Page 28 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1996

João Carlos Pinheiro da Fonseca

comunicação por satélites está a estação rádio-base celular que órbita para que o terminal do usuário

no limiar de grande transfor- estiver de plantão. “enxergue”, a todo momento, pelo

menos um artefato.
Meos e Leos, ao invés dos Geos,
mação. Se as décadas de 70 e
M 80 foram marcadas pela hege­ não aparentam estar fixos no céu. As comunicações comerciais por

monia das grandes plataformas geo- Quanto mais baixa é a órbita, maior satélites, até hoje, privilegiaram os

estacionárias (Geos), o ano dois mil a rapidez com que o satélite surge, sistemas geo-estacionários. Estes se

verá chegar constelações de peque­ percorre o céu e morre no horizonte. adaptaram muito bem para prover a

nos satélites, movendo-se em órbitas Assim, Meos e Leos precisam contar serviços fixos m ultiponto e para

média (Meos) e baixa (Leos) e com a presença de vários satélites em distribuição e difusão de sinais tevê.

destinados, basicamente, a estender

as comunicações móveis a todo o

planeta, bem como oferecer outros

serviços, como a localização e o pag-

ing mundiais.

A cada novo ano, entre quinze e

vinte novos satélites têm sido

colocados em órbita pela sociedade

civil, quantificou o chairman da

Arianespace, Charles Bigot acres­

centando que “eles formam uma rede

invisível ao redor da terra para am­

pliar o conhecimento do homem”.

Mecânica Celeste

Graças às leis da mecânica celeste,

os Geos (geostcitionary earth orbil

satellites) são, em relação ao solo,

objetos parados a grande altura (35,8

mil km) sobre a linha do Equador.

Isto permite apontar-lhes, da Terra,

antenas que ficam fixas e assim

efetuar a comunicação. Como os

Geos estão muito distantes, a capta­

ção de seus sinais por uma antena

pequena, como a de um aparelho

celular, não é, por ora, viável. Dentre

outros quesitos, parabólas da ordem

de 15m no espaço seriam necessárias

para fazer funcionar, confortavel­

mente, um sistema móvel, tipo Geo.

Já os Meos e Leos, por estarem

mais perto de nós, levam vantagem

para colocar um sinal mais adequado,

em Terra. Vão surgir, em breve,

terminais duais, parecidos com os

atuais aparelhos celulares, que

permitirão falar tanto com o satélite

que se encontrar, na ocasião, acima

da linha do horizonte, quanto com W W O c coieçoes de artefatos espaciais, em órbita baixa (Leos).
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