Page 44 - Telebrasil - Julho/Agosto 1995

do trajeto definitivo, as seções em que

informações é chamado de survey. o mesmo será enterrado e em que

Preliminarmente a Schahin Cury fez, profundidade.

então, um desktop survey, ou seja, um A partir daí os fabricantes do cabo

levantamento simplificado, com base (Pirelli, em Arco Felice, próximo a

cm informações disponíveis em bancos Nápoles, na Itália — rota sul. E Sim-

de dados, da exploração de petróleo no plex, em Portsmouth, New Hampshire,

mar e nos departamentos de hidrografia USA — rota norte) poderão produzi-lo.

da Marinha. Depois de inspecionado e aprovado

O desktop survey fixa um percurso em suas respectivas fábricas, dois

tentativa, a ser detalhadamente investi­ navios o carregarão em gigantescos

gado no survey propriamente dito.

Tratando-se de atividade extremamente tanques de cabos.

dispendiosa, o trabalho deve ter por Enquanto um navio faz o lançamento

base um trajeto tentativa o mais pró­ na rota norte, o outro o fará, de modo

ximo possível do percurso final. simultâneo, na rota sul. Ao mesmo

Posteriormente é feito o levantamen­ tempo — e sincronizadamente com os

to de uma faixa de 500 a 1 mil metros lançamentos submarinos — serão

de largura, com coleta de amostras do desenvolvidos os trabalhos em terra,

solo submarino. Os dados orientam os com a construção das estações repe­

especialistas sobre o exato caminho tidoras. as câmaras subterrâneas junto as

mais recomendável e o tipo de proteção praias (beach joints) e o lançamento das

externa para cada trecho do cabo. São seções terrestres de cada segmento

feitas especificações para as proteções submarino.

mecânicas do mesmo, conforme as A importância maior do projeto se

condições (e profundidade) do leito deve ao fato de Fortaleza ser o ponto

submarino. Dependendo do caso, ele Lu d gero Pattaro, Diretor em que o Brasil se liga por fibra óptica

repousará sobre o leito ou ficará en­ de Telecomunicações da Pirelli aos cabos submarinos internacionais

Cabos S.A.
terrado em profundidade adequada. Américas 1 e Columbus II. O primeiro

Os relatórios finais definem a com­ interconecta a rede brasileira com os

posição de cada lance, em termos de Estados Unidos pela Florida, passando

tipos de estrutura do cabo, orientando a antes por St. Thornas, no Caribe, onde

sua fabricação e emendas das seções cableship tenha calado suficiente para se interliga ao Columbus II. que por sua

com diferentes tipos de proteção operar. Prende-se a extremidade do cabo vez faz conexão com a Europa.

mecânica, na própria fábrica. numa bóia ancorada para aguardar a Para a interconexão com os países

O navio lançador (cableship) é um chegada do navio. do Mercosul, o meio utilizado é o cabo

tipo de embarcação especialmente Este, localiza e recupera a extremi­ submarino Unisur, ligando a capital de

adaptada para instalar o cabo no leito dade, emendando-a ao cabo transpor­ Florianópolis às cidades de Maldonado,

oceânico. Antes de se fazer o lançamen­ tado no tanque de cabos e inicia o no Uruguai, e Las Toninas, na Argen­

to do cabo, é levada a efeito uma lançamento. À medida que o navio lança tina, dali partindo numa extensão pelos

limpeza da faixa alocada para recebê- o cabo, monitora-se continuamente a Andes até Santiago, no Chile.

lo. São removidos detritos e cabos continuidade óptica das fibras. Trabalho

desativados, pedaços de correntes de feito a partir de uma sala de testes Capacidade do cabo

âncora abandonados etc. Esta operação localizada no navio. Na rota sul, o fornecimento de cabos

prévia é executada com um prelaygrap- Quando o navio alcança a outra praia ópticos terrestres, seus sobressalentes

nel, equipamento puxado sobre o leito ou costa em que termina o enlace em treinamento e documentação técnica

oceânico pelo próprio cableship ou por questão, procede-se da mesma maneira, para a rota, instalação de infra-estrutura

u?n rebocador. emendando-se a extremidade do cabo para cabos terrestres e lançamento do^

O carregamento dos tanques de ca­ ao trecho de praia previamente lançado. mesmos, tudo isso estará a cargo da

bos do navio é feito na própria fábrica. Concluída a etapa de levantamento Pirelli Cabos S/A, do Brasil.

As seções emendadas são depositadas de dados pelo navio hidrográfico, com­ Para o mesmo trecho (rota sul), o

nos tanques, na seqüência correta, e o preendida pelo levantamento do relevo fornecimento de cabos ópticos subma­

barco, então, desloca-se para o local do submarino, coleta de amostras de leito rinos, seus sobressalentes, treinamento

lançamento. oceânico, identificação de áreas de e documentação técnica, fornecimento

Quando as condições da costa ou impedimento (tais como zonas de pesca, de amplificadores ópticos, sobressalen­

da praia não permitem a aproximação do pontos de exploração petrolífera, locais tes, treinamento e documentação

cableship, ocorre uma outra atividade de fundeio de embarcações, bancos de técnica estarão sob a responsabilidade

prévia chamada shore end installation. recifes etc) reuniões conjuntas entre da Pirelli Cavi, da Itália.

C onsiste na instalação manual e com o técnicos da Embratel e de Schahin Cury A Pirelli é pioneira e líder mundial em

auxilio de pequenas embarcações, do fazem a revisão do projeto quanto ao fibra óptica. Também no Brasil ela e

trecho inicial de cada enlace que parte trajeto final recomendado. senhora do mercado, detendo sua maior

da emenda da praia (beach joint). Após as reuniões de revisão, ficam fatia. Ludgero Pattaro. diretor de teleco­

Nestes casos é feito o lançamento determinados os comprimentos de cada municações da Pirelli Cabos S A. entu>i>-

do comprimento necessário do cabo segmento do cabo, sua proteção mecâ­ mado com o projeto, diz que a participação

submarino até o ponto cm que o nica, as coordenadas geográficas de sua empresa no grande projeto é funda-