Page 40 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1996
P. 40
João Carlos Pinheiro da Fonseca
Marietta, por sua vez, ao adquirir a
U m lançador espacial pode pa comercialmente com os europeus divisão de sistem as espaciais da
recer um grande busca-pé que
ocidentais.
General Dynamic, ficou detentora,
A feitura da ILS, anunciada no ano
basta acender com jeito para ele
se alçar ao espaço. Apesar dessa passado, resultou da junção entre a desde 1994, da produção dos lan
simplicidade aparente, trata-se de Lockheed e a Martin Marietta. An çadores norte-americanos Atlas.
uma tecnologia sofisticada que re tes dessa fusão, a Lockheed era
quer altos investimentos, capacitação parceira dos russos na Estatal de Americanos e Russos
humana e determinação política. pesquisa e centro espacial de pro O foguete Atlas começou como um
Apenas quatro países conseguem dução Kruchinev e na RSC Energia foguete balístico intercontinental
colocar, comercial mente, artefatos visando um programa mundial de desenvolvido pela Força Aérea
em órbita. São eles, Estados Unidos, vendas e de gerenciamento do fo Norte-americana e também utilizado
Rússia, França e China. O Brasil guete soviético Proton. A Martin pela Nasa. Deve-se a ele, a primeira
continua a perseguira idéia da comunicação transmitida do
missão espacial com pleta espaço - uma mensagem
brasileira, um nome histórico gravada do presidente
que leva em seu bojo o sonho Eisenhower para o Natal de
— que ora se acelera e ora 1958. Mas a vida comercial do
arrefece — de desenvolver um A tlas com eçou somente a
propulsor capaz de inserir partir de 1987. De lá para cá.
cargas úteis em órbita.
mais de 500 lançamentos já
A China compete no mer
foram efetuados com o fo
cado internacional com seu guete A tlas, m uitos deles
foguete Longa Marcha, da
tendo como estágio superior
Corporação Industrial Grande
foguetes Centaur (90 vezes),
Muralha, em Beijing. Eles
Titan III e Titan IV.
ainda contam com a Academia
Um conjunto Atlas-Centaur
Chinesa para a Tecnologia de
é capaz de colocar em órbita
Veículos de Lançamento e a
geo-estacionária de transfe
Geral Chinesa para o Contro
rência — este é a referência
le e A com panham ento de
técnica para comparar lança
Lançamentos de Satélites.
dores espaciais — cargas úteis
Apesar dos chineses terem
variando entre 2,2 a 3,7 tone
contratos para lançar satélites
ladas. O segredo técnico do
da Globalstar e da Iridium, a
Atlas — e não é tão segredo
verdadeira contenda econô
assim — é a pressurização de
mica, no entanto, acontece
seu tanque principal com gás
entre os lançadores da
hélio, que lhe confere rigidez
Arianespace — com perto de
70% do mercado — e os da In estrutural a toda prova. Elo
ternational Launch Services- obtém empuxo adicional, na
ILS. Esta última, é uma recen partida, utilizando “boosters'
te parceria entre russos e M A-5, a oxigênio líquido,
norte-americanos que se vale da R ocketdyne e Castor
ram do acervo tecnológico IVA, a combustível sólido,
acumulado em mísseis e fogue da Thiokol.
tes militares para competir O novo foguete da Arianespace vai se valer O estágio superior Centaur
de motores laterais de combustível sólido. emprega motores a hidrogênio