Page 23 - Telebrasil - Março-Abril 1996
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Estado-da-arte Pela sua extensão sul até Florianó
Na transmissão óptica, o estado-da- polis, o sistema óptico Rio de Janeiro-
arte admite uma distância máxima Fortaleza interligar-se-á ao cabo
de 250 a 270 quilômetros entre óptico submarino UNISUR, que
pontos de regeneração. A partir dali parte para o Uruguai e a Argen
desse parâmetro, impõe-se o uso tina, daí ultrapassando os Andes
de amplificadores. até Santiago, no Chile.
Em função disso, no projeto enco Pela sua extremidade norte, se li
mendado pela Embratel à Schahin gará ao cabo óptico submarino Amé
Cury o caminho submarino do cabo ricas 1. Este, por sua vez, segue para
teve que assumir a forma de uma o Caribe via Venezuela. No Caribe, a
guirlanda (Festoon), tocando a costa partir da ilha de St. Thomas alcança
a cada 250 quilômetros. os Estados Unidos (pela Florida) e
Equipamentos eletrônicos respon encontra uma derivação em direção à
sáveis pela multiplexação digital, Europa, que é o cabo Columbus.
conversão do sinal elétrico em sinal
óptico e os amplificadores ópticos, Beach joints
ficarão abrigados nas estações repeti As principais fases do projeto en
doras construídas em terra firme. volvem levantamento hidrográfico,
Nessas estações haverá toda a infra- determinação dos vários tipos de ca
estrutura necessária, incluindo desde bos pelos vários segmentos, sua
O navio inglês Mercury, da a entrada de energia elétrica em CA, instalação no leito oceânico ao longo
empresa Cable & Wireless Marine, passando por equipamentos de ener das rotas, fabricação dos mesmos e
trouxe os cabos da Itália e auxilia na gia em CC, até equipamentos de de seus equipamentos.
instalação, limpando o fundo do mar.
climatização e aterramento. Em terra, são necessárias obras
Através de enlaces ópticos de civis na costa e lançamento pelo
longa distância da Embratel já em subsolo. Em complemento, são ins
operação (Rio de Janeiro-São Paulo taladas e testadas estações terminais
e Rio de Janeiro-Belo Horizonte) ou e repetidoras.
em instalação (São Paulo-Curitiba, De um modo geral, a extremidade
trajeto até Fortaleza. O contrato, po Belo Horizonte-Brasília-Goiânia e do cabo óptico submarino não alcança
rém, viria a ser assinado apenas em Curitiba-Florianópolis) e outros futu diretamente a estação repetidora, mas
abril do ano passado. ros troncos ópticos, praticamente to ancora-se a uma câmara subterrânea
Depois de pronto, o sistema a ser dos os estados brasileiros terão acesso situada próxima à praia ou costa,
implantado será conectado aos siste à extraordinária infovia submarina. denominada Beach Joint.
mas internacionais, via cabo subma
rino Américas I, em Fortaleza, e
UNISUR, em Florianópolis.
Às duas rotas submarinas, juntam-
se duas rotas terrestres, constituindo
um meio óptico para o transporte de
sinais digitais de qualquer natureza
(ou seja. voz, dados e imagem) entre
os pontos extremos compreendidos
pelas cidades do Rio de Janeiro e de
Fortaleza.
Ao longo de todo o percurso, have
rão derivações interligando todas as
capitais litorâneas situadas no trajeto.
Estações repetidoras convenientemen
te dispostas pela costa (ou às margens
das rodovias, quando a rota for terres
tre) reforçarão os sinais, compensando
sua atenuação, exercida pela distância.
Desse modo, o projeto adotado pela
Embratel é do tipo Festoon. Nele, o
cabo óptico submarino tem seus
repetidores ópticos em terra Firme, ao
longo da costa.
O objetivo é superar os grandes
lances submarinos, usando-se ampli
ficadores ópticos nas suas extremi Nas praias (acima), às vezes o
dades. Neste sentido, o projeto da lançamento tem que ser feito com
Embratel difere dos cabos internacio bóias ancoradas. Em alto mar
nais, nos quais os repetidores encon (à direita), o cabo terá diferentes
tram-se submersos em toda a extensão configurações, conforme a proteção
do trajeto do cabo. que se fizer necessária.
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