Page 49 - Telebrasil - Março/Abril 1994

A pessoa que teve a ideia de criar a Tele-

brasil estava realmente iluminada, porque ela, Machado: sionais, vejo-me sempre dentro de uma grande
família onde convivem companheiros, clientes e

pelo menos, conseguiu fazer um grupo tâo unido concorrentes, mas onde não há desconhecidos.

entre compradores c vendedores que foram míni­ "Otimizando Este sentido de integração, que eu sinto pessoal­

mas as desavenças que surgiram. A Telebrasil mente, tem sido o objetivo e a realização da

realmente foi uma grande invenção, além de ser as mudanças" Telebrasil.

um eficiente forum de debates para o setor de Uma passagem rápida pelos Painéis da nossa

telecomunicações. gestão dá uma idéia do alcance dos temas levan­

Neste ano de 1994 estou com­
Por outro lado, os Painéis da Telebrasil são, tados pela Telebrasil. Em outubro de 1989 reuni­
pletando 8 anos de exercício
voltando à imagem anterior, aonde vendedores e mos mais de 350 participantes - um recorde na

de cargos diretivos na Tele­
compradores se “desarmam". Não é por estar de história da Associação - para discutir em Foz do

• t h r, brasil. Primeiramente como
calção de banho à beira de uma piscina ou à Iguaçu as "Sugestões para um Programa dc
T T o t o b r o / f l diretor na Diretoria presidida
beira-mar contando piadas nós temos grandes por Antonio Carreira (1986- Governo".

contadores de piadas, músicos, poetas e cantores Era o momento das eleições presidenciais c
1989), depois como presidente no período 89-92,

- que vamos mudar o nosso modo de ser. c a partir de 1992 como presidente do Conselho muitas pessoas que iriam 1er um papel impor­

Um fato que eu julgo da maior importância: de Administração. Antes de 1986 participei de tante no setor nos tempos seguintes estiveram

Quando estive na presidência da Telebrasil. con­ Associação como frequentador assíduo, desde presentes c participantes. Em outubro dc 1990

seguimos sensibiizar as senhoras a compare­ 1975, no memorável Painel de Salvador que tra­ discutimos em São Paulo o tema da "Integração

cerem aos painéis. Por que? Porque as esposas c tou da introdução das Centrais CPAs no Brasil. do Complexo Eletrônico*’, procurando expandir

nossos horizontes para os outros segmentos que
os filhos dos participantes também fazem parte Daí em diante estive em quase todos os Painéis. se valem de insumos comuns. Em maio c

da família das telecomunicações. Os painéis dei­ Portanto, tenho testemunhado nos últimos 19 novembro de 1991 tratamos, sob nomes dife­

xaram de ser uma reunião puramente técnica e anos o importante papel desempenhado pela rentes, de um mesmo tema que continua cada

comercial, para acrescentar o convívio social da Telebrasil no desenvolvimento das telecomuni­ vez mais atual: primeiro em Maceió, sob o título

família das TCs. onde as pessoas se conhecem, cações brasileiras. Não sendo uma entidade de "Novos Modelos Institucionais", depois em

fazem amizade, e no final da cada painel é classe, a Associação nunca defendeu interesses Florianópolis. “As Telecomunicações em Busca

comum a troca de cartões e endereços. E o nú­ de grupos nem radicalizou posições; esse tipo de da Modernidade", quando abordamos fundamen-

mero de participantes foi crescendo. atração “lovv profile" às vezes provocou críticas talmcnte as questões relativas à evolução do
dos que esperavam uma atuação mais forte.
Três coisas marcaram minha gestão na Tcle- modelo dc operação e exploração das Tele­

