Page 58 - Telebrasil - Maio/Junho 1995
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Além das concessionárias do serviço,
sistema Telebrás. Rômulo Furtado é
taxativo: “há que se acabar com o há as empresas instaladoras, os
autoi inanciamento e ,ao invés, cobrar fornecedores de equipamentos,
tarifas realistas pelo serviço”. E para os mantenedores de rede, os usuá
um novo modelo de parceria, a rios corporativos e as cadeias de
empresa privada poderia implantar, rádio e televisão e muitos outros.
operar e ter parte da receita da No entender de Irma Passoni seria
operação. A operadora faria um con necessário: rever o papel do Esta
trato com a empresa privada, ter- do, reformular o Código Brasileiro
ceirizando o serviço. Contrato em de TCs, revogar Portarias, criar
mãos, a operadora poderia eliminar o um orgão regulador — com mem
autofinanciamentos e obter recursos bros removíveis só pelo judiciário—
de financiamento, até no exterior. adotar contratos de gestão e valo
Quanto ao sistema celular, a rizar a pesquisa tecnológica. Em
equação da sua implantação passa a suma, “o sistema estatal precisa ser
ser outra com o o usuário pagando desamarrado”.
quase metade do investimento, ao Para Rômulo Furtado, ex-secretário geral Outros temas de cunho político
adquirir seu aparelho. “ É um ver do Minicom, a parceria é um passo foram tratados no decorrer da
dadeiro ovo de Colombo. O prazo de Intermediário inteligente antes da abertura Telexpo, como a importante mesa-
geral do setor de telecomunicações.
maturação, praticamente inexiste”, redonda sobre a distribuição do
maravilhou-sc Joost Van Damme espectro de freqüências, coordenada
acresentando que sua exploração vai dentre outros, por Rogério Furtado, por Luiz Carlos Bahiana. da
trazer uma alavancagem geral para o da Abinee, pelo ex-presidente da Comtech e presidente da TELE-
sistema Telebrás. “ Mas antes, será Telebrás, Senador José ígnácio BRASIL, com a presença, dentre
preciso regular a telefonia celular Ferreira (PSDB-ES) e por Irma outros, de João Carlos Albernaz do
fixa, onde há impecilhos técnicos”, Passoni, ex-deputada federal e agora MC, do deputado federal Luiz
comentou o presidente da Splice, colaboradora no MC, reunidos em Moreira, da Comissão de C&T e j
Antonio Beldi. mesa-redonda. Informática e de empresários. Am- I
- “Sena então a hora de des- “A abertura para o exterior não da foram discutidos, durante a \
lanchar um Plano de 1,5 milhões de deve levar ao esmagamento de nossa Telexpo, a telefonia virtual - a caixa j
terminais?”, levantou o empresário indústria nacional. Mas é impor eletrônica de voz na operadora — o |
Delson SifTcrt. “Não. Isto requereria tante que a atividade de software telefone público e a telefonia celular \
recursos de R$4,5 bilhões que não seja incentivada, nesse contexto”, fixa. 1
estão disponíveis no setor e algo declarou José Ígnácio Ferreira. Na arena da comunicação celular, '
que o sistema paliativo de parcerias Quanto a flexibilização do atual o vice-presidente da Ericsson LM.
não irá resolver. Ou se muda a modelo brasileiro das TCs e a cria- Kurt Hellstrõm, veio pessoalmente
C onstituição ou a parceria continuará çào de um orgão regulador, nos recomendar o D-AMPS ou AMPs
a ser um mecanismo periférico”, cor moldes da Federal Communications digital, em tecnologia TDMA, algo
tou Fernando Viera de Souza. Mas Commision, norte-americana, ambos “que está hoje disponível e não e
será preciso ir desatando os nós, até já deveriam existir. Não tem sentido uma promessa como o CDMA
podermos resolver o problema glo a Telebrás e o MC estarem envolvi padrão 1S-95”. Prevendo uma
bal, como defendeu, na ocasião, o dos em qualificações de produtos. demanda de até 5 milhões dc
vice-presidente da Telebrás. Com a flexibilização “até a mentali usuários celulares, para os próximos
Júlio Boechat, presidente da dade dos Sistema Telebrás irá mudar, cinco anos no Brasil, seria posshel
Telemig, revelou dados de recente voltando-se mais para o usuário e ter terminais, fabricados em Manaus, j
pesquisa mostrando que se o auto- para a atividade comercial”. por R$300,00. E pela Motorola, o |
financiamento fosse substituído Mas o Senador José ígnácio vice-presidente Jack Finlayson, do
pelo aluguel mensal do terminal a demonstrou preocupação do futuro grupo de Infra-estrutura celular, disse
R$43,00 haveria 140 mil inscritos e confronto entre a empresa estatal que sua empresa acredita no sistema
para aluguel a R$20,00 subiria para com limites de investimentos, regime N-AMPS e na tecnologia CDMA e
400 mil a quantidade de interessados. complicado de aquisições e auto- não na TDMA. Na Argentina, a
“Temos uma demanda de 200 mil a censura na gestão e a empresa pri Movitel está testando o sistema
300 mil terminais de aluguel no inte vada, mais livre. No centro da CDMA, a 800 MHZ. A Airtouch. ;
rior de Minas Gerais”, constatou o questão está o contrato de concessão em Los Angeles, e a US West. em
pragmático presidente da emprcsa- a ser feita com o setor privado e que Seatlle vão passar a operar, no se
pólo de Minas Gerais. terá que ir ao Congresso para ser gundo semestre, com mais de 100
aprovado. células CDMA e os testes de Chi
Indústria Para Irma Passoni, o Brasil ca cago e as simulações em computador
Os rumos da política industrial para rece de uma política definida de vão bem obrigado. ¦ !
o setor das Í Cs foram discutidos, TC s. São muitos atores, em jogo.