Page 61 - Telebrasil - Março-Abril 1996
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Os equipamentos atuais de cap a um custo de USS1 bilhão, o MAC
tação, pós-produçâo e exibição de tevê (multiplex analog components) e o
terão que ser substituídos para aten HD-MAC (com compressão), alcan
der aos novos padrões e deles tirarem çando bons resultados.
o máximo proveito. Do outro lado do Atlântico, ao final
— “Preparem-se, tudo vai mudar” dos anos 80, os EUA despertaram
c o alerta que profissionais como para o serviço de televisão digital e
Fernando Bittencourt F° (TV Globo) e de alta definição, ocasião em que
Carlos Capelão da SET dão para os 800 o FCC (Federal Communications
associados da Sociedade Brasileira de Commision), prudentemente, deixou
Engenharia de Televisão, entidade que de alocar novos canais para uso
conta com a supervisão de Anna Eúcia da televisão convencional.
Gomes Nunes, formada em física pela Em 1987,a administração norte-
UFRJ, na Secretaria Geral. americana lançou seu First Notice of
— “Já em 1996, teremos pelo me A digitalização está dando uma nova Inquiry on ATV (advanced televi
nos duas redes de tevê diretamente via vida às imagens. sion), uma denominação que tanto
satélite (DTH Direct Tv to the Home) podia abrigar a tevê digital, quanto um
e a tv a cabo (CATV) ampliará sua sistema NTSC melhorado ou “En
presença nas grandes cidades brasi escolhido não era totalmente digital hanced TV". Também criou o Advi
leiras, disputando mercado com o — não havia eletrônica de estado sory Committee on Advanced Te
MMDS (multichannel multipoint dis- sólido para manipular o sinal — e levision Sendee - AC ATS para tratar
tribution Service). Esta tevê sem fio a largura de banda ocupada pelos do assunto.
ou MMDS, ao passar do analógico sinais de tais sistemas limitava seu O início dos anos 90, veria surgir
para o digital poderá chegar aos 1 0 0 uso. O Japão desenvolveu, na dé no ACATS norte-americano, propos
canais e oferecer também o NVOD cada de 70, um sistema de HDTV ba tas para quatro sistemas digitais, além
(Near Video On Demmand). seado em 1.125 linhas e 60 quadros/ de um sistemas MUSE e um sistema
segundo, além do MUSE (muitiple NTSC melhorado. Finalmente, numa
História sub-nyquist encoding) para a trans decisão de Salomão, ocorreu a união
O desenvolvimento da televisão de missão analógica do sinal de tevê, das diversas forças presentes no mer
alta definição (HDTV) se iniciou no via satélite. cado fornecedor de equipamentos —
Japão e Europa e em sua fase inicial A Europa, num conceito semelhan AT&T, General Instruments, MIT,
não gozou de sucesso. O padrão te ao MUSE, partiu para desenvolver. Philips, Thompson, David Samoff e
Zenith em tomo da denominada
“Grande Aliança - GA”.
— “O caráter da Grande Aliança é
muito mais político do que comercial
ou técnico”, observou Yan Wu.
Fruto desses teste, resultaram as
especificações de um sistema comum,
recomendado pelo Advanced Televi
história dos padrões para retardo. Há também os padrões sion System Committee-ATSC, ao
sistemas de televisão analó de varredura O M corresponde final de 1995. O fato de 1996 ser ano
gica, a cores, todo mundo conhe a 525 linhas por quadro e 60 de eleição nos EUA, joga na balança
ce. Em 1953, surgiu nos EUA o campos por segundo; padrões da mudança dos padrões de tevê,
sistema NTSC, do National Te- B,G,H e l tem 625 linhas e 50 pesada componente política.
levision System Comittce e que quadros por segundo. O padrão Deve sair proximamente, a regula
deveria ser compatível com o brasileiro PAL-M, único no mentação do padrão de “Advanced
sistema preto branco existente. mundo, tem a frequência e a Television System”, que, será digital,
A cor valia-se da rotação de fase varredura do NTSC (59.94Hz) sem ser de alta definição e com po
do sina! de croma (ou de cor) porém as alternâncias do PAL. tencial multicanal para sistemas atuais
para ser registrada. O efeito de Estados Unidos, Canadá, digitalizados. Esse sistema avançado
multicaminhos na transmissão Japão optaram peto NTS-C. O para televisão terá como base a video-
desse sinal, alterava a cor da Pa! se estabeleceu na Europa. A compressão e o fluxo de informação
imagem no receptor, a ponto do França e a Rússia operam com (19.4Mbit/s) do padrão MPEG-2.
sistema receber o irado apelido Secam. “O sinal PAL-M pode ser Europeus, norte-americanos e
de “Never Twice The Same facilmente transcodificado no japoneses, para variar, diferem quan
Color NTSC, pois não há alteração to à implementação da televisão
Nos anos 50, a Alemanha de no número de linhas de varredura digital. Os EUA estão optando, via
senvolveu seu sistema PAL (Phase da imagem, mas precisa de seve FCC, pela modulação digital (8 -VSB,
Alternating Unes) para corrigir o ro processamento eletrônico para vestigial side band) Norte-ameri
problemas da fase. O PAL seria passar para Secam ou Pal-G", canos utilizam canais radioelétricos
aprovado em 1961 Os franceses ensina Maurício Adriano Martins, de 6 MHz e pensam em televisão de
fizeram o Secam (Séquence a professor da Unisat. E agora. alta definição. Os europeus não
Memoire) em que a cor era envia José? Digitalização é a resposta. fazem questão de HDTV, operam
da sequencial mente com Unhas de Sim, mas qual? com canais de 8 MHz. e se inclinam
para a técnica de multiportadoras
codificadas (CODFM-8 ). V