Estes não perceberam que a força dessa
brasil: Em primeiro lugar, as pessoas que me comunicações em que tivemos inclusive impor­
Associação estava justamente no estilo menos

auxiliaram, os companheiros de altíssima quali­ agressivo, fazendo com que participantes e asso­ tantes contribuições de conferencistas interna­

dade. Em segundo, a minha paixão por tele­ cionais. Encerramos a nossa gestão em Natal, em
ciadas acorressem sem temor aos seus eventos,
comunicações c que. talvez, alguns companhei­ março de 1992. tratando do tema "Projetos Turn-
na tranqüilidade que aí encontrariam amigos,

ros não saibam, fui pioneiro do primeiro tronco para. em congraçamento, discutir novas idéias, Key e Plantas Comunitárias", novamente com

de microondas de Belo Horizonte. Não existia tecnologias, mercados, perspectivas, ou seja, uma grande frequência, impulsionada por em­

absolutamente qualquer empresa no Brasil que como desenvolver esse setor em favor de todos. presários c executivos que. pela via desses proje­

fabricasse produtos de telecomunicações. E Aqui se aprende o benefício dc se procurar, pela tos comunitários e de "Tum-Key", encontravam

minha empresa, que ainda não era a Induco, Associação, desenvolver um patrimônio de oportunidades interessantes de empreender em
nosso setor.

chamava-se Emcl. fez todas as estações da rede todos, para que. depois, no âmbito de cada Para concluir, considero que. embora com

Rio-Belo Horizonte c que funcionou mais de 20 empresa ou do trabalho individual, cada um pro­ todas as entidades e organismos que têm surgido

anos. Eu tive o orgulho da Induco ser chamada cure o seu próprio desenvolvimento. oferecendo eventos ou associações de diversos

para mudar aqueles grupos geradores da No meu período de Presidência enfrentei tipos, a Telebrasil ainda é o mais importante ele­

Companhia Telefônica de Minas Gerais-CTMG, muitas dificuldades para manter a Associação mento dc discussão e desbravamento dos assun­

que na época ainda estavam funcionando. Em cm harmonia e desenvolvimento. Nos momentos tos ligados ao desenvolvimento das Teleco­

de mudanças na economia ou lançamentos de
terceiro lugar, durante toda a minha vida empre­ municações no Brasil. E preciso que nós, partici­

sarial. quando me meto numa empreitada, eu pacotes econômicos os participantes escas­ pantes habituais, tenhamos o talento de motivar

escolho um de dois caminhos: se eu me con­ seavam, não havia anunciantes para a Revista e os mais novos integrantes do setor para que par­

se tornava difícil fazer eventos ou mesmo manter
venço de que não vale a pena, eu desisto. Ou, se ticipem mais das iniciativas da Associação, mas
a Associação. Dispendi uma parte considerável

cu acho que estou somando, eu me entusiasmo. o papel que a Telebrasil deve desempenhar deve
do meu tempo com os negócios da Telebrasil,
E quando cu me entusiasmo tenho dois linais: ser basicamente o mesmo que a tem caracteriza­
assumi riscos importantes com eventos, coloquei

um. o próprio entusiasmo, o outro um profundo minhas opiniões muitas vezes nas páginas da do desde a sua fundação.

amor. E a Telebrasil foi a instituição que mais Revista. As vezes eu me perguntava se valia a

amei. pena usar meu tempo e correr lais riscos sem

qualquer remuneração c usado um tempo adi­

Antonio Carreira, carioca, 66, empresário, cional do das minhas atividades profissionais nas Luiz de Oliveira Machado, carioca, 54,
engenheiro eletricista e de TCs pela
pecuarista especializado em bífalo, ex- empresas onde trabalhei. Na época, o reconheci­ Escola Naval (59) e pela PUC-RJ (66).

oficial da Aeronáutica. Foi presidente da Chefiou o Departamento de Pesquisa e

Induco e outras empresas privadas, da mento público por eventos bem sucedidos era a Desenvolvimento da Telebrás (72/74),

diretoria da ACRJ e da Firjan, ex-vice- melhor resposta. Depois que deixei a Presi­ superintendente do CPqD (76/79), foi

presidente da Abinee e do Sindicato das dência. me dei conta de um retorno ainda maior. diretor da Ericsson, da Matei, e presi­

Indústrias Mecânicas e Material Elétrico dente da Matec, diretor da Alcatel e atual­

do Rio de Janeiro. Presidente da Tele­ Como Presidente da Telebrasil eu interagi inten­ mente é presidente da Northern Telecom.

brasil no período de 86 a 89 e presidente samente com operadoras e fornecedores, cm Presidente da Telebrasil de 89 a 92, tendo

do Conselho de Administração de 89 a todos os níveis c em todas as regiões do País. sido eleito, em seguida, para presidente

Hoje, ao desempenhar minhas funções profis­ do Conselho de Administração.