u e e s t i m u l o u o G o v e r n o a
p a r a o s a n e a m e n t o d e s u a s p r ó p r i a s f i n a n ç a s .
operar em uma área nobre e cm outra meses, previu o presidente da Abinee.
F o n s e c a
periférica. Nelson Peixoto Freire da Abinee. Se­
Seis dos 14 consórcios que disputam gundo seu coordenador para assuntos
a banda B foram desclassificados pelo de telecomunicações, Roberto Isnard.
Minicom, na fase dc habilitação técni­ já no primeiro ano de operação do novo
ca e entraram com recurso na Justiça. sistema, devem ser criados entre oitoe
Foram eles: Algar, Lightel e Mcom dez mil empregos nas regiões metro­
Wireless (não comprovaram vínculo politanas do Rio de Janeiro e São Pau­
societário com o sócio estrangeiro), lo devido à telefonia celular.
Tess (não traduziu documentos), Telet
e Mcom Wireless (não comprovaram
capacidade operacional) e Hutchison/
Cowan (índice dc liquidez inatingido).
A chegada da banda B, pelo efeito
concorrência, está reduzindo as tarifas
na banda A, “para manter clientes",
como já prometeu o presidente da
Telesp, Sampaio Dória. A Telesp co­
bra R$330,00 pela habilitação celular,
R$27,00 pela assinatura e R$0,24 pelo
minuto utilizado, contra, respectiva­
mente, R$230,00, R$27,00 e R$0,30,
acenados pelo consórcio vencedor na
grande São Paulo. Para Arei vai Gomes,
presidente da Telergipe, os preços pra­
ticados pela banda A terão que, no mí­
nimo, acompanhar os da Banda B.
A indústria local, especializada no
fornecimento para celular, deve fatu­
rar R$1 bilhão, nos próximos doze